Os melhores momentos da 1.ª Clássica de Santo Thyrso

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    No último domingo, o BnR esteve presente na 1ª edição da “Clássica de Santo Tirso”, prova de um dia em homenagem a José Pacheco, ciclista tirsense que ganhou a Volta a Portugal em 1962 e que detém o recorde de etapas ganhas numa edição da “Grandíssima” (8). 144,4 quilómetros entre Vila das Aves e Santo Tirso, o pelotão foi constituído por equipas portuguesas do escalão de elite e sub-23.

    Para a maior parte das formações era a possibilidade de conquistar o primeiro triunfo da época. Era o caso da Glassdrive. “O objetivo é que a equipa ganhe, é a primeira competição que vamos realizar realmente para vencer, depois da Volta ao Algarve e depois da Clássica da Figueira”, disse Fábio Costa, ciclista da equipa de Águeda. Costa assumiu ainda que a vitória na Volta ao Alentejo, disputada em meados deste mês, é um dos grandes objetivos do ano para a formação que venceu a Volta a Portugal em 2022.

    A ABTF Feirense entrou como a única equipa portuguesa já com vitórias, com o triunfo de Santiago Mesa na Prova de Abertura, disputada no início de fevereiro.  Ivo Pinheiro, ciclista da formação de Santa Maria da Feira, admitiu que “o objetivo da corrida é estarmos na disputa , estarmos atentos às principais fugas do dia e queremos ganhar a corrida como é óbvio”.

     As equipas sub-23 tinham ainda a possibilidade de pontuar com vista a confirmar o apuramento para a Volta ao Alentejo. Era o caso da Óbidos Cycling Team. “O objetivo de hoje passa por conseguir o maior número de pontos possíveis para a qualificação para a Volta ao Alentejo, que é um dos grandes objetivos da equipa e claro que se pudermos vencer no nosso escalão é sempre gratificante”, disse Tomás Bauwens, ciclista da equipa de Óbidos, em declarações ao BnR antes da partida.

    Bawens admitiu ainda que um dos objetivos da equipa para a prova passava também por colocar um homem na fuga e destacou o bom momento de forma da equipa. Hélder Azevedo, ciclista da ACDC Trofa, apontou da mesma forma, os pontos para o ranking sub-23 como um objetivo da sua equipa mas também “como somos uma equipa vizinha de Santo Tirso, acima de tudo, mostrar a nossa imagem”.

    5. A FUGA DO DIA

    As provas do ciclismo nacional têm a particularidade de ser disputadas a um ritmo elevado, logo a partir do km 0. São corridas imprevisíveis, em que é fácil existir uma descoordenação entre as equipas no pelotão, facilitando o sucesso de uma fuga. Portanto, a seleção dos fugitivos é sempre um dos momentos-chave da corrida.

    A Clássica de Santo Tirso não foi exceção e todas as formações de elite estavam representadas num grupo com 10 corredores. Na frente da corrida ficaram: Rodrigo Caixas; Alexandre Montez; Ruben Simão; Vicente Garcia de Mateos; Francisco Guerreiro; César Fonte; Luís Gomes; Fábio Oliveira; Frederico Figueiredo e Gonçalo Amado.

    O destaque claro vai para o vice-campeão da Volta a Portugal, mas também para a LA Alumínios, uma vez que foi a única equipa a conseguir colocar dois ciclistas na fuga (Caixas e Montez).

    No pelotão era a Efapel quem perseguia, com a Glassdrive e a Aviludo-Louletano bem perto da frente. Ainda entre os favoritos, estavam bem representadas algumas formações de sub-23 como a Fonte Nova-Felgueiras e a Óbidos Cycling Team, sendo que algumas equipas tinham já perdido vários elementos, tal como a Fortunna-Maia e a equipa do Centro de Ciclismo de Loulé, que fazia a sua estreia numa prova com equipas de elite.

    4. CAIXAS ABRE O JOGO

    Rodrigo Caixas foi um dos ciclistas mais ativos do dia. Na frente, disputou tanto as metas volantes, como as passagens pelo prémio de montanha na 3ª categoria de Refojos. Quando o grupo se partiu, o homem da LA foi capaz de estar entre os últimos três sobreviventes da fuga do dia, deixando para trás ciclistas como De Mateos e Amado, que iam disputando as contagens de montanha com o jovem de 23 anos. Rodrigo Caixas acabou por vencer a classificação da montanha.

    3. A DEZENA PASSA A QUARTETO… E DEPOIS A TRIO

    No momento da primeira passagem pela meta, na Rua Dr. José Cardoso de Miranda, a fuga tinha mais de três minutos para o pelotão liderado pela Efapel. 10 ciclistas estavam na frente, mas esta constituição não tardou a mudar. Uma movimentação no grupo permitiu ao quarteto  de Gomes, Caixas, Montez e Oliveira isolar-se na frente, com Gonçalo Amado em posição intermédia.

