E agora, Rui?

    Cabeçalho modalidadesA época de 2017 não foi a melhor para Rui Costa. O ciclista poveiro até começou bem com uma vitória de etapa no Tour de San Luis e a conquista da etapa rainha e da Classificação Geral da Abu Dhabi Tour, nova prova do World Tour de especial importância para a sua equipa que estava a correr em casa. No entanto, a partir daí, o rendimento entrou em decréscimo e não só não voltou a vencer como até as suas exibições deixaram a desejar.

    Rui Costa continua a ser o melhor ciclista português da atualidade – mesmo na história da modalidade a nível nacional só encontra par em Joaquim Agostinho – e a sua vitória na Geral de uma prova World Tour, bem como outros lugares de destaque no escalão mais alto do ciclismo comprovam-no, mas a sua seca de resultados consistentes pode indiciar que estará a entrar na fase descendente da carreira, mesmo que com apenas 31 anos tenha ainda muitos anos para dar ao ciclismo.

    No entanto, mais credível que uma simples falta de pernas é a explicação de que Rui Costa não se adaptou ao papel de líder de equipa. Com a saída da Movistar em 2014, logo a seguir ao seu título mundial, começaram a sentir-se algumas diferenças. Só que uma primeira época menos vitoriosa, mas com bons resultados ao longo de todo ano não indicava o que se veio a passar a seguir e que transformou o português de um ciclista conhecido pela sua regularidade durante todo o ano em alguém incapaz de corresponder às expectativas e com os resultados positivos a aparecerem de forma mais espaçada.

    Rui Costa tem demonstrado alguma irregularidade nas últimas temporadas Fonte: Rui Costa
    Rui Costa tem demonstrado alguma irregularidade nas últimas temporadas
    Fonte: Rui Costa

    Este ano, era o líder da UAE Team Emirates, com apenas Louis Mentjes e Diego Ulissi como colegas com estatuto semelhante, mas tirando os bons dois primeiros meses, acabou por passar ao lado do que se pretendia dele, especialmente nas clássicas das ardenas, o seu terreno predileto. Ao analisarmos as prestações do português percebemos que grande parte da culpa é de o correr como líder o tornar um ciclista com mais responsabilidades na corrida e mais marcado pelos adversários, o que prejudica o seu estilo oportunista.

    Ora, para a próxima temporada, a equipa aproveitou a injeção do dinheiro dos patrocinadores do Médio Oriente para se reforçar em força com as estrelas Daniel Martin, Fabio Aru e Alexander Kristoff, que sobrepõe algum do seu calendário com o de Rui Costa, especialmente o irlandês nas clássicas, e que o obrigarão a trabalhar em seu prol em alguns momentos. Só que o que à primeira vista parece péssimo para o ciclista luso que desce bastante de posição na estrutura, pode acabar por ser uma benção que lhe permita voltar a correr de forma mais livre e com menor pressão, o que tantos bons resultados lhe proporcionou no passado.

    Os últimos tempos não têm sido bons para o ciclista que até no nosso país tem sido alvo de muitas críticas dos seus exigentes fãs e, por isso, tem algo a provar. Com a nova ambição e novas  caras da equipa pode continuar a ser líder em provas menores e noutras beneficiar de não ser a primeira aposta para, tal como acontecia nos seus anos nos espanhóis da Movistar, aproveitar uma maior liberdade para chegar aos que resultados que todos queremos que alcance.

     Foto de Capa: UAE Team Emirates

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