A passagem pelo Tour de France 2018 pelo paralelo do norte de França era extremamente ansiada, com muitos setores de pavé a aguardarem os ciclistas e expectativa de diferenças de tempos entre os favoritos à vitória na Grande Volta gaulesa.
Não foi preciso esperar muito para se fazer sentir a primeira vítima. Quando uma fuga de dez elementos começava a ganhar espaço e desenhar um dia na frente, Richie Porte (BMC) viu-se envolvido numa queda e, tal como há um ano atrás, não consegue sequer terminar a primeira semana do Tour.
Pouco depois, começou a dureza a sério, com Romain Bardet (AG2R La Mondiale) a sofrer com os azares do paralelo e a ver-se forçado a uma recuperação. Nestes primeiros momentos foi a BORA-hansgrohe do campeão do Mundo Peter Sagan que foi controlando o pelotão e deixando a fuga a uma distância acessível.
Com o passar dos quilómetros, muitos foram os que tiveram problemas, entre as quedas, os furos e os mecânicos, com nomes como Fuglsang (Astana), Froome (Sky) ou (novamente e por mais que uma vez) Bardet, mas no pelotão parecia reinar uma pouco caraterística tranquilidade, sem ninguém a querer pegar na etapa e todos a conseguirem reentrar, com excepção de Tejay van Garderen (BMC).
Na parte final, Mikel Landa (Movistar) caíu e Rigoberto Uran (EF Education First) teve queda e avaria mecânica e ambos ficaram para trás. Já na luta pela etapa, já apanhada a fuga, isolou-se um trio com John Degenkolb (Trek-Segafredo), o camisola amarela Greg van Avermaet (BMC) e o campeão belga Yves Lampaert (Quick-Step).
No último setor de paralelo, mais um problema para Bardet, que ficaria outra vez para trás e acabaria alcançado pelo grupo onde seguia Landa. Num sprint a três, Degenkolb regressou às grandes vitórias, culminando um longo caminho desde um atropelamento que quase lhe terminou com a carreira.
Nos favoritos, Bob Jungels (Quick-Step) ainda foi buscar uns segundinhos, enquanto Landa e Bardet quase alcançaram o grupo e só Uran perdeu tempo em quantidade preocupante. De resto, foi uma etapa marcada pela falta de vontade de algumas equipas em quererem fazer e diferenças e ganhar tempo, em que o calculismo e o receio de que algo corresse mal se sobrepuseram à ambição.
Classificação da etapa
- John Degenkolb (Trek-Segafredo) 3h24m26s
- Greg van Avermaet (BMC) m.t.
- Yves Lampaert (Quick-Step) m.t.
- Philippe Gilbert (Quick-Step) +19s
- Peter Sagan (BORA-hansgrohe) m.t.
Líderes
- Geral: Greg van Avermaet (BMC)
- Pontos: Peter Sagan (BORA-hansgrohe)
- Montanha: Toms Skujins (Trek-Segafredo)
- Juventude: Soren Kragh Andersen (Sunweb)