O Reinado de Gunther | WWE

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    Gunther é o melhor campeão Intercontinental de sempre e nem há dúvidas. Com apenas um reinado, o austríaco trouxe uma mística e importância ao título que este não tivera no século XXI. E fê-lo nos seus próprios termos, com a personagem que anda a cultivar desde o seu tempo nas indies: o Ring General. Gunther é um dos melhores lutadores do mundo e provou-o de forma enfática neste reinado que, na semana passada, ultrapassou os 453 dias do reinado do Honky Tonk Man, entre 1987 e 1988.

    Sobreviveu a uma mudança de nome (continuo a preferir WALTER), a uma nova música de entrada (a outra era mais cativante) e mais importante de tudo, a Vince McMahon, que quase condenou a sua carreira da WWE quando este subiu ao main-roster e por pouco que não o enviou de volta para o NXT.

    Depois destas adversidades, no seu primeiro combate importante no SmackDown, Gunther derrotou Ricochet e conquistou o Título Intercontinental. Era 10 de junho de 2022. Recordamos agora o capítulo dourado que Gunther escreveu a tinta permanente na história do Título Intercontinental.

    O PRESTÍGIO

    Para se ter uma noção da proporção do feito de Gunther, comparemos o lutador a outros campeões Intercontinentais.

    Chris Jericho ganhou o título por nove vezes; Randy Savage só o fez uma vez, mas teve um reinado de 413 dias; Razor Ramon foi o primeiro a vencê-lo por cinco vezes; Bret Hart estabeleceu-o como o título destinado ao melhor wrestler da empresa; e The Miz foi o campeão mais credível da década anterior. Para além desses, lendas como The Rock, “Stone Cold” Steve Austin, Triple H e Roddy Piper também tiveram reinados com o título.

    No meio de tantos nomes históricos da WWE, Gunther só precisou de uma oportunidade para os ultrapassar a todos e ter o reinado mais memorável de sempre na história do título. E tal deve-se muito às defesas credíveis que teve.

    OS COMBATES

    No total, foram 15 combates televisionados em que Gunther defendeu o Título Intercontinental. Pelo caminho, derrotou quatro ex-campeões mundiais (Sheamus, Drew McIntyre, Rey Mysterio e Braun Strowman) e elevou lutadores como Chad Gable, que mesmo na derrota, ganhou credibilidade apenas por enfrentar Gunther.

    Para além disso, no Royal Rumble Match deste ano, Gunther fez história ao ficar uma hora e 11 minutos em combate, batendo o recorde da participação mais longa de sempre no mesmo. Foi o primeiro a entrar e o último a ser eliminado – nunca fora depositada tanta confiança num Campeão Intercontinental no maior combate do ano e Gunther excedeu as expectativas de todos.

    Por falar nisso, todo o entusiasmo à volta do austríaco tem sido semeado nos combates brutais que protagonizou. Começando no País de Gales, no Clash at the Castle, deu a Sheamus o melhor combate da sua carreira, tendo-a inclusive revitalizado numa altura em que tal já não parecia ser possível.

     Depois, Gunther demonstrou ser extremamente versátil. O seu estilo de luta funciona na perfeição contra adversários mais pequenos como Rey Mysterio e Ricochet, mas também se complementa com lutadores da estatura de Sheamus ou de Braun Strowman.

    Chegado à Wrestelamnia 39, Gunther teve o melhor combate do evento juntamente com Sheamus e Drew McIntyre. Depois desta defesa, havia poucas dúvidas de que iria bater o recorde de Honky Tonk Man.

    A defesa mais complicada que teve do título até chegar a essa marca foi contra Drew McIntyre, no Summerslam, tendo pelo caminho combates agradáveis frente a Mustafa Ali e Matt Riddle.

    Até que chegou a Chad Gable e a um par de combates maravilhosos – são os melhores momentos da carreira de Gable na WWE.

    A DIFERENÇA

    O que faz destacar Gunther é o seu estilo agressivo dentro de ringue – ele tem tantas manobras perigosas, que nem precisa de um finisher definitivo. Pode acabar os combates com uma Powerbomb, um splash, uma clothesline, um chop ou um STF.

    Depois, olhando para os adversários que enfrenta, muitos só beneficiam disso, mesmo saindo derrotados. Veja-se Chad Gable, que finalmente conseguiu aliar na perfeição a sua personagem a uma credibilidade dentro do ringue e assim ganhar todo o respeito do público. Sheamus, como já disse, é outro bom exemplo.

    Os Imperium completam a apresentação do Ring General. Desde a sua entrada, às promos, acrescentam muito àquilo que Gunther já oferece por si só.  

    QUEM LHE TIRA O TÍTULO?

    A minha aposta para o médio-longo prazo seria Ilja Dragunov. Os dois enfrentaram-se duas vezes no NXT UK pelo título que era então de WALTER, que venceu o primeiro embate, mas perdeu o título no segundo para o lutador russo. Para quem não viu esses combates, ambos redefinem o significado de “violência”.

    Por outro lado, para usar o Título Intercontinental como plataforma para o main-event, Gunther devia perdê-lo para um lutador histórico – aqui, a melhor opção seria para um regressado Randy Orton, mas infelizmente não se sabe até quando é que a sua lesão irá manter o Viper afastado dos ringues.

    De resto, olhando para os lutadores do Raw, só veria um membro dos Judgement Day como alguém credível para vencer Gunther. A rivalidade até podia originar um Trios Match onde o Título Intercontinental e os Títulos de Equipas estivessem todos em jogo.

    Mas o futuro, a Deus pertence. Até lá, continuemos a apreciar este reinado maravilhoso que, para mim, já é suficiente para um dia Gunther entrar no WWE Hall of Fame.

    Curiosidades do Reinado

    Combate esquecido: Gunther vs Madcap Moss, no SmackDown de 17 de fevereiro de 2023.

    Adversário que enfrentou mais vezes: Sheamus (três vezes)

    Ex-campeões Intercontinentais que venceu: Drew McIntyre, Rey Mysterio, Braun Strowman, Ricochet e Shinsuke Nakamura.

    Única derrota: contra Chad Gable, por count-out, no Raw de 21 de agosto de 2023.

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    Afonso Viana Santos
    Afonso Viana Santoshttp://www.bolanarede.pt
    Desde pequeno que o desporto faz parte da sua vida. Adora as táticas envolvidas no futebol europeu e americano e também é apaixonado por wrestling.