O puzzle de van der Breggen

    Pelo meio das notícias sobre como se poderá reiniciar a atividade ciclística após a paragem forçada pela pandemia, uma outra não pode deixar de captar as atenções dos amantes da modalidade, Anna van der Breggen anunciou que terminará carreira em 2021.

    A campeã olímpica de fundo, no Rio 2016, já ganhou praticamente tudo. Triunfou em Mundiais e Europeus, no Giro Rosa, na Ronde van Vlaanderen, na Liège-Bastogne-Liège, na La Course… E convém também mencionar o impressionante feito de cinco vitórias consecutivas na La Flèche Wallonne (e a contar). Talvez comecem a faltar objetivos.

    O que surpreende é fazê-lo em tão tenra idade, uma vez que conta somente 30 primaveras, ou seja, está ainda no ponto alto da carreira. Veja-se como a sua rival e campeã do mundo van Vleuten, aos 37, continua a ser uma das dominadoras do ciclismo ou a estrela da pista Kirsten Wild, que, também com 37, está a considerar correr mais uma época para poder lutar por mais ouros Olímpicos.

    Contudo, não é novo algum desgaste de Breggen com o Ciclismo de estrada, basta lembrar como em 2019 abdicou de grande parte da temporada de clássicas para se juntar à colega Annika Langvad e disputar (e, claro, vencer) a Cape Epic, a principal prova por etapas do BTT.

    Ainda assim, o término da carreira como atleta de forma tão madrugadora não seria o cenário mais esperado. Sendo verdade que o regime de vida de uma ciclista de alta competição é extremo e, para alguém que já pouco mais tem para almejar alcançar no desporto, pode ser compreensível que não esteja na disponibilidade de continuar mesmo no apogeu da sua vida, não se pode negar que a sua opção de seguir carreira ligada ao Ciclismo – passará a ser Diretora Desportiva – lhe continuará a trazer muitos dos sacrifícios de agora, como as muitas viagens e os longos períodos fora de casa.

    Uma retirada do desporto tão cedo causa sempre algum espanto e, apesar de podermos especular sobre algumas das razões, fica sempre uma parte do puzzle por completar para perceber o porquê desta decisão. De todo o modo, uma coisa é certa: Anna van der Breggen vai deixar saudades.

    Foto de Capa: Flèche Wallonne

    Artigo revisto por Joana Mendes

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