Survivor Series: Sami Zayn escolheu e a Bloodline venceu a guerra

    O CAOS DO WAR GAMES FOI IMPOSSÍVEL DE CONTROLAR

    Combate espetacular, em que o público teve motivos para se importar com todas as intervenientes. Eram evidentes e foram trabalhadas as diversas rivalidades individuais que as lutadoras tinham entre si: Asuka vs IOSKY; Mia Yim vs Rhea Ripley; Bianca Belair vs Bayley, entre outras. O combate fez jus a uma estipulação que serve de eclosão para este aglomerado de rivalidades que se “misturam”, como é hábito no Survivor Series.

    A protagonista foi sem dúvida Nikki Cross. Foi o elemento fundamental para alterar o ritmo do combate e garantir que os fãs não perdiam o interesse durante o interlúdio entre as primeiras entradas e a última. Nikki encheu o ringue de armas, possibilitando um dos spots da noite, uma luta de kendo sticks entre as várias lutadoras do combate, enquanto a escocesa se preparava para fazer um cross body do topo da jaula.

    O combate findou com um excelente momento de Bianca Belair a aplicar um “KOD” a Bayley contra a parede da jaula, ao mesmo tempo que Becky Lynch fazia um “senton” em cima das campeãs femininas de tag team, para o culminar do cenário em que as Damage CTRL se estrearam no Summerslam.

    Vários órgãos noticiosos como o “Wrestletalk” indicaram ao longo deste ano que Becky Lynch pode ser a adversária de Ronda Rousey na Wrsetlemania 38. Se for o caso, é compreensível querer dar uma vitória ao “The Man”. Ainda assim, a WWE podia usar o tempo que falta até ao dia 1 de abril para construir a personagem da irlandesa, deixando neste momento a vitória sorrir a Bayley e às Damage CNTRL que, desta forma, perdem a primeira rivalidade em que se veem envolvidas.

    Nota do combate: 9/10

    AJ STYLES É NOVAMENTE FENOMENAL

    Combate muito assente no “striking”, dinâmico, mas com um ritmo algo lento, focado essencialmente na psicologia de ringue. Styles começou por trabalhar muito uma perna de Finn Bálor, afetando, por exemplo, o “Coup de Grace”, “finisher” do elemento dos Judgement Day. Já Bálor ia trabalhando a zona abdominal de AJ Styles.

    O aspeto metódico do combate foi muito inteligente, uma vez que remete para o estilo da New Japan Pro Wrestling, empresa na qual tanto Bálor e Styles lideraram o “Bullet club” fação em torno da qual, indiretamente, a rivalidade girou.

    O combate foi eficaz na história que queria contar, afastou cedo os elementos dos O.C e dos “Judgement Day” para se focar numa luta de talento puro entre AJ Styles e Finn Bálor. Styles ganhou, o que foi um resultado adequado, visto que Styles precisava de uma vitória relevante desde a Wrestlemania 36, em 2020. Contudo, o combate acabou de uma forma repentina, com “near falls” em que era difícil ficar investido e ficou a impressão de que o combate ainda podia ter aumentado uma velocidade.

    Nota do combate: 7,5/10

    RONDA ROUSEY GANHOU, SEM SURPRESA

    Combate mais previsível da noite. Como tal, não teve grande investimento dos fãs ainda que SHOTZI tenha acabado por desferir alguma ofensiva, intercetada nalguns casos por Shayna Bazsler (que estava no canto da campeã). A história do combate tinha o objetivo de fazer SHOTZI passar por uma “underdog” que podia surpreender e tornar-se campeã no primeiro combate individual pelo título na sua carreira.

    Não foi o caso, com Rousey a ganhar de forma clara. Um combate trapalhão, durante o qual os fãs cantaram “We want Sasha” (por causa de Sasha Banks) e no qual houve dois momentos de alguma “trapalhice” nomeadamente um “tornado DDT” de SHOTZI completamente falhado, em cima da berma do ringue. Destaque para o momento em que Shayna salvou Ronda de um “suicide dive” por SHOTZI, um momento que pode vir a ser usado no futuro para vir a construir alguma rivalidade entre as duas.

    Nota do combate: 4/10

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    Filipe Pereira
    Filipe Pereira
    Licenciado em Ciências da Comunicação na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, o Filipe é apaixonado por política e desporto. Completamente cativado por ciclismo e wrestling, não perde a hipótese de acompanhar outras modalidades e de conhecer as histórias menos convencionais. Escreve com acordo ortográfico.