Portugal é um país em que o monopólio da atenção mediática no desporto está virado para o futebol. No entanto, em todos os verões, há um evento que traz à ribalta o ciclismo: a Volta a Portugal.
Trata-se de um evento que, pela adesão da população, se torna algo difícil de não despertar a atenção durante uma semana e meio no verão. Os protagonistas passam despercebidos a maioria do ano. Não há grande cobertura e interesse mediático do calendário velocipédico nacional, mas quando a Volta abre no prólogo tudo muda.
Desde as míticas com as chegadas no alto à Senhora da Graça e à Torre, passando pelas etapas em linha, até ao contrarrelógio decisivo no final, tudo é vivido como se o ano velocipédico se completasse nessa semana e meia.
Os casos de doping em equipas portuguesas, nomeadamente o último da W52/FC Porto, podem abalar a credibilidade junto dos patrocinadores e, assim a reputação internacional, mas não a nível nacional, onde as pessoas querem ver o espetáculo das bicicletas.
Apesar de não ser fundamental, o facto de não ser possível cobrir todo o território nacional de Portugal continental é prejudicial para a sua imagem e divulgação por todas as regiões, nomeadamente para as gerações mais novas. Trata-se de um assunto que a organização da volta deve estar atenta na cooperação com as câmaras municipais, assim como a atração de equipas do World Tour ou, pelo menos, do segundo escalão da Unidade de Ciclismo Internacional, a categoria continental profissional.
Por último, e não menos importante, as atividades junto à meta também ajudam à adesão do público, nomeadamente dos mais novos a esta emblemática prova. Em 2025, a Volta a Portugal volta no final do julho, iniciando na Maia e com o final marcado para o contrarrelógio em Lisboa.
Os protagonistas
Colin Stussi, vencedor da geral individual da Volta em 2023
“Eu gosto da atmosfera, da competição, das subidas porque eu gosto de provas difíceis. São 11 dias que é adequado para mim.”
Rúben Pereira, Glassdrive-Q8-Anicolor
“Foi a melhor volta dos últimos 15 anos”