Philippe Gilbert: Memórias de um “matador” sem preferências

    RECOMPENSA DE ROUBAIX PARA OS AUDAZES

    2019 foi o terceiro e último ano de Gilbert na Quick-Step. O vencedor de três monumentos distintos tinha a Paris-Roubaix como um dos grandes objetivos dessa temporada e para isso trabalhou. Apesar de estar a mostrar toda a sua valia como gregário de luxo nesse ano; individualmente, encontrava-se uns furos abaixo do que seria de desejar nas clássicas belgas do empedrado, mas tudo isso foi esquecido, miraculosamente, no dia 14 de abril.

    No 14.º dia do mês de abril, disputou-se o monumento francês, a Paris-Roubaix, e Philippe, desde cedo, mostrou ao que vinha: passou com confiança o Trouée d’Arenberg, apresentou-se sempre bem colocado e, a cerca de meia centena de quilómetros do final da competição, atacou em conjunto com outros elementos. Daí para a frente, não se inibiu de atacar e, quando o alemão Nils Politt atacou de forma decisiva, Gilbert foi o único com capacidade para o seguir, o que levou a corrida para um sprint a dois, no velódromo de Roubaix, no qual o belga levou a melhor. Com isto, a Gilbert só lhe ficava a faltar a Milano-Sanremo, “La Primavera”, que nunca veio a vencer.

    A DESPEDIDA

    Após 20 anos como ciclista profissional e 80 triunfos, com passagens por várias equipas, tais como: a Française des Jeux, a Lotto, a BMC e a Quick-Step; Philippe Gilbert optou por colocar um ponto final na sua impressionante carreira, no passado dia 9 de outubro, na Paris-Tours (venceu a prova por duas vezes).

    Com 40 anos de idade, o “javali das Ardenas” despediu-se de uma modalidade na qual foi interveniente ativo e dinamizador principal no século XXI. Na memória, fica um legado único, que é o suficiente para emocionar fãs por todo o mundo. Gilbert é a História viva do ciclismo e nunca o deixará de ser. Apenas resta imaginar o quão mais lendária (ainda) teria sido a sua carreira e o seu palmarés com um triunfo na “La Primavera”.

    Obrigado, Philippe!

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    Miguel Monteiro
    Miguel Monteirohttp://www.bolanarede.pt
    O Miguel é um estudante universitário natural do Porto, cuja paixão pelo desporto, fomentada na infância pelos cromos de Futebol que recebia e colava nas cadernetas, considera ser algo indescritível. Espetador assíduo de uma multiplicidade de desportos, tentou também a sua sorte em algumas modalidades, sem grande sucesso, tendo encontrado agora na análise desportiva uma oportunidade para cultivar o seu amor pelo desporto e para partilhar com os demais as suas opiniões, nomeadamente de Ciclismo, modalidade pela qual nutre um carinho especial.