“AQUAMAN” DA ESLOVÉNIA DEU-SE MELHOR NO MAR ADRIÁTICO
A vitória na classificação geral, na classificação da montanha e na classificação da juventude sorriu ao Romeu mais provável de roubar um dos corações mais belíssimos do World Tour. Falamos, claramente, do Sea Master Trophy, o tridente do triunfo (quase que a triplicar), adquirido pelo novo “Aquaman” da Eslovénia, Tadej Pogačar.
🔱 @TamauPogi seals #TirreAdriatico 🇮🇹 victory.
🔹Pogačar: “It’s been a hard week of racing. This is one of the most prestigious one-week races so I’m really happy to get the win.”
📝 Full report: https://t.co/vcbVf7fko1#UAETeamEmirates #RideTogether pic.twitter.com/Kg7rVRg7s5
— @UAE-TeamEmirates (@TeamEmiratesUAE) March 16, 2021
Mas não desviemos o foco cinemático. Tadej Pogačar poderia ser o título de mais um romance do conhecido cineasta Josh Boone. A adaptação para as bicicletas aconteceria através de uma personagem predestinada a partir corações, principalmente daqueles com os mesmos objetivos. O prodígio esloveno continua a mostrar porque é que está um, dois ou três degraus acima dos seus adversários, pelo menos nesta fase da temporada.
Fundamentalmente, estamos a falar de uma capacidade física sem igual. Quando assim é, o que é que um diretor desportivo pode fazer? Que tática pode neutralizar um talento destes? Pogi concilia valores demasiado importantes para um voltista do século XXI, tornando-o completo, um verdadeiro especialista em classificações gerais da era moderna.
#TirrenoAdriatico – PRATI DI TIVO (14.55 km, 7.05 %, 1026 m)
2012 2013 2021
to go Nibali Froome Pogacar
14.55 km 0:00 0:00 0:00
10.00 km 11:58 11:37 11:03
6.70 km 21:25 20:03 19:23
0.00 km 38:58 38:23 36:07— ammattipyöräily (@ammattipyoraily) March 13, 2021
Este modernismo está espelhado na sua polivalência. A naturalidade com que venceu tornou-se visível em dois momentos: a subida estrondosa a Prati di Tivo e a consequente vitória e a machadada final na jornada seguinte (quinta etapa).
Pogi arrancou a 5,7 km para o final na subida padrão desta competição, demonstrando o perfeito conhecimento das suas capacidades em articulação com os momentos da corrida. Essa perceção mental caracteriza-se cada vez mais com a conceção de um corredor plenamente cirúrgico. De resto, forte no contrarrelógio, explosivo como sempre, imprevisível na hora de se mexer – o que lhe valeu um alargar de distâncias respeitável na etapa cinco -. Enfim, foi uma exibição à Pogačar, o que é que se pode dizer mais?
#TirrenoAdriatico – Final top 10 of the general classification pic.twitter.com/WQHr47oXWK
— La Flamme Rouge (@laflammerouge16) March 16, 2021
Vamos a números: Apenas Wout Van Aert (a 1:03) ameaçou timidamente a vitória do atual campeão do Tour. A completar o pódio, o experiente Mikel Landa (a 3:57), que, sorrateiramente, constou sempre na dianteira dos grupos certos. Vincenzo Nibali, Romain Bardet, Simon Yates e Egan Bernal foram os voltistas que garantiram o top10, mas sem nunca exibirem uma performance que os fizessem sonhar com algo mais. Matteo Fabro e Tim Wellens, um sólido escalador em ascensão e um conhecido puncher de origem belga, respetivamente, beneficiaram da excelente condição física para se intrometerem entres estes pesos pesados.
Falta apenas referenciar João Almeida e o seu sexto lugar em mais uma aparição de grande qualidade e regularidade do prodígio português. Esteve perto da vitória na segunda etapa, depois de disferir um ataque fortíssimo quando já ia no grupo da frente. É certo que teve uma quebra na etapa cinco, onde perdeu algum tempo, no entanto, levou para casa um sexto lugar depois do pódio no UAE Tour. A afirmação meteórica do Duro das Caldas continua a aproximar o povo português do ciclismo. Segue-se a Volta a Catalunha. Será que teremos uma vitória lusa?
Sixth place overall for @JooAlmeida98 in #TirrenoAdriatico, Portugal’s best result at the race in 35 years!
Bota Lume 🔥 pic.twitter.com/1kvWXWcmYP— Deceuninck-QuickStep (@deceuninck_qst) March 16, 2021