UFC 187: O fantasma de Jones

    cabeçalho ufcQue cartaz recheado tem UFC 187. Johnson v Cormier e Weidman v Belfort são os combates que encabeçam o evento, ambos pelos respectivos títulos de Peso Meio Pesado (que está vago) e de Peso Médio. Promete ser o evento do ano (até ao UFC 189, pelo menos), pelo que é algo a não perder.

    A verdade é que o evento está marcado por controvérsia desde o início: recorde-se o leitor de que Johnson ia lutar contra Jon Jones (ex-campeão de Peso Meio Pesado) pelo seu título, mas as suas “aventuras” – desde o caso da cocaína no início do ano até à fuga de um acidente no qual atingiu uma mulher grávida – derrotaram-no antes que Johnson tivesse oportunidade de o fazer. Cormier, que perdeu contra Jones no UFC 182, assumiu o lugar deste.

    Um fantasma vai pairar sobre o octógono: precisamente o de Jon Jones. A sensação de que nenhum dos lutadores será um campeão legítimo tem estado bastante presente nestes dias que antecedem o combate. Disse em tempos Ric Flair: “To be the man, you gotta beat the man”. Serve como uma luva, nesta situação. Apenas quando Jones voltar ao octógono (se o fizer) saberemos se o vencedor deste combate merece ser campeão.

    Fantasmas à parte, este deverá ser um excelente combate. Pode dizer-se que é uma segunda oportunidade para ambos: para Cormier porque perdeu – como acima foi referido – contra Jones recentemente; para Johnson porque teve uma primeira volta na UFC desastrosa, na categoria de Peso Meio-Médio, com 77 quilos. Hoje, compete com 93… A diferença nota-se. Desde que voltou à UFC, há um ano, que tem estado absolutamente demolidor. Será, portanto, uma luta de wrestling v striking.

    A segunda luta do título terá como protagonistas o campeão Chris Weidman e Vitor Belfort. Esta luta está há um ano para acontecer (UFC 173 foi originalmente o palco escolhido), mas foi consequentemente adiada, primeiramente pela suspensão de Belfort devido à proibição de terapia de substituição hormonal por parte da Comissão Atlética do Nevada, e nas restantes duas ocasiões (UFC 181 e 184) por lesões de Weidman, mão e costelas partidas, respectivamente.

    Weidman (esq.) e Belfort (dir.) trocaram algumas palavras acesas nas pesagens. Fonte: Facebook Oficial UFC
    Weidman (esq.) e Belfort (dir.) trocaram algumas palavras acesas nas pesagens.
    Fonte: Facebook Oficial UFC

    Os recentes valores de testosterona de Belfort têm gerado alguma controvérsia, mas à partida não parece existir qualquer tipo de batota. Surgiram, no entanto, alguns comentários por parte de Weidman, que não compreendeu como é que um homem de 38 anos tem valores tão elevados comparativamente a ele, que tem 30. Por norma, estes vão reduzindo com o avançar da idade.

    Será interessante ver em que forma estará o brasileiro sem o uso desta terapia. À altura estava impressionante: venceu as últimas três lutas por KO/TKO sempre na primeira ou segunda ronda. A questão que se impõe é: será que a diferença entre o Belfort com TSH e o Belfort sem TSH será estrondosa?

    Quanto a Weidman pouco há a dizer: o homem que destronou Anderson Silva quererá derrotar mais uma lenda brasileira. Tem tudo para o fazer, diga-se. Nas duas defesas de título que teve, contra Anderson Silva e Lyoto Machida, sempre foi dominante. É difícil também saber em que forma estará o nova-iorquino no combate desta madrugada, visto que vem de duas lesões. Apesar disso, não deixa de ser o homem que terminou a carreira de Silva (como a conhecemos) – o que significa que de Weidman podemos sempre esperar algo excepcional.

    O UFC 187 contará ainda com os combates entre Cerrone e Makdessi, Browne e Arlovski e Benavidez e Moraga. Será transmitido na Sport TV 1 às 3h00 da madrugada de Domingo.

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    Gonçalo Caseiro
    Gonçalo Caseirohttp://www.bolanarede.pt
    Entusiasta de MMA e futebol, o Gonçalo apoia fervorosamente o Benfica e a ideia de que desportos de combate não são apenas socos e pontapés.                                                                                                                                                 O Gonçalo não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.