A Bélgica é onde está o coração do ciclismo e onde se disputam grande parte das mais importantes provas de um dia. A Driedaagse Brugge-De Panne marca a primeira incursão do World Tour por terras belgas e o ciclismo de primavera que tanto adoramos.
Historicamente uma prova por etapas exclusivamente masculina, passou recentemente a corrida de um dia e 2018 marcou a criação da prova feminina. Nessa estreia, foi Jolien D’Hoore a vencer, com um poderoso sprint numa chegada em pelotão compacto, batendo Chloe Hosking e Christine Majerus.
As ciclistas enfrentarão este ano 135 quilómetros totalmente planos e com apenas um setor de paralelo, curto e logo na fase inicial, mas terão pela frente outras dificuldades. Desde logo, decorrendo junto da costa, não será de estranhar se o vento forte se fizer sentir e ajudar a despedaçar o pelotão.
Além das condições atmosféricas, também a passagem por algumas zonas de estradas estreitas implicam que o bom posicionamento seja fundamental para quem queira alcançar um bom resultado.
Este ano, não teremos D’Hoore na discussão, já que a belga está a recuperar de uma lesão. No entanto, a sua equipa, a Boels-Dolmans, volta a aparecer como uma das favoritas. Chantal Blaak será a opção caso haja uma corrida mais partida, enquanto Dideriksen, Majerus e Pieters dão várias soluções para uma chegada ao sprint.
Igualmente preparada para todos os cenários está a Trek-Segafredo que, com Van Dijk e Hanson para uma postura ofensiva e Lepisto e Paternoster para uma chegada compacta, tem excelentes condições para colocar uma das suas atletas a festejar em De Panne.
Também entre o lote de principais candidatas temos de colocar a CCC-Liv, liderada por uma Marianne Vos em forma e capaz de triunfar em qualquer cenário, e a Virtu, com duas opções rápidas nas líderes do World Tour, a campeã europeia Bastianelli na Geral e Balsamo na Juventude.
Entre as melhores equipas, a Mitchelton-Scott é a que aparece com um alinhamento mais modesto, tendo Elvin e Roy como opções para tentar somar alguns pontos. Já a Sunweb não tem uma sprinter pura, mas com Mackaij, Kirchmann e Brand pode animar a corrida e figurar entre as primeiras mesmo que chegue um grupo grande à meta.
A segunda classificada do ano passado, Chloe Hosking, não parece estar na melhor forma, mas é sempre alguém a terem conta, tal como Lotte Kopecky e Lorena Wiebes ou a Canyon SRAM de Barnes, Ryan e Klein e a WNT-Rotor de Wild e Brennauer.
As belgas da Dolticini – Van Eyck, equipa da campeã nacional Daniela Reis, farão a sua estreia no World Tour em 2019 e contarão com a melhor ciclista portuguesa da atualidade. Longe de ser uma das favoritas, a equipa pode aspirar a um resultado interessante com Pascale Jeulande-Tranchant.
Favoritas
*** Lotta Lepisto, Amy Pieters
** Marianne Vos, Marta Bastianelli
* Chantal Blaak, Chloe Hosking
Foto de Capa: CCC-Liv