Sonho do Olimpo #6: Sérgio Paulinho fez história nos Olímpicos de Atenas

HISTÓRIA ESCRITA EM ATENAS

No ciclismo, a prova de fundo da elite masculina é sempre complicada, com muitos nomes e nações a quererem o desejado ouro. Mais difícil fica quando existem nações com o dobro dos nossos atletas em prova. Em 2004, a seleção nacional, comandada pelo selecionador José Poeira, contava com quatro ciclistas: Cândido Barbosa, Sérgio Paulinho, Nuno Ribeiro e Gonçalo Amorim. Na lista de pré-convocados estavam também José Azevedo e Pedro Lopes, mas só podiam ser escolhidos 4. Apenas o “foguete da Rebordosa” Cândido Barbosa já tinha participado por uma ocasião nos JO, em Atlanta, oito anos antes.

Para 2004, o líder da equipa das quinas seria mesmo o sprinter Cândido, com ambições elevadas para lutar por um lugar entre os melhores. A corrida levou a imprevistos, com o italiano Paolo Bettini a atacar, seguido por Sérgio Paulinho. O ciclista alemão Ullrich e o cazaque Vinokourov tentavam colar aos dois da frente, mas acabavam por ficar para trás. O ciclista oeirense viu-se numa posição favorável, estando em jogo uma oportunidade para chegar às medalhas, e não quis desperdiçar, acabando por assumir a maioria da “despesa” a puxar na frente, com o italiano na roda.

O trabalho do português acabou por surtir efeito, com o duo a chegar com vantagem suficiente para discutirem a vitória entre si. O italiano arrancou já dentro dos últimos 300 metros, com Sérgio a tentar responder, mas depressa percebeu que já não tinha mais forças e acabou por ceder e aceitar um fantástico segundo lugar. Em terceiro lugar terminava o belga Axel Merckx, a oito segundos do vencedor Bettini.

Acabou por fazer-se história em Atenas, com direito a subida ao pódio final, com prata para Paulinho. O corredor luso acabou por perder apenas para um dos melhores classicómanos da altura, ficando a um segundo de vencer. Bettini vencia a prova de estrada, 12 anos depois da última vitória italiana, por intermédio de Fabio Casartelli.

Nuno Ribeiro acabou na 27.ª posição, enquanto Cândido Barbosa e Gonçalo Amorim não terminaram a prova. Após quatro dias do seu segundo lugar, Paulinho ainda realizou a prova de contrarrelógio individual, onde acabou no 24.º posto. Em primeiro lugar terminou o ciclista dos E.U.A, Tyler Hamilton, seguido pelo russo Viatcheslav Ekimov, e pelo seu compatriota Bobby Julich.

(Re)veja aqui o resumo da Prova.

Depois deste sucesso, Paulinho, não voltou a representar Portugal em edições dos JO, mas continuou a ter presença assídua em Campeonatos do Mundo. Acaba por ser difícil, arranjar um resultado tão prestigiante quanto um segundo lugar olímpico, mas Paulinho também coleciona duas vitórias em Grandes Voltas, uma na Vuelta de 2006 e outra no Tour de França de 2010.

Sérgio Paulinho, curiosamente, este ano, recebeu o prémio prestígio na Volta ao Algarve, como forma de homenagem à sua brilhante carreira e contribuição para o ciclismo nacional. O ciclista de 41 anos terminará a sua longa carreira no final do ano. O corredor, natural de Oeiras, confessou que era para ter abandonado a modalidade, pelo menos de forma competitiva, em 2020, mas que pretende sair de outra forma, já sem as restrições impostas pela pandemia.

André Filipe Antunes
André Filipe Antuneshttp://www.bolanarede.pt
O André é licenciado em Marketing e Publicidade e um fã incondicional de ciclismo. Começou desde pequeno a ter uma paixão pelo desporto, através do futebol. Chegava a saber os plantéis de todas as equipas da Primeira Liga! Com o tempo, abriu-se o horizonte e o interesse para outros desportos, como o Ciclismo, o Futsal e, mais recentemente, a NBA. Diz que no Ciclismo existem valores e táticas que mais nenhum desporto possui e ambiciona um dia ter a oportunidade de assistir ao vivo a um evento deste calibre.

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