Royal Rumble: Do previsível ao surpreendente | WWE

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A WWE teve no último sábado o seu primeiro grande premium live event do ano, um dos mais aguardados em cada ano, o Royal Rumble. Num cartaz com apenas quatro combates, dois deles os Rumbles feminino e masculino, a WWE proporcionou um bom evento no geral, com alguns altos e baixos, resultados muito surpreendentes e outros mais previsíveis.

CHARLOTTE VOLTA E GANHA… OUTRA VEZ

O Royal Rumble feminino foi o primeiro combate que vimos em Indianapolis, com 30 mulheres à procura de garantirem um lugar na WrestleMania contra a campeã da sua escolha. No final, Charlotte Flair fez o seu regresso e acabou mesmo por vencer. Embora o resultado não surpreenda (sabíamos que este era o cenário mais provável), os momentos que antecederam a vitória podiam ter sido mais entusiasmantes. A partir do momento em que Nia Jax eliminou seis lutadoras de seguida, ficou óbvio que seria Flair a vencer e os instantes finais não foram assim tão interessantes antes da última eliminação.

Até aí, o Rumble feminino estava a ser bastante bom e houve alguns positivos. Desde logo, o destaque dado a várias mulheres do NXT, sobretudo a Roxanne Perez, que foi a última a ser eliminada. Alexa Bliss também voltou e provocou uma das maiores reações da noite por parte do público. Jordynne Grace, ex-TNA, fez a sua estreia a tempo inteiro na WWE e também teve bons momentos. Uma nota ligeiramente negativa para o regresso de Nikki Bella, não pelo regresso em si, mas pelo facto de ter surgido como número 30 quando as pessoas esperavam alguém como Becky Lynch. Seria preferível que Alexa Bliss fosse a última a entrar neste cenário.

ESTIPULAÇÃO NÃO FEZ SENTIDO

Depois do primeiro combate Royal Rumble da noite, tivemos um 2 out of 3 falls pelos títulos de equipas da WWE, com os DIY (Johnny Gargano e Tommaso Ciampa) a defenderem contra os Motor City Machine Guns (Alex Shelley e Chris Sabin). Os DIY venceram o primeiro round com um fake tag, os MCMG empataram de seguida com o seu finisher, e, no final, os DIY mantiveram os títulos graças à ajuda dos Street Profits (Montez Ford e Angelo Dawkins), que depois também atacaram os campeões após o combate.

A minha maior crítica a este combate é que, se era para ter apenas 13 minutos de duração, não valia a pena ser 2 out of 3 falls. A estipulação apontava para um combate a superar os 20 minutos de duração, mas 13 minutos era o tempo indicado para um combate só com uma fall. De resto, o wrestling foi bastante bom e o momento dos Street Profits foi razoavelmente bem conseguido, mas eu preferia um combate que ficasse decidido só com um assentamento, que os DIY ganhassem da forma como venceram a primeira ronda e que os Profits viessem atacar toda a gente no final.

NÍVEL CERTO DE VIOLÊNCIA

Antes do Royal Rumble masculino, chegava a hora do combate de escadotes pelo título da WWE, com Cody Rhodes a defender contra Kevin Owens. Os momentos finais do combate viram Owens tentar um package piledriver no campeão em cima da mesa de comentadores, com Cody a contra-atacar com um Alabama slam para cima de um escadote que estava montado entre o ringue e a mesa. A partir daí, Rhodes subiu o escadote, pegou nos títulos e venceu.

Este foi sem dúvida o combate mais violento da noite, e, tirando os primeiros dez minutos, tempo que demorou até arrancar verdadeiramente, foi excelente. Não houve muitas tentativas de subir o escadote, mas houve várias quedas violentas em cima de escadotes por parte de ambos os lutadores. Sami Zayn veio até junto do ringue, mas acabou por não se envolver, o que deve aumentar a fúria de Kevin Owens e precipitar um combate na WrestleMania entre os dois. Da parte de Cody Rhodes, foi bom ver uma história em que pudesse sobressair o lado mais agressivo do campeão, que agora deverá seguir para outra história.

VENCEDOR MAIS SURPREENDENTE DE SEMPRE?

Para fechar a noite, tivemos o Royal Rumble masculino, com 30 homens a tentarem garantir um combate na WrestleMania contra o campeão da sua escolha. Num dos Rumbles com mais estrelas de sempre, Jey Uso foi um vencedor muito surpreendente, eliminando John Cena no final para rumar à WrestleMania e lutar provavelmente contra Gunther pelo título mundial de pesos pesados.

Este é um dos vencedores mais surpreendentes de sempre de um Royal Rumble, se não for mesmo o mais surpreendente, e não seria de todo a minha escolha, uma vez que eu considero que ter apenas carisma não devia ser suficiente para ganhar um combate destes e ter um momento de destaque na WrestleMania. Obviamente que a generalidade do público o adora e a WWE aproveita isso e isto também abre a porta para histórias maiores que não envolvem títulos, o que não é mau. Por outro lado, se critiquei há pouco a previsibilidade da vitória de Charlotte Flair, aqui tenho de admitir que isto foi tudo menos previsível.

De resto, foi um combate muito bem conseguido, com vários destaques, sobretudo para Jacob Fatu, que teve interações com uma mão-cheia de nomes que lhe dão grandes perspetivas para o futuro. O maior momento negativo foi o facto de ter sido Damian Priest a eliminar Drew McIntyre, o que não fez qualquer sentido, até porque estão em marcas diferentes e dificilmente vão começar uma rivalidade.

Por fim, a WWE foi inteligente a colocar as entradas de Roman Reigns, John Cena, CM Punk e Seth Rollins umas a seguir às outras e três destes nomes tiveram um momento que deve dar provavelmente o combate mais antecipado da Mania. Quando Rollins e Reigns estavam a lutar junto às cordas, Punk eliminou-os aos dois e depois o próprio Punk foi eliminado por Logan Paul, levando a que Seth Rollins perdesse a cabeça e aplicasse dois Stomps em Reigns (um deles nas escadas) e lutasse com Punk. Seria interessante termos um Triple Threat na WrestleMania entre estes três, talvez até um Fatal-4-Way se quiserem incluir Drew McIntyre.

Bernardo Figueiredo
Bernardo Figueiredohttp://www.bolanarede.pt
O Bernardo é licenciado em Comunicação Social (jornalismo) na Universidade Católica de Lisboa e está a terminar uma pós-graduação em Comunicação no Futebol Profissional, no Porto. Acompanha futebol atentamente desde 2010, Fórmula 1 desde 2018 e também gosta de seguir ténis de vez em quando. Pretende seguir jornalismo desportivo e considera o Bola na Rede um bom projeto para aliar a escrita ao acompanhamento dos desportos que mais gosta.

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