Paris-Roubaix: Um neerlandês voador realiza a ambição de um inglês sonhador

    AS DESILUSÕES

    Mathieu Van der Poel – A corrida de Van Der Poel não foi péssima, mas, tendo em conta a qualidade das suas exibições nas corridas precedentes e o esforço hercúleo dos seus colegas de equipa, que estiveram ao seu serviço durante toda a jornada, um nono lugar deixa um pouco a desejar para este grande campeão, que nunca vira a cara à luta.

    Quick-Step Alpha Vinyl Team – A “rainha das clássicas do Norte”, a Quick Step, procurava redimir-se dos seus resultados paupérrimos nas clássicas do empedrado este ano. Taticamente, a corrida da equipa foi quase imaculada, sempre a colocar ciclistas nas movimentações importantes, mas os azares voltaram a bater à porta, o que os impossibilitou de obter a classificação final desejada. Independentemente disso, os patrocinadores investem dinheiro nas equipas para que elas atinjam objetivos, que não foram atingidos. Por esse motivo, esta classificação é atribuída não só com base no Paris-Roubaix, mas na globalidade das clássicas do Norte.

    Os espetadores – Como nota final, há que fazer uma chamada de atenção para aqueles que aguardam a passagem dos ciclistas na berma da estrada. Já é mais do que evidente que o comportamento dos espetadores que ladeiam os heróis do empedrado pode ter uma grande influência no desfecho final da corrida e, mesmo quando não o tem, o respeito é sempre imperativo no desporto, que apenas pode perdurar baseado em princípios e valores de dignidade e respeito. Numa corrida como esta, que possui bastantes particularidades, na eventualidade de não se saber como assistir à mesma, é preferível que se fique em casa. Um exemplo de uma situação infeliz causada pelos espetadores (nesta edição) deu-se a menos de 10 km da meta, quando Yves Lampaert, da Quick-Step, que tinha francas possibilidades de disputar o pódio, foi derrubado por um fã, que, muito provavelmente, não desejava que nada daquilo tivesse acontecido. O “Inferno do Norte” já é dificílimo de concluir para os ciclistas, portanto, não o tornemos mais infernal.

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    Miguel Monteiro
    Miguel Monteirohttp://www.bolanarede.pt
    O Miguel é um estudante universitário natural do Porto, cuja paixão pelo desporto, fomentada na infância pelos cromos de Futebol que recebia e colava nas cadernetas, considera ser algo indescritível. Espetador assíduo de uma multiplicidade de desportos, tentou também a sua sorte em algumas modalidades, sem grande sucesso, tendo encontrado agora na análise desportiva uma oportunidade para cultivar o seu amor pelo desporto e para partilhar com os demais as suas opiniões, nomeadamente de Ciclismo, modalidade pela qual nutre um carinho especial.