WWE Crown Jewel: Continua a ser o mundo de Roman Reigns

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    A WWE voltou a viajar à Arábia Saudita este fim de semana para mais um premium live event, desta vez o Crown Jewel. Um evento especial que costumava ter combates com lendas que já não estavam fisicamente aptas para ter combates épicos, hoje em dia estes eventos focam-se mais nas estrelas do presente, contando histórias para o futuro. O domingo em Jeddah foi interessante, com um total de nove combates, numa altura em que a WWE se aproxima do Survivor Series (que vai ter WarGames, o que são boas notícias) e do Royal Rumble, que começa o caminho para a WrestleMania.

    ZAYN DÁ UMA ALEGRIA AOS SAUDITAS NO PRÉ-EVENTO

    No pré-evento (Kickoff Show), tivemos um combate entre Sami Zayn e JD McDonagh, que continuou a história entre os Judgment Day e o grupo composto por Sami Zayn, Cody Rhodes e Jey Uso (que pode potencialmente dar um combate WarGames no final deste mês). Num combate competitivo de quase dez minutos, Zayn levou a melhor sobre o seu adversário irlandês, depois de um Helluva Kick e de um Blue Thunder Bomb.

    ROLLINS MANTÉM O TÍTULO, MCINTYRE DESESPERA, PRIEST ROUBADO

    A abrir o cartaz propriamente dito, Seth Rollins defendeu o título mundial de pesos pesados contra Drew McIntyre. Num combate que rondou a casa dos 20 minutos, estes dois deram tudo o que tinham, escapando dos melhores golpes dos seus adversários. No final, foi Rollins a levar a melhor, depois de um Pedigree e de um Stomp, deixando o seu rival escocês desesperado. Rollins continua o seu reinado, mas McIntyre pode perfeitamente voltar a desafiá-lo. O escocês tem estado a dar sinais que pode voltar a ser heel (com ou sem os Judgment Day, é outra questão) e essa seria uma história interessante de seguir, potencialmente com Drew a atacar Rollins num dos próximos Raw e a voltar a enfrentá-lo no Survivor Series.

    Após o combate, Damian Priest surgiu com a sua mala Money in the Bank e parecia pronto a aproveitar para fazer cash-in num desgastado Seth Rollins, até que Sami Zayn apareceu, atacou Priest e fugiu com a sua mala. Isto também é inteligente, porque dá tempo à WWE para continuar histórias sem que Priest seja obrigado a fazer o cash-in, tal como abre a possibilidade de termos um programa entre Zayn e Priest, em que o canadiano continua a manter uma mala que não lhe pertence na sua posse.

    RIPLEY MERECE UMA HISTÓRIA MELHOR DO QUE ISTO

    Este combate não foi propriamente terrível, mas terá sido o menos conseguido da noite, até porque era um combate entre cinco mulheres sem grande história. Todas se esforçaram ao máximo, mas o resultado final não foi propriamente dinâmico para o número de pessoas que o combate tinha. Ao menos, a superestrela certa ganhou, com Rhea Ripley a acertar um Riptide em Zoey Stark a partir das cordas para cima de Raquel Rodriguez e Shayna Baszler, fazendo o assentamento em Baszler para manter o seu título. A Mami tem estado mais ativa com os assuntos dos Judgment Day do que propriamente com o seu título, mas seria bom que tivesse uma história com uma só pessoa nestes próximos tempos, de modo a ter depois algo importante para fazer na época da WrestleMania.

    JOHN CENA ESTÁ A CHEGAR AO FIM

    John Cena tem feito um excelente trabalho ultimamente a jogar com as emoções dos seus fãs, antecipando também o final da sua carreira no ringue. O ‘Melhor de Todos os Tempos’, como é agora chamado dentro da WWE, procurava regressar às vitórias individuais (não consegue uma desde 2018) contra o destruidor da Bloodline, Solo Sikoa. Este combate foi exatamente aquilo que devia ter sido, com Sikoa a vencer de forma absolutamente convincente, apesar de uns momentos iniciais em que Cena procurou direcionar os seus golpes para o braço do samoano. Sikoa venceu com um total de 11 Samoan Spikes consecutivos, com Cena, depois do combate, a parecer despedir-se dos fãs. Não será a última vez que aparece na WWE (talvez a última na Arábia Saudita), mas não deverá tardar muito até que Cena comece a preparar o seu adeus aos ringues.

    MIZ TV

    Pouco depois, só para destoar um pouco da carga de combates, tivemos o habitual talk show de The Miz, em que este chamou Ibrahim Al Hajjaj (estrela de cinema saudita) ao ringue, até que ambos foram interrompidos por Grayson Waller. Depois de Waller atacar Al Hajjaj, o australiano sofreu um Skull Crushing Finale de Miz e um People’s Elbow (famosa manobra de The Rock) do saudita. Este segmento serviu para pouco mais do que alegrar o público da casa e lembrar as pessoas que Miz se está a tornar babyface, ele que deve ser o próximo candidato ao título Intercontinental de GUNTHER.