    Na segunda passagem pela meta, Alexandre Montez perdia o contacto com os homens da frente. Mais atrás, era Frederico Figueiredo a puxar o grupo onde seguiam os restantes elementos da fuga original, deixando mesmo dois ciclistas para trás ao endurecer o ritmo na subida que levava à chegada.

    O pelotão continuava a ser conduzido por uma Efapel que não conseguia reduzir diferenças. 3 minutos e 35 segundos, era o tempo de atraso do pelotão em relação à frente da corrida e começava a existir uma hipótese séria da prova ser disputada pelos corredores que seguiam na frente.

    2. GLASSDRIVE VS LUÍS GOMES

    Na terceira e penúltima volta da Clássica de Santo Tirso, a Glassdrive assumiu o controlo da perseguição no pelotão, o que levou a uma redução drástica da distância entre o grupo dos favoritos e a frente da corrida. Quando os três da frente passavam na meta pela penúltima vez, a vantagem já era inferior a um minuto.

    Pouco depois do início da última volta, Rodrigo Caixas perdia o contacto com Fábio Oliveira e Luís Gomes. O ciclista da ABTF Feirense ainda conseguiu confirmar a vitória na classificação das metas volantes (representada pela camisola verde) mas também não demoraria a ficar para trás. Luís Gomes, ciclista da Kelly/Simoldes/UDO e vencedor de etapa em várias edições da Volta a Portugal, seguia na frente, com Maurício Moreira a aumentar muito o ritmo num pelotão onde já apenas seguia Francisco Campos, no que aos ciclistas de equipas de clube diz respeito.

    Gomes iniciou um braço de ferro contra a equipa de Águeda que perseguia e reduzia a vantagem para 20 segundos. A partir daí o espaço teimava em não fechar e parecia que a formação de Oliveira de Azeméis estava prestes a ganhar a primeira corrida do ano, depois de uma “Algarvia” bem conseguida.

    A 5 km da meta, o pelotão acabou com as esperanças de Luís Gomes. O gaiense tem características que se adaptam ao perfil da chegada mas ao passar tanto tempo na frente, faltaram as energias.

    1.CONTTE É O PRIMEIRO VENCEDOR

    A chegada era em ligeira subida, pelo que as características de ciclistas como Luís Mendonça, Rafael Silva, Fábio Costa e Tomás Contte eram bastante favorecidas, uma vez que são ciclistas capazes de mudanças de ritmo “explosivas”. Silva e Mendonça acabaram por ficar de fora, devido a avarias mecânicas.

    Já dentro do km final foi Contte, ciclista da Aviludo-Louletano a lançar o sprint, com apenas Fábio Silva, da Glassdrive a apanhar a roda do argentino. De pouco valeria ao ciclista natural de Ermesinde, uma vez que nem conseguiria colocar-se ao lado de um Tomás Contte imparável, fazendo lembrar as vitórias conquistadas no Grande Prémio Jornal de Notícias, a encerrar a época de 2022.

    Primeira vitória para a Aviludo-Louletano em 2023, um início de temporada bem mais promissor depois de uma época quase a zeros em 2022. “O ano passado não foi uma época muito boa para a equipa porque apanhámos muitas doenças e começar a época assim é diferente porque no ano passado, era a última corrida do ano e ainda não tínhamos ganho e era uma época em que tínhamos planeado muitas coisas” disse Tomás Contte em declarações ao BnR, após a cerimónia do pódio

    O argentino destacou ainda as passagens em Refojos como os momentos decisivos da corrida, devido ao desgaste que foi sendo acumulado nos ciclistas.

    No que aos sub-23 diz respeito, Pedro Silva, homem da Glassdrive (ganhou a classificação por equipas), foi o melhor do dia ao fechar na terceira posição da geral. De entre as equipas de clube, Francisco Campos foi o melhor ciclista, ao fechar na 17ª posição, com a sua equipa, a Fonte Nova- Felgueiras a conquistar o prémio de melhor formação de clube, mantendo a superioridade que já tinha mostrado nas primeiras corridas do escalão.

    Válter Sousa, Diretor desportivo da formação de Felgueiras, falou ao BnR e elogiou a prestação da sua equipa “Nós ganhámos em equipas de clube, chegámos com o Francisco no grupo principal. O nosso objetivo é pontuar para angariarmos pontos para a Volta ao Alentejo, estamos na frente do ranking e é esse o nosso objetivo. É fazer uma chegada mais na frente possível ou ganhar ali com o Francisco e depois com os sub-23 pontuar o máximo para irmos à Volta ao Alentejo, à Clássica da Arrábida e a outras provas importantes”

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    Filipe Pereira
    Filipe Pereira
    Licenciado em Ciências da Comunicação na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, o Filipe é apaixonado por política e desporto. Completamente cativado por ciclismo e wrestling, não perde a hipótese de acompanhar outras modalidades e de conhecer as histórias menos convencionais. Escreve com acordo ortográfico.