Começámos esta etapa 6 a quebrar a história desta Volta. O local de partida deste dia, Torre de Moncorvo, já não recebia o pelotão nacional num início de uma etapa desde 1931. Ora nesse ano estava em andamento a segunda edição (!) da Volta a Portugal em bicicleta e curiosamente quando partiu desta localidade também terminou em Bragança, tal como aconteceu hoje. E para a história fica também a vitória de Héctor Sáez e a segunda da Euskadi Basque Country/Murias.
Nesta etapa, o pelotão tinha de contar com alguma dificuldade inicial visto que nos primeiros 54 km da corrida tinham de passar por três dificuldades montanhosas (três contagens de terceira categoria). O resto do percurso até ao final em Bragança avizinhava-se, teoricamente, mais fácil. Talvez um dia para os sprinters brilharem e calmo para os homens da geral.
O dia começou com chuva e também com um minuto de silêncio em memória a Bjorg Lambrecht, que faleceu após uma queda na Volta à Polónia. O Bola na Rede também se junta a esta homenagem ao ciclista belga da Lotto Soudal feita pela caravana da Volta a Portugal.
The biggest tragedy possible that could happen to the family, friends and teammates of Bjorg has happened… Rest in peace Bjorg… ❤️ pic.twitter.com/9u9LZkp2Rt
— Lotto Soudal (@Lotto_Soudal) August 5, 2019
Estávamos na segunda subida do dia (Freixo de Espanha à Cinta) e o pelotão enquanto subia acabou por se partir em vários grupos. No primeiro grupo estavam todos os ciclistas do top dez e com especial atenção para uma mancha “azul e branca” – todos os corredores da W52-FC Porto estavam neste grupo avançado, expeto Samuel Caldeira.
Mas a 97 km do final o pelotão voltou a reagrupar-se depois de um belo trabalho da Efapel. Tínhamos uma nova situação de corrida e, agora, na frente da corrida havia 11 corredores com cerca de quatro minutos de vantagem sobre o pelotão liderado pela equipa do camisola amarela, W52-FC Porto.
Dar nota de que Luís Gomes é o novo camisola da montanha desta Volta a Portugal. O ciclista da Rádio Popular/Boavista conseguiu chegar ao primeiro lugar desta qualificação depois de amealhar os pontos necessários nesta etapa para. E também de quatro abandonos: Domingos Gonçalves e David Lopez (Caja Rural – Seguros RGA), Bruno Amaral e José Cruz (Bai Sicasal – Petro de Luanda).
A chuva começou a ser protagonista também nesta corrida. Uma má notícia para a segurança dos ciclistas, mas uma boa notícia para os 11 corredores que iam na frente.
O pelotão andava calmamente lá atrás sem grandes preocupações, pois não valeria a pena arriscar a integridade física para aumentar o ritmo para apanhar os 11 ciclistas. E porque também o melhor classificado estava a mais de 14 minutos e, portanto, o pelotão podia deixar a fuga dar certo.
Com 40 km para o final desta etapa 6 e o grupo da frente tinham cerca de sete minutos de vantagem. A fuga começava a ter uma grande possibilidade de conseguir vingar. Faltava apenas saber quem seria o vencedor.
Ao quilómetro oito para o final o canadiano Benjamin Perry tentou a sua sorte após saltar do grupo que estava na frente da corrida, mas os outros dez ciclistas não queriam de todo também perder também a oportunidade de ganhar a etapa e lutava para isso.
Os últimos quilómetros a serem muito confusos com muitos ataques dos vários corredores. Pena também o único português Rafael Lourenço (UD Oliveirense/Inoutbuild) com possibilidade de ganhar a etapa que acabou por cair a três quilómetros do fim.
Entrávamos no último quilómetro e estavam na frente Benjadim Perry (Israel Cycling Team) e Héctor Sáez (Euskadi Basque Country/Murias). O canadiano abordou mal a última curva para a reta final e acabou por dar muito espaço ao espanhol que foi fatal. Héctor Sáez, ciclista da Euskadi Basque Country/Murias, acabou ganhar e por dar de forma tranquila a segunda vitória à sua equipa.
Destacar uma queda também no início do pelotão no mesmo sítio onde caiu Rafael Lourenço ao km 3. Caíram muitos ciclistas da W52-FC Porto e com especial destaque para Daniel Mestre, camisola verde dos pontos, e Gustavo Veloso, camisola amarela.
Apesar da queda, os corredores estavam protegidos pelos últimos três quilómetros e ficaram com o mesmo registo do pelotão. Ainda assim, o líder da Volta a Portugal cortou a meta com muitas queixas. Esperemos que não tenha sido nada que impossibilite Gustavo Veloso de continuar em prova.
TOP 10 DA ETAPA 6:
1º Héctor Sáez (Euskadi Basque Country/Murias) 4h:55m:14s
2º Benjamin Perry (Israel Cycling Team) +0:07s
3º Txomin Juaristi (Equipo Euskadi) +0:10s
4º Julen Moreno (Caja Rural – Seguros RGA) +0:11s
5º Filipe Cardoso (Vito-Feirense-PNB) +0:33s
6º Cyrille Thièry (Swiss Racing Academy) +0:33s
7º Gonçalo Leaça (L.A Aluminios/L.A. Sport) +0:33s
8º Micael Isidoro (BAI Sicasal Petro Luanda) +0:33s
9º Alvaro Trueba (Sporting/Tavira) +0:36s
10º David Livramento (Sporting/Tavira) +0:48s