Rúben foi Guerreiro na vitória de Dylan Teuns na La Flèche Wallonne

    A 86ª edição da La Flèche Wallonne foi conquistada pelo belga Dylan Teuns. O ciclista da Bahrain-Victorius derrotou Alejandro Valverde (Movistar) e Aleksandr Vlasov (BORA -Hansgrohe) no mítico Mur de Huy, acabando com o jejum da Bélgica na competição, que já perdurava desde 2011.

    O primeiro destaque vai para a excelente prestação do português Rúben Guerreiro (EF Education-Easy Post), que terminou na 7ª posição, o terceiro melhor resultado de sempre para Portugal e a melhor prestação do ciclista de 27 anos nas clássicas da primavera.

    No lote de favoritos constavam, à cabeça, Tadej Pogacar (UAE Team Emirates) e Julian Alaphilippe (Quick-Step Alpha Vinyl Team), sem descurar nomes como o próprio “Bala”, Alejandro Valverde, mas também Daniel Martínez (Ineos-Grenadiers), Michael Woods (Israel-Premier Tech) ou Benoit Conesfroy (AG2R Citroen Team). O que é certo é que o que vinha no papel… não se confirmou, começando logo pelo grande vencedor.

    Sobre a corrida, e em comparação com anos anteriores, o esquema desta edição da Flèche Wallone sofreu uma alteração significativa. Cotê d´Ereffe, Côte de Cherave e Mur de Huy constituíram um circuito final com tripla passagem nos sensivelmente 100 quilómetros finais, fazendo antever uma predisposição mais atacante do pelotão.

    A fuga do dia nunca representou grande perigo, destacando-se a mexida de Simon Carr (EF Education-Easy Post), já na fase final do percurso. As verdadeiras cartadas entre os grandes galos começaram-se a fazer muito perto da linha de meta, quando a Bahrain-Victorius e a Ineos-Grenadiers assumiram a corrida a 25 quilómetros da subida final.

    As forças coletivas estancaram qualquer movimentação individual dos favoritos, remetendo a decisão da prova para o Mur de Huy, a mítica dificuldade com a extensão de 1 quilómetro e 300 metros, a 9,8% de pendente média. A intensa luta pelo posicionamento ganhou outra dimensão ainda antes da penúltima dificuldade, onde a Jumbo-Visma e a Quick-Step Alpha Vinyl Team a intrometerem-se na perseguição a Carr e a Valentin Ferron (TotalEnergies), o único elemento da escapada original capaz de seguir o britânico.

    Neutralizada a fuga à entrada do Côte de Cherave, foi a Cofidis que mais ambição demonstrou com um ataque de Rémy Rochas, apenas com resposta de Mauri Vansevenant (Quick-Step Alpha Vinyl Team). Nesta tentativa de surpreender, seguiu-se Soren Kragh Andersen (Team DSM), que rapidamente consolidou a vantagem – com Vansevenant sempre na roda – para quase 20 segundos de diferença, isto para o grupo dos favoritos, que apostavam tudo na melhor colocação possível.

    Bastaram as primeiras rampas em Huy para a margem rapidamente se abater, e foi Enric Mas e a Movistar a comandar o pelotão, numa tentativa de lançar Alejandro Valverde para a sua sexta vitória nesta clássica das Ardenas. Nos últimos 250 metros, quando o lote que ia lutar pela vitória estava decidido, foi um homem da casa a dar o clique, ao qual apenas o murciano da Movistar conseguiu seguir, ameaçando a vitória, porém, sem sucesso.

    Teuns foi o mais forte nas pernas e na colocação, obtendo um dos melhores resultados de sempre no último quilómetro desta íngreme dificuldade. A questão posicional voltou a ser muito relevante no desfecho final, explicando não só o resultado do belga, mas também do grande favorito à partida: Julian Alaphilippe. O campeão do mundo ainda apresentou uma ponta final interessante, mas nunca esteve na luta pela vitória, dado o esforço complementar que teve de fazer para subir lugares já quando as pendentes máximas se faziam sentir.

    Se a colocação prejudicou a prestação do francês, a falta de forças foi o grande motivo para o 13º posto de Tadej Pogacar, de quem se espera sempre o impossível. No momento em que estava no sítio certo, quebrou completamente, ficando fora da corrida. Não deixa de ser uma supresa dadas as prestações monstruosas a que nos tem habituado, no entanto, o primeiro pico de forma desta temporada pode ter passado, numa altura em que ainda falta correr a Liège-Bastogne-Liège.

    No sentido inverso, a ponta explosiva de Aleksandr Vlasov surpreendeu, garantindo-lhe um lugar no pódio. Rúben Guerreiro foi talvez a maior surpresa dentro dos dez melhores da jornada, fazendo jus à sua capacidade de “puncher” depois de efetuar uma subida sólida e sem grandes oscilações. Nota ainda para mais três franceses no quadro dos dez mais, principalmente Warren Barguil (Team Arkéa Samsic) e Alexis Vuillermoz (TotalEnergies), que liquidaram pontos importantes na luta pela permanência/subida ao principal escalão do ciclismo mundial: A Israel Premier-Tech também pontuou com o sexto lugar de Michael Woods.

    Segue-se agora o último monumento belga do ano, a Liège-Bastogne-Liège, que contará com Tadej Pogacar, Julian Alaphilippe, Wout van Aert e companhia.

    Foto de Capa: Flèche Wallonne

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    Ricardo Rebelo
    Ricardo Rebelohttp://www.bolanarede.pt
    O Ricardo é licenciado em Comunicação Social. Natural de Amarante, percorreu praticamente todos os pelados do distrito do Porto enquanto futebolista de formação, mas o sonho de seguir esse caminho deu lugar ao objetivo de se tornar jornalista. Encara a escrita e o desporto como dois dos maiores prazeres da vida, sendo um adepto incondicional de ciclismo desde 2011.