    ISTO TINHA DE ACONTECER

    Logan Paul, estrela do YouTube, é o novo campeão dos Estados Unidos da WWE. Por muito confuso que isso possa parecer para alguns, isto tinha de acontecer no Crown Jewel. A atenção que a WWE vai receber nas redes sociais e nos meios de comunicação vai ser enorme e Paul é muito bom dentro do ringue, por incrível que possa parecer. No combate em si, Paul fez claramente batota, usando uma soqueira para deixar Rey Mysterio KO, tendo ainda a lata de dizer a Mysterio depois do combate que o respeitava imenso. É improvável que Paul apareça todas as semanas na WWE para defender o seu título, mas também não é urgente que o faça com essa frequência. Por outro lado, Mysterio tem uma história prestes a arrancar com Santos Escobar, que deixou acidentalmente a soqueira dentro do ringue para Paul aproveitar e vencer.

    KAIRI SANE REGRESSA, POSSÍVEL FIM DAS DAMAGE CTRL?

    Este combate foi um dos que deixou mais discussão, com IYO SKY a manter o seu título contra Bianca Belair, muito por culpa de ajuda exterior. E não foi de Bayley (que, na minha opinião, nem devia estar ali, uma vez que tinha sofrido um KOD na mesa de comentários no SmackDown anterior), mas sim da regressada Kairi Sane. Sane atacou Belair fora do ringue quando o árbitro não estava a ver, Belair ainda evitou a contagem do árbitro, mas sofreu imediatamente um moonsault para a vitória da japonesa. SKY e Sane continuaram o ataque à EST depois do combate, com Bayley apenas a ver fora do ringue, claramente confusa. Isto deixa questões quanto ao futuro das Damage CTRL, com SKY e Sane a parecerem ter o seu próprio, lembrando que foi Bayley a responsável pela saída anterior de Kairi da WWE. Isto será um ponto interessante a explorar, com Bayley a poder lutar com as duas japonesas, faltando saber quem será face e quem será heel. Mas parece quase certo que as Damage CTRL estão a chegar ao fim.

    RHODES CONTINUA A SUA CAMINHADA TRIUNFAL

    Já sem a sua mala Money in the Bank, previamente roubada por Sami Zayn, Damian Priest teve um combate com Cody Rhodes, que serviu para continuar a senda vitoriosa do filho de Dusty Rhodes. Numa luta que teve Jey Uso a combater a interferência dos restantes elementos dos Judgment Day (num cenário que, lá está, pode levar ao WarGames), Rhodes venceu com três Cross Rhodes consecutivos. Cody estará entre os candidatos a vencer o Royal Rumble de 2024, mesmo que já tenha vencido o deste ano, mas, mesmo que isso não aconteça, haverá outras formas de o levar à desforra com Roman Reigns na WrestleMania, sendo que estas vitórias só o ajudam. Priest, por seu lado, tem de se focar em recuperar a mala Money in the Bank de Sami Zayn no futuro próximo.

    KNIGHT BEM TENTOU, MAS REIGNS CONTINUA CAMPEÃO

    No combate principal, Roman Reigns defendeu o seu título contra LA Knight, que tem tido uma ascensão meteórica na WWE. Num combate típico de Reigns, com um ritmo algo lento em que o campeão pára muitas vezes a ação para dar tempo ao público de reagir, Knight ficou perto, mas a interferência de Jimmy Uso fez com que Knight sofresse um spear contra o muro de proteção fora do ringue, seguido de outro spear dentro do ringue. Daqui para a frente, veremos como é que a WWE lida com Knight, que também pode ser um candidato à vitória no combate Royal Rumble, embora eu preferisse que ele apontasse a Logan Paul e ao título dos Estados Unidos. Em relação a Reigns, toda a gente sabe que vai entrar na WrestleMania como campeão, possivelmente com nova luta contra Cody Rhodes.

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    Bernardo Figueiredo
    Bernardo Figueiredohttp://www.bolanarede.pt
    O Bernardo é licenciado em Comunicação Social (jornalismo) na Universidade Católica de Lisboa e está a terminar uma pós-graduação em Comunicação no Futebol Profissional, no Porto. Acompanha futebol atentamente desde 2010, Fórmula 1 desde 2018 e também gosta de seguir ténis de vez em quando. Pretende seguir jornalismo desportivo e considera o Bola na Rede um bom projeto para aliar a escrita ao acompanhamento dos desportos que mais gosta.