REMCO NA POLE POSITION, JAY VINE A DAR ESPETÁCULO E MADS PEDERSEN DE VERDE
Ao dia de hoje, foram vários os atletas que vestiram de vermelho (símbolo da liderança) durante a 77ª edição da “La Vuelta”. Após o contrarrelógio por equipas, vencido pela Jumbo-Visma, Robert Gesink, Mike Teunissen, Edoardo Affini e Primoz Roglic estiveram na tão ansiada pole position. Seguiu-se Rudy Molard (Groupama-FDJ), que beneficiou de uma fuga e da decisão tática da equipa holandesa para subir a liderança, isto antes de Remco Evenepoel tomar por assalto a liderança na primeira chegada em alto e nunca mais a perder até então.
E porque a corrida em si não depende apenas de uma luta, as três etapas iniciais, realizadas em solo holandês, testemunharam uma dupla oportunidade para os sprinters puros em competição, começando-se a construir uma luta a dois pela classificação por pontos: Sam Bennet (BORA-Hansgrohe) e Mads Pedersen (Trek-Segafredo). Nas chegadas a Utrecht e Breda, foi o sprinter irlandês da equipa alemã que bateu o antigo campeão do mundo de elites, que nunca conseguiu igualar a potência do seu adversário, assim como Tim Merlier ou Pascal Ackermann, grandes nomes do sprint que não têm estado no seu melhor.
“Capa de revista” são também os homens que liquidaram vitórias em etapa fruto de uma fuga, e falamos já de cinco etapas que tiveram um final deste género. Marc Soler, em Bilbao, colocou um fim ao jejum espanhol em vitórias por etapa em grandes voltas, que já durava há 121 etapas, ao passo que Jesús Herrada, da Cofidis, conquistou a segunda para “Nuestros Hermanos”. Neste capítulo, ainda assim, o maior nome, pelas prestações impressionantes nas altas pendentes espanholas, foi o de Jay Vine.
Em San Miguel de Aguayo e Colláu Fancuaya, o australiano da Alpecin-Deceuninck inseriu-se na fuga, resistiu à ameaça dos favoritos e foi o homem mais forte em ambos os dias. O ciclista com um passado formidável no “Zwift” deu nas vistas, assim como um dos nomes que constaram no último top10 da Volta a França: Louis Meintjes (Intermaché Wanty-Gobert), que venceu a última etapa antes do dia de descanso naquela que está a ser a melhor época da sua carreira.
Sobra apenas mencionar a vitória de Primoz Roglic no quilómetro final acidentado em Laguardia, na quarta etapa, antecipando um estado de forma que… não se veio a confirmar. O titã esloveno aparenta estar uns furos abaixo do usual, explicando-se essa realidade através da preparação conturbada após a queda na Volta a França. Ao contrário do que se pensava, foram Remco e Enric Mas os homens mais fortes da primeira semana.
Nos duelos até agora registados não se notabilizaram grandes ataques, mas sim diferenças de ritmo em altas pendentes, e onde o prodígio Belga esteve acima de todos os outros. Com o contrarrelógio após o dia de descanso, Remco Evenepoel pode chegar a meio da prova com cerca de três minutos de diferença para o segundo classificado.
Ainda assim, espera-se mais de Roglic, assim como Carlos Rodriguez, Simon Yates e a dupla João Almeida e Juan Ayuso podem ter algo a dizer na luta pelo pódio, caso Remco continue a consolidar a sua vantagem rumo à vitória na Vuelta.