Ciclismo | Jornada de Europeus e Mundiais termina com Julian Alaphilippe no topo

    ALAPHILIPPE E A PEGADA VITORIOSA DOS ITALIANOS

    Julian Alaphilippe venceu porque criou uma situação de corrida que combinou perfeitamente com as suas aptidões e condição física.

    O francês manteve-se sempre bem colocado na dianteira, pressionando os rivais, isto depois de ter disferido um ataque a 50 quilómetros da linha de chegada.

    Com a preciosa ajuda de Valentin Madouas, a insistência surtiu efeito o efeito desejado quando conseguiu abrir um espaço a cerca de 20 quilómetros para Leuven, assegurando uma vitória que poderia ficar em risco devido à presença na dianteira de Wout van Aert, Mathieu van der Poel, Tom Pidcock ou Sonny Colbrelli – recentemente coroado como campeão europeu de elite masculina -.

    Dylan Van Baarle (prata) e Michael Valgren (bronze) completaram o pódio. O dia não dos restantes principais candidatos à medalha de ouro até por aqui se explica, ainda que em termos de blocos, a formação anfitriã, por exemplo, tenha realizado um trabalho estupendo, nomeadamente, pela ação de Remco Evenepoel.

    A discussão mediática sobre o papel do jovem ciclista na corrida, acalorada pelo inconfundível Eddy Merckx, esbarrou num desempenho positivo em prol dos colegas de equipa, isto apesar de nem uma medalha ter ficado em território belga (Jasper Stuyven foi quarto classificado).

    Do ponto de vista luso, os resultados finais ainda se revelaram mais azedos.

    Completamente ao lado da discussão da corrida, a comitiva portuguesa de ciclismo não foi além de um 39º lugar de Rui Oliveira, expondo uma certa inexperiência neste tipo de corridas e a dificuldade em obter resultados positivos desde as prestações mais sólidas de Rui Costa.

    Juntos, até nisto, a própria Espanha não foi além de um 23º lugar de García Cortina, ao passo que nações como a Eslovénia, Alemanha, Polónia ou Suiça também não conseguiram colocar ninguém nos 10 mais.

    Se a semana fechou da melhor forma, a prova de contrarrelógio individual também não deixou nada a desejar no seu começo.

    Uma luta de titãs terminou com nova revalidação, desta feita, com o bicampeonato de Filippo Ganna, ciclista da Ineos Grenadiers. O portento italiano redimiu-se da derrota no Campeonato da Europa – Stefan Kung sagrou-se campeão em Trentino, Itália -, e derrotou Wout van Aert e Remco Evenepoel por uma margem bem menor do que aquela que o catapultou para o título de campeão mundial de contrarrelógio em Imola, 2020.

    Uma extensão consideravelmente maior no comparativo “Imola (32 quilómetros) vs Flandres (43 quilómetros)” ou um maior equilíbrio entre os maiores especialistas do contrarrelógio?

    Sem realizar uma época tão autoritária como em 2020 – derrotas nos contrarrelógios dos Europeus e Jogos Olímpicos -, a verdade é que o imponente ciclista levou a medalha de ouro para casa, sendo uma das caras de uma verdadeira concentração de triunfos italiana.

    Por falar em Itália, eis uma das histórias mais incríveis vivida na Bélgica. Ao estilo da vitória de Anna Kiesenhofer nos Jogos Olímpicos, a vitória na prova de elite feminina recaiu sobre uma “outsider” de quem se espera muito (agora ainda mais): Elisa Balsamo, ciclista da Valcar – Travel&Service.

    Na linha de meta, a atleta que estará ao serviço da Trek-Segafredo a partir de 2022 bateu, nada mais, nada menos, do que Marianne Vos e Katarzyna Niewiadoma ao sprint.

    Ainda na linha feminina, fazer referência à vitória de Ellen van Dijk no contrarrelógio individual, que depois de vencer a prova em linha do Campeonato da Europa de estrada, superiorizou-se à especialista Marlen Reusser, vencedora do contrarrelógio individual de elites em Trentino.

    No fundo do pódio, a inconfundível Annemiek van Vleuten, que continua a colecionar excelentes resultados apesar dos seus 39 anos.

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    Ricardo Rebelo
    Ricardo Rebelohttp://www.bolanarede.pt
    O Ricardo é licenciado em Comunicação Social. Natural de Amarante, percorreu praticamente todos os pelados do distrito do Porto enquanto futebolista de formação, mas o sonho de seguir esse caminho deu lugar ao objetivo de se tornar jornalista. Encara a escrita e o desporto como dois dos maiores prazeres da vida, sendo um adepto incondicional de ciclismo desde 2011.