A primeira edição do Dubai Tour, que se realizou nos dias 5, 6, 7 e 8 do corrente mês, caracterizou-se pelas suas etapas planas propícias à vitória de sprinters, algum vento, e, como consequência, até alguma areia no ar, em determinados momentos.
Neste contexto, o prólogo veio a tornar-se decisivo para a vitória final na volta, que sorriu ao ciclista americano da BMC, Taylor Phinney. Este venceu a etapa com 9,9km, deixando o seu colega de equipa Steven Cummings a 14 segundos, e Lasse Hansen (Garmin Sharp) a 16. Saliente-se que o pódio não se alterou até ao final da prova.
No entanto, o outro grande vencedor foi Marcel Kittel, da equipa Giant-Shimano, que venceu três das quatro etapas, todas elas com chegadas ao sprint. O corredor alemão mostrou-se numa forma notável sem dar quaisquer hipóteses a nomes como Peter Sagan ou Mark Cavendish. Kittel, com 25 anos, evidencia-se como um dos melhores sprinters da atualidade, senão mesmo o melhor. Quem não se lembra do último grande Tour de France que ele correu, vencendo quatro etapas… Parece que temos Kittel para continuar a vencer.
Em relação à participação portuguesa, é de realçar que tivemos Rui Costa a pedalar pela primeira vez pela equipa da Lampre e a ficar no 15º lugar. A prova não reunia as condições mais favoráveis para o nosso campeão do mundo de estrada, sendo que este utilizou a prova para dar quilómetros às pernas e começar a encontrar a sua melhor forma para a nova temporada.
A equipa do Banco Bic, só com portugueses, também esteve presente na prova, com uma participação algo discreta mas com o ciclista Diogo Nunes a alcançar o 3º lugar na classificação geral dos sprints intermédios.
Assim, apesar de esta edição inaugural se ter revelado pouco aliciante, comparada com o espetáculo a que o ciclismo mundial nos tem habituado, pareceu-me ter sido uma prova que serviu para os ciclistas se começarem a preparar fisicamente para as grandes voltas da temporada.