Tour de France | Ás de ouro(s) esloveno promete destacar-se de um baralho de luxo

A luta pela amarela na região da Bretanha antecede uma sucessão de etapas para os sprinters, e são muitos aqueles que no papel prometem dar espetáculo. O tema central aqui é obviamente a polémica entre Sam Bennet e a formação da Deceuninck Quick-Step, dirigida por Patrick Lefevere, que voltou a causar polémica no início de mais uma grande competição para a equipa belga.

A lesão sofrida no joelho impede Sam Bennet de defender a sua camisola verde, dando desta forma lugar ao impactante Mark Cavendish, o segundo ciclista com mais vitórias na competição (30). O panorama não deixou o patrão da equipa satisfeito, que levantou dúvidas sobre a relação de (des)confiança entre a equipa e o sprinter irlandês que está de saída no final da temporada.

Recaem assim todas as responsabilidades para Mark Cavendish, que contará com Michael Morkov como seu lançador e uma equipa dividida entre o apoio ao inglês e ao campeão mundial Julian Alaphilippe. Não se engane, dentro da classe veterana, onde constam nomes gigantes como Chris Froome ou Vincenzo Nibali, o icónico sprinter é aquele que parece estar melhor posicionado para explodir no Tour, e a recente vitória na Volta à Bélgica é exemplo disso mesmo.

Tim Merlier, Pascal Ackermann (que estará ausente), Dylan Groenewegen (também ausente), Caleb Ewan… todos batidos na última etapa da corrida vencida por Remco Evenepoel. Chegar onde chegou depois dos últimos anos de puro sofrimento já será uma vitória, porém, o inglês quererá mais e se a velocidade ainda está lá, falta saber se a capacidade para aguentar três semanas ainda é uma realidade. Seja como for, existe concorrência, a começar por Caleb Ewan que levou duas etapas da mesma prova, sendo talvez o grande sprinter presente depois de molhar a sopa na Volta a Itália.

O australiano destaca-se pela velocidade de ponta e insere-se numa equipa com o principal objetivo de caçar etapas. Philippe Gilbert e Thomas de Gendt terão a sua liberdade, contudo, Ewan será o plano A, B e C. Numa linha de possíveis concorrentes de peso, destaque para a Alpecin-Fenix e para Tim Merlier, Jasper Philipsen e até Mathieu Van der Poel.

A “Ineos” dos terrenos planos e explosivos prepara-se para a sua estreia e conta com nomes de elevada importância, assim como outras equipas que dividem objetivos e trazem um ou dois homens rápidos para as cinco a seis etapas com um final propenso a terminar em pelotão compacto.

Sonny Colbrelli, Michael Matthews, André Greipel, Peter Sagan, Magnus Cort, Nacer Bouhanni, Cees Bol, Arnaud Démare, assim como nomes que podem surpreender: Wout Van Aert, Christopher Laporte, Mads Pedersen, Alex Aranburu, etc… As etapas três, quatro, seis e 21, serão, em teoria, os momentos ideais para os homens rápidos brilharem. As fugas, se tiverem o mesmo sucesso que tiveram na Volta a Itália, poderão roubar algum protagonismo, mas será na segunda e terceira semana que homens com liberdade para fazer a sua corrida irão usufruir de mais espaço para tentar levar uma vitória para casa.

À medida que as contas da geral se começarão a intensificar depois do contrarrelógio, as primeiras dificuldades agressivas vão chegar na etapa número oito, onde os ciclistas vão enfrentar três montanhas de primeira categoria antes de descerem para Le Grand-Bonard. O Colombière será o primeiro grande teste para todos, sendo a primeira oportunidade para os mais lesados no esforço individual recuperarem tempo.

De seguida, a etapa 11 contará com uma dupla subida ao Mount Ventoux antes de uma longa descida para Malaucène. Esta situação de corrida diz-nos que as subidas e as descidas podem vir a ter um grau de importância idêntico na maneira como as equipas vão atacar as etapas.

Obviamente, fazer jus à importância que os coletivos vão ter a partir do momento em que as grandes decisões começarem a ganhar forma. A ausência de imponentes chegadas em alto trará ataques de longe e movimentações estratégicas nas fugas, sobretudo nestas equipas com inúmeros elementos de qualidade.

Mais um ingrediente para aquilo que se pensa vir a ser uma grande Volta a França, que ainda assim, para além dos quase 50 quilómetros de contrarrelógio, vai ver a etapa 17 e 18 a terminar no Col do Portet e em Luz Ardiden, isto numa fase fulcral para aqueles que sabem de antemão que vão perder tempo no contrarrelógio final.

Atletas de renome, condições ideais, etapas convidativas. Está tudo preparado. Está tudo no ponto certo para uma grande luta pela classificação geral, mas muita calma na hora de julgar a competição apenas de um ponto de vista. À atenção do comum espectador, entre os ciclistas que se podem intrometer numa fuga e levar uma vitória, destaque para as mais do que prováveis tentativas de Nibali, De Gendt, Gilbert, Tiesj Benoot, Omar Fraile, Greg Van Avermaet, Kasper Asgreen, Anthony Turgis, Kragh Andersen ou Pierre Roland.

Entrando na semana decisiva, referenciar ainda outros nomes que por essa altura podem vir a estar na luta por um objetivo na geral: Jack Haig, Pierre Latour, David Gaudu, Rigoberto Urán, Louis Meintjes, Ben O´Connor, Guillaume Martin e Jakob Fulgsang ou o próprio Rubén Guerreiro, dada a excelente condição com que se apresentou na Volta a Itália.

Em relação a todas as classificações em disputa, assumindo que os sprinters já mencionados vão disputar a camisola verde e um dos escaladores que não tenha um objetivo na geral possa vir a lutar pela camisola das bolinhas, falta abordar os favoritos à classificação por equipas e à classificação da juventude.

A Movistar é a detentora do título coletivo e vai encontrar maior oposição em equipas como a Ineos Grenadiers, Jumbo-Visma, UAE Team Emirates e talvez da Bahrain Victorious. Quanto à classificação da juventude, Tadej Pogacar é super favorito e fica difícil encontrar um rival para o esloveno.

Já sabe, dia 26, no próximo sábado. 107 edições de Volta a França, 107 histórias diferentes. A 108.ª começa dentro de dias e não há como não guardar um lugar no sofá para as tardes deste fim de mês de junho e início do mês de julho!

Ricardo Rebelo
Ricardo Rebelohttp://www.bolanarede.pt
O Ricardo é licenciado em Comunicação Social. Natural de Amarante, percorreu praticamente todos os pelados do distrito do Porto enquanto futebolista de formação, mas o sonho de seguir esse caminho deu lugar ao objetivo de se tornar jornalista. Encara a escrita e o desporto como dois dos maiores prazeres da vida, sendo um adepto incondicional de ciclismo desde 2011.

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