Terminaram as grandes voltas e, este ano, não há dúvida nenhuma: a Vuelta foi a prova mais espectacular do ano. O elenco, à partida, já prometia muito e, felizmente, estiveram todos à altura. Até Quintana, que até ao momento da queda (sim, mais uma vez uma queda levou-nos um dos mais fortes candidatos à vitória final) vestia de vermelho. Acabámos com um top 5 de LUXO: Contador, Froome, Valverde, Rodriguez e Aru. Todos em grande forma, todos com vontade de vencer, todos separados por menos de 5 minutos. Houve muita montanha, houve muitos ataques, houve muita emoção e houve muito equilíbrio. Repetidamente, nas mais duras montanhas, o pelotão ia sendo reduzido por eliminação e sobreviviam os mesmo cinco. Lado a lado, a fazerem marcação apertada uns aos outros. Vários episódios da mesma história, que terminou com dois vencedores: Contador e o público.
OS DESTAQUES
Alberto Contador – Obviamente. O “pistoleiro” foi olhado com muita desconfiança no início desta Vuelta. Afinal de contas, vinha de uma lesão muito grave, resultante de uma queda no Tour, e dificilmente alguém apostaria nele para vencer a prova. Provou a todos que estavam enganados. Venceu e convenceu. Claramente o ciclista mais forte da edição deste ano.
Alejandro Valverde – Foi apontado como uma das maiores desilusões do Tour 2014. Pela primeira vez, vinha para esta Vuelta para trabalhar para Quintana em vez de ser o líder. Eu previ que Valverde vinha com vontade de mostrar que as notícias da sua “morte” tinham sido manifestamente exageradas. Venceu uma etapa, andou vestido de vermelho e fez mais um pódio numa grande volta. Ainda temos Valverde!
Fabio Aru – Finalizou a prova dentro do top 5, venceu duas etapas e atacou que se fartou. Um ciclista do futuro que cada vez é mais o presente.
John Degenkolb – Numa prova tão voltada para as montanhas, não podemos ser injustos e esquecer quem também brilhou a alto nível na baixa altitude. Degenkolb foi o homem mais forte nas chegadas rápidas. Venceu quatro etapas e trouxe para casa a camisola verde. Excelente prova do alemão.
A SURPRESA
Alberto Contador – É verdade, tenho de repetir o espanhol. Como já tinha dito, ninguém esperava que Contador se apresentasse nesta forma. Numa prova que não teve grandes surpresas, a maior acabou mesmo por ser o vencedor final.
AS DESILUSÕES
Froome e Rodriguez – Na realidade, a prova foi tão boa que não houve grandes desilusões, mas, apesar de ser estranho colocar dois ciclistas que fizeram 2º e 4º, respectivamente, nesta categoria, a verdade é que Froome e Rodriguez acabaram por ser as maiores desilusões da prova. Não por terem estado em mau nível (longe disso!), mas por terem sido os únicos do top 5 que não conseguiram conquistar uma etapa na Vuelta deste ano. Eles bem tentaram, mas nunca foram os mais fortes do dia.
A queda de Quintana – Não há muito a dizer. Mais uma vez, uma queda retira precocemente da prova o principal favorito à vitória final numa grande prova. Ano desgraçado, este!