Mas que semana de loucos! Tudo aquilo que aconteceu até ao UFC 200 foi caótico e, talvez por isso mesmo, espetacular. Eddie Alvarez venceu Dos Anjos de forma absolutamente convincente para capturar o título de pesos leves no Fight Night de quinta-feira e marcou o passo para estes três dias seguidos de lutas. No dia em que Joanna Jedrzejczyk defendeu o seu título contra Claudia Gadelha numa luta que se mostrou bastante difícil no começo para a campeã, Jon Jones acusou positivo num teste anti-dopping e foi retirado do combate do evento principal contra Daniel Cormier. Depois da notícia, e em conferências de imprensa distintas, ambos choraram. Tudo estava mal no UFC 200… Até que apareceu Anderson Silva, pronto a desafiar Cormier, com um aviso prévio de 48 horas e apenas dois meses depois de uma ter sido submetido a uma cirurgia à vesícula biliar. Isto, somado ao regresso de Brock Lesnar e ao cartaz recheado, trazia novamente fulgor a um UFC 200 que esteve em risco de ficar aquém.
O infortúnio de uns traz a sorte de outros. Cinco anos depois de Dana White ter dito que mulheres nunca lutariam na UFC e no ano em que Ronda Rousey era, a par de McGregor, a maior estrela do MMA, Miesha Tate e Amanda Nunes viram-se a encabeçar aquele que foi o evento mais importante da história da UFC. E eventos históricos fazem-se, claro, de história.
Amanda Nunes sempre foi conhecida por bater muito forte e ter começos de combate fulgurantes, desvanecendo nas rondas finais. Miesha, que em contraste começa mais lento, estava consciente disto, mas não aguentou a pressão de Nunes. Tate tentou derrubar a brasileira mas, das duas vezes que tentou, não conseguiu aguentá-la no chão. Após a segunda, Nunes acertou uma direita que fez com que Tate começasse a recuar. A desafiante não largou o osso e iniciou uma perseguição, acertando combinações. Outra direita fez com que as pernas de Miesha desistissem dela, levando-a ao chão, de costas para Nunes. Após algum ground and pound, Nunes colocou os ganchos, virou Miesha e encaixou o Mata-Leão. Miesha, ensanguentada, desistiu e, assim, se fez história. Amanda Nunes tornou-se a primeira brasileira a ser campeã feminina da UFC, mas, mais importante ainda, a primeira campeã abertamente gay.

Fonte: UFC
Foi um grande final para um evento que estava recheado do início ao fim. Todos os combates preliminares eram dignos de estar no cartaz principal e nenhum deles desiludiu. Jim Miller, Gegard Mousasi e Joe Lauzon (estes dois últimos receberam prémios de performance da noite) todos finalizaram as suas lutas e deram o início perfeito ao evento. Sage Northcutt voltou às vitórias, vencendo Enrique Marin por decisão. O ex-campeão de peso galo TJ Dillashaw venceu Rafael Assunção, com quem tinha perdido há 3 anos, também por decisão, mostrando-se dominante após ter perdido o título.