O Ciclismo Nacional em 2022 #2

FIGURAS DO ANO E PRINCIPAIS DESILUSÕES

Como já é habitual, todas as épocas há uns que conseguem demonstrar superioridade e autoridade e outros cujos resultados não se coadunam com as expetativas elevadas. Nesta secção visa-se, portanto, enumerar alguns ciclistas e equipas que se enquadram num ou noutro grupo.

AS FIGURAS

Mauricio Moreira (Glassdrive Q8 Anicolor) – O ciclista natural de Salto, cidade do norte do Uruguai, na fronteira com a Argentina, ao ser o mais recente vencedor da Volta a Portugal, tem de ser apontado como a figura do ano, no que ao ciclismo nacional diz respeito.  O polivalente uruguaio, exímio no contrarrelógio, potente nas acelerações e espetacularmente regular nos terrenos inclinados, ingressou no ano de 2022 com a Volta a Portugal como objetivo primordial, tendo contas pendentes do ano anterior a acertar com a competição, ao ter ficado infortunadamente arredado da vitória final após uma queda no contrarrelógio da derradeira etapa, quando tudo indicava que quem subiria ao lugar mais alto do pódio seria ele e não Amaro Antunes (W52/FC Porto).

Ao longo do ano de 2022, Mauricio Moreira, além de se ter tornado o grande vencedor 83.ª edição da Grandíssima (acumulando também triunfos numa etapa de montanha e no contrarrelógio final da prova), superiorizou-se igualmente aos rivais no GP Anicolor e no GP Jornal de Notícias (tendo aí vencido o prólogo e a disputa pela classificação geral).

Rafael Reis (Glassdrive Q8 Anicolor) – O português de 30 anos de idade, na sequência de uma temporada de 2021 irrepreensível, voltou a não desapontar. Rafael, que começou, nos primórdios da sua carreira na modalidade, por ser um crónico especialista em prólogos, evoluiu, com o passar dos anos, para se tornar um ciclista ultracompetitivo nos contrarrelógios mais longos e um gregário de luxo, tendo conseguido defender de forma segura, com o auxílio dos seus colegas de equipa, a camisola amarela de Mauricio Moreira na Grandíssima. Prova de todas as suas qualidades são as suas conquistas este ano: sétima vitória de etapa da carreira na Volta a Portugal (prólogo); primeiro lugar no prólogo e na classificação geral do Grande Prémio O Jogo; primeiro classificado nos Jogos do Mediterrâneo, na vertente de contrarrelógio; e campeão nacional de contrarrelógio, tendo batido para esta conquista os internacionais João Almeida e Ivo Oliveira (ambos da UAE Team Emirates).

João Matias (Tavfer-Mortágua-Ovos Matinados) – O sprinter da Tavfer no ciclismo de estrada, também conhecido pelas suas qualidades no ciclismo de pista, ao serviço da seleção nacional, teve este ano a melhor época da sua carreira ciclística. O barcelense principiou logo a época da melhor forma, ao exibir toda a sua combatividade diariamente nas fugas da Volta ao Algarve, que foi recompensada com a conquista final da camisola da montanha. Todavia, o sucesso da época de Matias, como é evidente, não ficou por aqui, estando o melhor reservado para o último terço da época. Em agosto, com o antigo profissional da modalidade ao volante, Gustavo César Veloso, teve à sua disposição um comboio de sprint excelentemente organizado e pôde levantar os braços na linha de chegada de duas etapas da Volta a Portugal, tendo sido apenas batido, em termos de regularidade nos sprints da competição, pelo talentoso norte-americano Scott McGill            (Wildlife Generation Pro Cycling). Para finalizar o ano em grande, venceu ainda o Circuito da Malveira.

Frederico Figueiredo (Glassdrive Q8 Anicolor) – O já experiente lisboeta, o terceiro ciclista da Glassdrive mencionado nesta secção, assumiu-se como o melhor trepador do pelotão nacional no ano de 2022. As melhores demonstrações das suas capacidades a subir aconteceram na Volta a Portugal. Na Grandíssima, Frederico não se sagrou o grande vencedor da competição, resultado dos seus esforços contra o cronómetro medíocres e da lealdade demonstrada para com o seu chefe de fila, Mauricio Moreira, pois, se apenas a vitória estivesse dependente do desempenho nas montanhas, esta teria sido garantidamente sua. Apesar de não ter conquistado a grande prova da temporada, teve uma época soberba: venceu a etapa com chegada a Miranda do Corvo e conquistou a camisola da montanha, na Volta a Portugal; foi o mais forte na Clássica Aldeias do Xisto e na Volta a Albergaria; e conquistou uma etapa, a camisola da montanha, a camisola dos pontos e a classificação geral no GP de Torres Vedras.

Menção honrosa: Orluis Aular (Caja Rural-Seguros RGA) – O venezuelano de 26 anos, ainda que não faça parte do pelotão nacional e esteja integrado numa histórica formação espanhola do segundo escalão do ciclismo internacional, a Caja Rural, quando veio competir a Portugal, no primeiro trimestre do ano, mostrou-se completamente inabalável, tendo ganho as duas provas que disputou. O atual campeão nacional venezuelano da corrida em linha e de contrarrelógio e da prova em linha dos Juegos Suramericanos exibiu-se num estado de forma superlativo quando competiu em Portugal e não poderia deixar de ser mencionado, tendo-se sagrado vencedor da Clássica da Arrábida e da Volta ao Alentejo, prova na qual também conquistou a etapa inaugural, o contrarrelógio e a camisola dos pontos.

Redação BnR
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