UAE Tour | Uma semana de ciclismo ao mais alto nível

    Pogačar corre em “casa”, mas terá pressão britânica 

    Teoricamente, a responsabilidade máxima para levar de vencida a competição estará sobre os ombros do jovem esloveno da UAE Team Emirates. Como o próprio nome indica, Tadej Pogačar será o líder da equipa “anfitriã” e o escolhido para conquistar a primeira para a estrutura liderada por Joxean “Matxín” Fernández. O campeão em título da Volta a França concluiu o UAE Tour de 2020 na segunda posição, apenas superado por Adam Yates, que agora representa a Ineos Grenadiers e que também estará este domingo à partida na província de Al Yash na tentativa de revalidar o título.

    Outros nomes importantes prometem intrometer-se na luta. Destaque para Chris Froome, que vai competir pela primeira vez ao serviço da Israel Start-Up Nation. O britânico procura reinventar-se de um passado recente repleto de percalços físicos e voltar a fazer jus ao rótulo de um dos voltistas mais completos da História, o que faz de Froomey um crónico candidato a conquistar qualquer competição do género.

    Na lista de ciclistas capazes de ombrear com os melhores e que se adaptam a este tipo de percurso, os nomes de Vincenzo Nibali, Alexey Lutsenko, Domenico Pozzovivo, Emanuel Buchmann, Wout Poels ou Rigoberto Úran surgem numa linha de maior experiência. Uns degraus abaixo em termos de idade, mas com a promessa de capacidade e qualidade para obter resultados, são vários os jovens de grande valor presentes na prova: Daniel Martínez, Sergio Higuita, Iván Sosa, Sepp Kuss e claro, João Almeida.

    No que à classificação geral diz respeito, existem três etapas fulcrais. A primeira, o contrarrelógio de 13 quilómetros marcado para a segunda etapa (dia 22/02). O trajeto não irá oferecer dificuldades significativas, beneficiando roladores competentes como Tadej Pogačar ou João Almeida, por exemplo. Para a etapa, Filippo Ganna, à procura da oitava vitória consecutiva na especialidade, é o favorito. O campeão do mundo de contrarrelógio pode, no entanto, encontrar resistência em nomes como Mikkel Bjerg, Jos Van Emden, Alex Dowsett ou até do colega de equipa, Jonathan Castroviejo.

    Já nas duas etapas que terminam com chegada em alto, Jebel Hafeet (etapa três no dia 23/02) e Jebel Jais (etapa cinco no dia 25/02), ambas partilham o facto de não se caracterizarem por ter um perfil de dureza extrema, porém, constituem-se como terrenos ideais para se fazerem diferenças, e falamos de diferenças significativas. A primeira, Jabel Hafeet, detém 10,8 quilómetros de extensão com uma pendente média de 6,6%. Em 2020, nesta mesma dificuldade, Adam Yates pulverizou a concorrência, cruzando a linha de meta com mais de um minuto para Tadej Pogačar e Alexey Lutsenko, o que nos dá uma noção respeitável sobre o primeiro teste em ascensão.

    Já a escalada a Jebel Jais, ou melhor dizendo, a etapa rainha da prova, ostenta 16.8 quilómetros com uma pendente média de 5,5%. Estrategicamente, trata-se de uma tirada que ganha ainda mais importância pelo facto de se revelar como a última oportunidade de fazer diferenças. Em 2019, serviu de catapulta para Primož Roglic colocar uma pedra sobre o assunto. Será que, em 2021, Jebel Jais terá o mesmo grau de importância? A ver vamos.

    Fausto Masnada, Patrick Konrad, Alejandro Valverde, Rafal Majka ou Damiano Caruso. Há ainda que fazer referência a alguns corredores que se podem intrometer na luta pelas duas etapas de montanha, sendo estes apenas alguns deles num conjunto de vários atletas de renome em prova. Destaque ainda para os atletas com “carte blanche”, astúcia e qualidade para surpreender em qualquer tipo de terreno: Thomas de Gendt, Kragh Andersen, Mattia Cattaneo, Gino Mader, Tony Gallopin e ainda o recém campeão do mundo de cyclo-cross, Mathieu Van der Poel.

    - Advertisement -

    Subscreve!

    Artigos Populares

    Ricardo Rebelo
    Ricardo Rebelohttp://www.bolanarede.pt
    O Ricardo é licenciado em Comunicação Social. Natural de Amarante, percorreu praticamente todos os pelados do distrito do Porto enquanto futebolista de formação, mas o sonho de seguir esse caminho deu lugar ao objetivo de se tornar jornalista. Encara a escrita e o desporto como dois dos maiores prazeres da vida, sendo um adepto incondicional de ciclismo desde 2011.