Volta Ao País Basco: Primoz Roglic um, Tadej Pogacar, zero

Resultado? Mcnulty em primeiro com 24 segundos para Roglic e 28 para Vingegaard. Pogacar caía a quinto lugar na geral, ultrapassado também por Pello Bilbao. A Jumbo-Visma perdia a primeira posição na geral e com ela a obrigatoriedade de comandar a corrida. Com isto, ganhava também Vingegaard como um elemento muito importante – ou ainda mais importante – para o que desse e viesse. Do outro lado, Mcnulty dependia de si próprio e até tinha dado boas indicações nas montanhas, já Pogacar ficava um pouco de mãos e pés atados, o que se veio a verificar in loco na etapa rainha da competição (sexta e última jornada).

Sobre a etapa, foi preciso ir ao photo finish para determinar qual dos bascos – os mais rápidos do grupo – foi o mais forte: Ion Izaguirre ou Pello Bilbao? Ditou a tecnologia que o homem da Astana-Premier Tech foi ligeiramente mais rápido. A faltar duas etapas para a conclusão da prova, o quinto dia era aquele mais próximo de termos uma chegada em pelotão compacto. Daryl Impey, Magnus Cort, Alexey Lutsenko e outros nomes com uma excelente ponta final estiveram lá, mas foi uma dupla da Deceuninck Quick-Step que brilhou.

Mikkel Honoré e Josef Cerny chegaram isolados, isto depois de descarregarem Julien Bernard da Trek-Segafredo. O dinamarquês de 24 anos foi o primeiro a cruzar a linha de meta, somando a segunda vitória da época e deixando mais uma marca entre os nomes de uma geração dinamarquesa pós-Fulgsang de grande qualidade.

Da vitória da equipa belga passávamos para o dia de todas as decisões. O prato que tinha sido cozinhado na etapa quatro estava servido e a etapa que culminava com a chegada a Arrate teve muito que se lhe diga. Para além de sete contagens de montanha, curtas e explosivas, tínhamos uma situação de corrida caótica: Jumbo-Visma e UAE-Team Emirates com possibilidades reais de levar a vitória; Pello Bilbao e Adam Yates à espreita; Valverde, Izaguirre e Landa como a armada espanhola dentro dos dez primeiros e que ainda podia mexer com a corrida de forma drástica; Schachmann, Higuita e a revelação da prova, Mauri Vansevenant (Deceuninck Quick-Step) às portas do top10 e com aspirações lógicas.

A etapa começou a jogar-se a 70 quilómetros para o fim, quando as duas equipas em destaque começaram a mexer-se por intermédio de Marc Hirschi e Sam Oomen. Mais uma vez, no terreno acidentado e quando as pendentes se tornavam negativas, os experientes espanhóis da Astana-Premier Tech e da Movistar lançavam-se ao ataque, cavando um fosso para os atletas da UAE-Team Emirates. Roglic conseguiu intrometer-se nesse grupo dianteiro e começou a abrir espaço ainda com 55 quilómetros para o final.

Pogacar viu-se obrigado a trabalhar, desgastando-se em prol de Mcnulty. Esforço esse que acabaria por lhe custar caro. A 46 quilómetros para o fim, o jovem que se deu a conhecer na passada Volta a Itália não aguentou o ritmo. Pogacar ainda aguardou, mas acabou por ter carta branca para tentar fazer a ponte para a frente quando ficou bem evidenciada a incapacidade de Mcnulty em subidas tão ingremes.

A verdade é que essa tentativa nunca se tornou possível. Apesar da etapa sólida do prodígio de 22 anos, Roglic, Carty e Gaudu revelaram-se intransponíveis à medida que se aproximavam da linha de meta. A vantagem nunca foi superior a 45 segundos, no entanto, a cooperação entre os homens que se iam juntando num segundo grupo nunca foi a melhor.

Parecia que estava tudo encaminhado para os três da frente e mais ficou quando Gaudu e Roglic deixaram Carty para trás, aumentando o ritmo e abrindo distâncias. A etapa terminou com um belo momento de fair-play, depois de Gaudu ter ajudado Roglic durante a ascensão final, o portento esloveno, com a vitória na geral no bolso, decidiu oferecer a consagração na etapa ao francês da Groupama-FDJ.

É caso para se dizer que Primoz Roglic venceu o primeiro “round”. Depois de triunfar em 2018 nesta competição, o esloveno continua em todo o gás a sua preparação para a Volta a França. Pogi, desta vez, não conseguiu repetir os feitos do UAE Tour ou do Tirreno Adriático, apesar de ter deixado boas indicações. Seguem-se agora as Clássicas das Ardenas: Será que teremos um destes dois a surpreender? Um Alejandro Valverde também? Façam as vossas apostas…

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O Ricardo é licenciado em Comunicação Social. Natural de Amarante, percorreu praticamente todos os pelados do distrito do Porto enquanto futebolista de formação, mas o sonho de seguir esse caminho deu lugar ao objetivo de se tornar jornalista. Encara a escrita e o desporto como dois dos maiores prazeres da vida, sendo um adepto incondicional de ciclismo desde 2011.

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