41 podiums e somente três vitórias. É este o simples e aterrador resumo da época de 2019 da equipa feminina da Sunweb.
As duas grandes líderes da equipa, Coryn Rivera e Lucinda Brand, ficaram ambas em branco da temporada. A americana não conseguiu continuar o sucesso das duas épocas anteriores em que ganhara a Ronde van Vlaanderens (2017) e o Women’s Tour (2018) e mostrou-se somente sólida com vários resultados entre os primeiros, mas nenhuma exibição de encher o olho. Já a holandesa, que se mudará para a Trek em 2020, até foi capaz de alguns destaques como o sexto no Giro ou o segundo na Madrid Challenge, mas mostrou-se incapaz de transformar a boa forma em triunfos.
Já nas segundas linhas, Mackaij continuou a sua progressão e o segundo posto na LBL mostrou que tem tudo para no futuro lutar pela glória nas grandes clássicas, enquanto Kirchmann acabou até por ser a mais prolífica da equipa com dois triunfos.
Contudo, a grande aposta da equipa é a juventude e daí vieram maioritariamente bons sinais. Koch chegou só a meio do ano, mas ainda foi a tempo de somar a única vitória da Sunweb no World Tour, Juliette Labous venceu a Juventude no Giro e na Califórnia e as suas exibições por terras transalpinas deixaram água na boca para anos vindouros. Mathiesen, Georgi e Lippert também deram boas indicações de que continuam num bom caminho ascendente em direção ao topo da modalidade.
Por outro lado, Susanne Andersen pareceu não ser propriamente bem gerida e fica a ideia que o seu potencial está ainda subaproveitado pelo conjunto holandês.
No mercado de transferências, a saída de Brand foi colmatada com a aquisição de uma gregária experiente, Alison Jackson, e mais duas jovens prometedoras, Anna Henderson e Wilma Olausson, mas que não dão garantias no imediato.
Para a próxima temporada, Rivera será a figura de proa e terá a responsabilidade de voltar aos grandes resultados e, preferencialmente, apresentá-los em quantidade e de forma recorrente durante o ano. Mackaij e Kirchmann também terão um papel importante e de assumir mais vezes a responsabilidade de chegar à meta em primeiro lugar.
Acima de tudo, há uma juventude na Sunweb em que se está a criar uma bolha prestes a explodir que tem potencial para ser uma força a ser temida por todo o pelotão e esperemos que a equipa seja capaz de aproveitar esse ímpeto para dar a volta após um ano de desilusão.
2020 até poderá não ser ainda o ano para vermos toda esta nova geração no seu esplendor, mas é fulcral para o futuro da equipa que esta vire finalmente o disco e institua uma nova dinâmica de vitória.
Foto de Capa: Team Sunweb / Cor Vos
Artigo revisto por Joana Mendes