Van Baarle inalcançável: Os 5 momentos-chave da “Omloop Het Nieuwsblaad”

    modalidades cabeçalho

    A primeira clássica do empedrado em 2023, a “Omloop Het Nieuwsblaad” é o primeiro grande teste para corridas de um dia. Com passagens por subidas como o Muur – Kapelmuur e pelo Katteberg, subidas tradicionalmente percorridas na Volta a Flandres.

    Um pelotão de luxo, apesar das ausências de Julian Alaphillippe, Matthieu Van der Poel e, sobretudo do campeão de 2022, Wout Van Aert. Basta olhar para as formações da Jumbo – Visma, da Lotto Dstny e da Trek – Segafredo para compreender o nível em questão.

    Tal como já é hábito nas provas de um dia, a corrida começou a ser decidida a uma grande distância da meta. Acabou por ser uma exibição de Dylan Van Baarle que atacou a 37 km, levando 3 ciclistas na roda. O quarteto acabou por se tornar num grupo unicamente constituído por Van Baarle que fez cerca de 15 km a solo para vencer a primeira “Omloop” da carreira, bem como a sua primeira corrida enquanto ciclista da Jumbo – Visma.

    5. A PRIMEIRA FUGA DO DIA

    A primeira fuga da corrida não foi captada pela transmissão da Eurosport e apesar de ser um momento ocorrente nas corridas, a da Omloop Het Nieuwsblaad ganhou principal protagonismo por incluir um dos protagonistas do dia: Mathis Le Berre, ciclista de 21 anos que faz o primeiro ano como profissional, ao serviço da Arkéa Samsic. Com o francês estavam o experiente Jelle Wallays,  Matthias Norsgaard, Louis Blouwe, Adam de Vos, Gilles de Wilde e Alex Coolman.

    O homem da Arkéa acabaria por ser o último resistente da fuga, acabando mesmo por seguir a roda de Dylan Van Baarle no ataque decisivo. O francês foi, inclusive, o último a largar a roda do neerlandês.

    4. AS QUEDAS

    As quedas moldam o destino de qualquer corrida de ciclismo e as clássicas são o maior exemplo disso mesmo. Por muito bem que um ciclista se encontre, uma queda ou um furo na altura errada pode até nem lesionar, mas deita por terra as ambições numa prova . A “Omloop” não foi exceção à regra. Ben Turner, classicómano da INEOS, começou 2023 em grande forma, mas abandonou a corrida deste sábado, devido a queda. Arnaud de Lie até foi segundo na corrida e foi um ciclista muito ativo na mesma. Ainda assim, chegou ao final com uma ferida no joelho, o que demonstra a força e a resiliência do jovem belga.

    O campeão francês Florien Sénéchal também foi ao chão, bem como Tim Declerq, o que criou mais dificuldades à Soudal-Quick Step para lutar pela vitória numa corrida que ganhou em 2019 e em 2021.

    3. O ATAQUE DE VAN BAARLE

    Foi no Molenberg que começaram os testes. A Jumbo e a Trek entraram bem colocadas, assim como a Lotto. Até foi a Emirates a aumentar o ritmo, por intermédio de Tim Wellens com o belga, vencedor de uma etapa na Volta a Andaluzia, a levar nomes como Florian Vermeersch, Stefan Küng, Thomas Pidcock e ainda Dylan Van Baarle a ficarem na frente. Lotto, Jumbo, Groupama e Emirates tinham homens na frente e o interesse do grupo estava mesmo em consolidar o corte.

    Foi a 37 km da meta que Dylan Van Baarle assumiu as rédeas da corrida. O neerlandês lançava-se ao ataque e na roda seguiram Vermeersch, Jonathan Milan e o homem que integrara a fuga pouco antes anulada, Mathis Le Berre. No plano de fundo apareciam Kevin Geniets e Stefan Küng, tornando claro que a movimentação anterior tinha potencial. Ao duo perseguidor, chegou mesmo a juntar-se um grupo com Rui Oliveira, da Emirates, mas a movimentação seria anulada pelo pelotão, que perseguia o grupo da frente a um ritmo pouco consistente.

    2. TIM WELLENS, O SEGUNDO MAIS FORTE

    Depois de uma excelente exibição junto de Tadej Pogacar na Volta à Andaluzia, Tim Wellens chegava à Omloop Het Nieuwsblaad com boas possibilidades de discutir a prova. E foi um ciclista muito ativo na corrida, aumentando o ritmo no Molenberg, lançou um ataque a 30 km do final, com resposta direta de Pidcock, mas sem criar diferenças.

    Foi no Kappelmuur que Wellens lançou o seu maior ataque. Matej Mohoric seguiu na roda, mas acabou por não c onseguir seguir diretamente o belga. Um pouco mais atrás estavam Laporte e o jovem Arnaud de Lie. Küng estava numa missão a solo para alcançar este quarteto que seguia a pouco mais de 10 segundos de um Van Baarle que seguia isolado na frente. O grupo principal, estava mais de longe do homem da Jumbo.

    O grupo de Wellens seria alcançado pelo “mini-pelotão” e o ciclista belga acabaria com um modesto 26º lugar que distorce uma exibição que demonstrou a boa forma em que o belga se encontra e que foi o segundo ciclista mais forte da prova.

    1.VAN BAARLE NÃO PERDOA E DEIXA TODOS PELO CAMINHO

    Dylan Van Baarle chegava à frente com três ciclistas: Milan, da Bahrain – Victorious, Le Berre da Arkéa Samsic e Vermeersch da Lotto Dstny. O homem da Jumbo era o maior favorito à vitória de entre os 4 fugitivos, mas um sprint favorecia mais o italiano da Bahrain.  O quarteto colaborava entre si, mas aos poucos as peças começavam a descolar.

    Primeiro foi o homem rápido, Milan. Pouco depois foi a vez de Vermeersch, segundo em Roubaix no ano de 2021 e, em teoria, o maior concorrente de Van Baarle (no paralelo) de entre os homens do grupo, depois de um novo ataque do ciclista do ciclista da Jumbo.

    O único resistente foi mesmo um homem que esteve quase 200 km na frente. Mathis Le Berre ainda resistiu um pouco mais, mas ficou completamente “a pé” no Kappelmuur, onde foi pouco depois alcançado pelo pelotão. Dylan Van Baarle fez 17 km a solo, com vento de frente, 4 ciclistas a perseguir e mais de 20 no grupo principal.

    A nova “abelha” da Jumbo-Visma venceu na estreia pela equipa. Um dia que foi de vitórias para a formação dos Países Baixos, com Jonas Vingegaard em grande forma, no Gran Camiño.  Destaque para Rui Oliveira, que fez 9º lugar na primeira grande clássica do ano.

    - Advertisement -

    Subscreve!

    Artigos Populares

    Filipe Pereira
    Filipe Pereira
    Licenciado em Ciências da Comunicação na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, o Filipe é apaixonado por política e desporto. Completamente cativado por ciclismo e wrestling, não perde a hipótese de acompanhar outras modalidades e de conhecer as histórias menos convencionais. Escreve com acordo ortográfico.