A WWE saiu dos Estados Unidos e do continente americano (algo que vai fazer muitas vezes este ano) para fazer um dos seus eventos especiais, com a cidade de Lyon, em França, a receber o Backlash. Para um evento que até tinha deixado um pouco a desejar em termos de histórias e de construção para os vários combates, é bom dizer que a atmosfera criada pelos fãs fez com que este fosse um evento que valeu muito a pena.
Com apenas cinco combates ao longo da noite, os mais bem disputados em termos de wrestling terão sido o combate de ameaça tripla pelo título feminino e o combate principal pelo título da WWE, mas todos tiveram algo para contar, com o público a fazer uma tremenda diferença desde o início até ao fim da noite. Vamos agora ver, combate a combate, o que há para contar de cada um.
MAIS UM ELEMENTO PARA A NOVA BLOODLINE
O primeiro combate da noite era o único que não tinha um título em jogo, mas era também dos mais interessantes em termos de história. Randy Orton e Kevin Owens fizeram equipa para defrontar dois elementos da ‘nova’ Bloodline, Solo Sikoa e Tama Tonga. Percebendo rapidamente que um combate tradicional não iria segurar nenhum dos quatro homens, o GM do SmackDown Nick Aldis transformou o combate numa ‘Street Fight’, com as habituais armas a serem utilizadas (cadeiras, mesas, paus de kendo, caixotes do lixo, etc). No final, quando parecia que Kevin Owens iria vencer para a sua equipa, surgiu um novo elemento do grupo, com Tanga Loa a interferir e a ajudar Sikoa e o seu irmão Tonga. Paul Heyman voltou a destacar-se pelas suas expressões faciais e vai ser interessante perceber como é que Roman Reigns e The Rock vão reagir a esta rebeldia de Solo Sikoa quando regressarem.
BAYLEY SOBREVIVE
De seguida, Bayley tinha a missão de defender o seu título num combate de ameaça tripla contra Naomi e Tiffany Stratton, com o público a criar uma excelente atmosfera para este e para todos os combates da noite. Este foi, para mim, o segundo melhor combate da noite em termos de wrestling, com Bayley a conseguir manter o seu título ao contra-atacar uma tentativa de assentamento de Naomi.
DAMIAN PRIEST NÃO QUERIA AJUDA
O terceiro combate da noite foi pelo título mundial, com Jey Uso a desafiar o campeão Damian Priest, que veio sozinho para o ringue, sem a presença dos seus colegas dos Judgment Day. Não tendo sido mau, o combate foi um ou dois furos abaixo das duas lutas anteriores, mas havia aqui também uma história a ser respeitada. Finn Bálor e JD McDonagh, colegas de Priest nos Judgment Day, foram interferindo para atacar Jey Uso, ao contrário dos desejos do campeão, levando a que este conseguisse manter o título. Depois do combate, o campeão olhou para os seus colegas com um ar reprovador.
NOVAS SUPER-CAMPEÃS
Antes do combate principal, os títulos femininos de equipas foram postos em jogo, com Asuka e Kairi Sane (as Kabuki Warriors) a defenderem contra Bianca Belair e Jade Cargill. Sem surpresas, tivemos novas campeãs, com Cargill a continuar a sua trajetória altamente ascendente desde que chegou à WWE. Foi se calhar o combate menos conseguido da noite, embora não tenha sido mau o suficiente para ser considerado negativo, mas o facto de Belair e Cargill serem agora as campeãs abre aqui algumas possibilidades, com ambas a poderem os títulos durante alguns meses antes de lutarem uma contra a outra.
VRAIMENT PHÉNOMENAL
Para combate principal, Cody Rhodes defendeu o seu título da WWE pela primeira vez desde que o conquistou na WrestleMania, com AJ Styles como primeiro adversário. Com dois lutadores já veteranos, mas ainda perfeitamente capazes de proporcionarem um excelente combate, foi exatamente isso que tivemos, com muito bom wrestling, e com Rhodes a manter o seu título com um Cody Cutter e um Cross Rhodes para terminar, havendo a expetativa de Rhodes ter rivalidades mais longas e com mais história daqui para a frente.