UAE Tour | Uma semana de ciclismo ao mais alto nível

    Sprint? Que comece a luta de galos

    Se até então os nomes em cima da mesa deixavam água na boca, prepare-se… O nível entre os velocistas presentes na prova promete manter a fasquia bem lá no alto. Olhando para os vinte planteis em prova, reconhecemos praticamente um ou dois homens rápidos em cada estrutura, assim como equipas que, ao que tudo indica, concentrarão todos os seus esforços em torno do seu sprinter.

    Até aqui, nada de novo. O UAE Tour tem sido pródigo a proporcionar todas as condições para os diretores de corrida colocarem os seus planos em prática.  A competição beneficia do timing em que acontece, assim como da crescente importância e das claras condições ideais – estradas largas com um piso excelente, por exemplo – para aperfeiçoar a especialidade em contexto competitivo.

    Vamos a nomes! À cabeça surgem, evidentemente, as figuras de Sam Bennett, Caleb Ewan, Pascal Ackermann e Fernando Gaviria. Talvez ao mesmo nível, muito pelo início de temporada fulgurante, o nome de Giacomo Nizzolo deva ser considerado como um dos favoritos, mas há mais, muitos mais. Para ajudar à festa, André Greipel, Jasper Philipsen, Elia Viviani, Cees Bol, Matteo Moschetti ou Phil Bauhaus… em suma, mais, mais e mais é a palavra de ordem aqui, mais fruta para uma salada recheada, muito recheada.

    São quatro etapas com um perfil que encaixa perfeitamente em qualquer um destes nomes. Pelas condições já referidas em cima e pelos atletas em questão, faz todo o sentido colocar a tal fasquia bem lá no alto, à semelhança daquilo que as duas primeiras edições ofereceram em termos de sprint.

    Pormenorizadamente, podemos e devemos mencionar alguns aspetos relevantes, a começar pelas equipas de Caleb Ewan, Elia Viviani ou Giacomo Nizzolo, que parecem fazer “all in” nos seus homens rápidos se atentarmos às constituições das respetivas equipas. Nestes casos é facilmente percetível o contraste entre o número de homens para outros objetivos e o número de homens com a função de construir um comboio e prestar o auxílio ao seu sprinter.

    Este fator pode vir a ser relevante como até pode passar despercebido. A proteção do ciclista, a colocação do ciclista, o momento certo para lançar o sprint do ciclista… tudo isto conta, mas a condição física e o talento prevalecerão como o mais importante e o facto de certas equipas dividirem esforços não quer necessariamente que o seu sprinter sairá prejudicado.

    Sam Bennet, Fernando Gaviria e Pascal Ackermann são os maiores exemplos desse reverso da medalha, mas que ainda assim prometem contar com um número considerável de gregários ao seu serviço, dadas as garantias que oferecem em termos de resultados.

    A necessidade de ter uma equipa nesta competição ganha também importância pelas características do percurso – exposto ao vento lateral em certas fases –, pelas condições climatéricas, pelo quão caótico será cada final devido às esperanças de diversas equipas em faturar numa chegada ao sprint.

    São muitos os motivos que fazem do UAE Tour uma competição a não perder. Depois de vários cancelamentos entre competições de segunda linha, estas sete etapas contarão como os primeiros quilómetros de muitos dos desportistas presentes. Enaltecer ainda o esforço da organização da prova por tornar a competição possível, do trabalho irrepreensível na logística da prova e de um sistema apertado de testagem à Covid-19, de forma a tornar a prova segura para todos os envolvidos.

    Internamente e externamente, estão assim criadas todas as condições para termos uma semana de ciclismo ao mais alto nível. Que as pedaladas comecem!

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    Ricardo Rebelo
    Ricardo Rebelohttp://www.bolanarede.pt
    O Ricardo é licenciado em Comunicação Social. Natural de Amarante, percorreu praticamente todos os pelados do distrito do Porto enquanto futebolista de formação, mas o sonho de seguir esse caminho deu lugar ao objetivo de se tornar jornalista. Encara a escrita e o desporto como dois dos maiores prazeres da vida, sendo um adepto incondicional de ciclismo desde 2011.