Giro d’Itália 2017 – A Confirmação de Dumoulin

    Vincenzo Nibali continua a somar pódios nas grandes voltas e a mostrar uma consistência impressionante no que diz respeito às 3 maiores corridas no ciclismo internacional. Mesmo assim, o “Tubarão” já não mostra conseguir estar a dar “dentadas” tão fortes quanto as que costumava dar. Além de fazer menos diferença nas montanhas do que em anos anteriores, também vimos o italiano a não “arrasar” tanto nas descidas como costuma fazer (de qualquer das formas, continuou a ser o melhor nessa vertente, neste Giro, sem qualquer dúvida).

    O homem da Bahrain Merida parece estar numa fase já mais descendente da sua carreira, mas convém salientar que ainda é capaz de estar com os melhores e descer como o melhor. Aquela etapa 16 – a etapa rainha – foi realmente prova disso. E, por fim, há que continuar a destacar a sua técnica em cima da bicicleta, sendo quase como um daqueles elementos que vemos e dizemos que “até parece fácil”…mas não é e é só para os melhores, como Nibali.

    Quem também fez uma boa prova foi Thibaut Pinot. É verdade, não terminou no pódio, mas esteve, até ao fim, na discussão pela vitória final e, não fosse uma abordagem má aos contrarrelógios que teve, poderia ter sido o grande vencedor…Mas é mesmo um facto de que o francês talvez tenha “retrocedido” um pouco no que diz respeito à sua evolução nesta mesma vertente.

    Em relação aos vencedores das camisolas, há que destacar Fernando Gaviria, que, aos 22 anos, já venceu 4 etapas na mesma prova do Giro e ainda conseguiu a camisola dos pontos. Um feito bastante notável para o jovem colombiano, que mostrou ser realmente o mais forte, desta edição, ao sprint.

    Fernando Gaviria foi um dos destaques do Giro Fonte: Giro d'Itália
    Fernando Gaviria foi um dos destaques do Giro
    Fonte: Giro d’Itália

    Mikel Landa foi o grande vencedor da camisola da montanha e, para mim, se existisse um prémio de “mais combativo”, ele teria ido para o Landa (com Rui Costa em segundo e, talvez, Pierre Rolland em terceiro). Bob Jungels impressionou na estrada e controlou na sua especialidade, o contrarrelógio, conseguindo, então, no último dia, tirar a camisola ao próprio Adam Yates.

    Por fim, com quase 1 hora de avanço sobre o segundo classificado, temos a Movistar como vencedora da categoria de melhor equipa, à frente da AG2R e da FDJ. A equipa espanhola terá de ser considerada uma das derrotadas da Volta a Itália, principalmente porque, apesar da incrível equipa que tinham e do prémio, pareciam mais preocupados em garantir etapas em fuga para a equipa segurar a enorme vantagem que tinham, em vez de poder a construir algo forte à volta de Quintana.

    Jan Hirt e Jan Polanc formaram um duo de “Jan’s” e conquistaram o seu espaço neste pelotão com incríveis nomes do ciclismo mundial. Domenico Pozzovivo voltou à alta-roda do ciclismo depois de, em 2014, ter feito a sua última grande classificação no Giro, com um 5.º lugar (desta vez, terminou em sexto). Grande temporada, até agora, do italiano, que parece em forma para conquistar o que vier dali para a frente.

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    Nuno Raimundo
    Nuno Raimundohttp://www.bolanarede.pt
    O Nuno Raimundo é um grande fã de futebol (é adepto do Sporting) e aprecia quase todas as modalidades. No ciclismo, dificilmente perde uma prova do World Tour e o seu ciclista favorito, para além do Rui Costa, é Chris Froome.                                                                                                                                                 O Nuno escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.