Apagamento súbito na ressaca de Pequim | Saltos de Esqui

Findado o maior evento à escala global , eis que a Taça do Mundo de Saltos de Esqui fazia o seu regresso, e logo num palco histórico da modalidade, o Salpausselka de Lahti. Refira-se que ausentes desta tripla jornada, estavam o técnico principal dos austríacos e o responsável maior dos noruegueses, com as respetivas nações a ficarem com os adjuntos ao leme.

De evidenciar ainda, e numa fase em que a COVID-19 parece finalmente dar tréguas, que as bancadas da estrutura estavam repletas de público como faz muito tempo não via. O trampolim de 130m cujo K-Point se situava nos 116 possuía um record fixado em 2017 pelo norueguês Forfang, 138m. De reforçar ainda que,  e tendo em conta se tratar de uma das estruturas mais pequenas do  campeonato, a técnica poderia ser algo fundamental na obtenção de um grande resultado.

DA SEGUNDA PARA A PRIMEIRA E EM GRANDE ESTILO

Fruto de um intensíssimo nevão e de um fortíssimo vento, a organização não teve outra solução que não fosse cancelar a qualificação agendada para a manhã de sexta. Desta forma, as dantescas condições acabariam por conferir uma oportunidade a caras habitualmente menos mediáticas numa primeira ronda composta por 67 atletas em defesa de 17 nações que teriam por missão fintar as desafiantes condições, embora, agora com menor intensidade o manto branco poderia atrapalhar devido à muita acumulação nas calhas do trampolim dificultando a aderência dos esquis.

Quem percorrida a primeira metade de contenda liderava surpreendentemente era o comandante da II divisão a nível mundial, a Taça Continental, o austríaco Wohlgenannt, assegurando 126m. A três décimas de ponto e rubricando marca em metro e meio inferior encontrava-mos o baixinho Kraft, com a terceira posição a ser ocupada por Eisenbichler, que embora assinando 127m era extremamente penalizado no capítulo técnico.

Granerud voando mais meio metro e Klimov executando meio metro abaixo dos 120 eram os restantes militantes dos melhores cinco.

Ainda dentro do Top dez, figuravam por esta ordem: Zyla, Geiger, Kobayashi, Hoerl e Nousiainen, ele que ia defendendo com brio uma nação que embora atuasse entre portas, sabia não poder ambicionar a muito mais que ser uma mera “figurante”! Isto num dia em que Lindvik e Stoch, arredados dos 20 melhores registos hipotecavam as chances de um bom resultado e em que: Forfang, Fettner e Huber se despediam precocemente, “apontando” agulhas para os restantes eventos.

A EXPERIÊNCIA FOI MESMO UM POSTO

Era com o vento a soprar de forma assaz irregular, bem como com a neve a subir de tom que se dava início a uma ronda final na qual e confirmando as minhas espectativas os anfitriões acabariam por baixar o nível: Aalto era o melhor deles concluindo em 17.º , um posto melhor que Nousiainen.

Kubacki era mesmo quem mais ascendia, com o medalhado de bronze em trampolim normal em Pequim a fazer um agridoce 13.º posto, dois atrás de Lindvik que parecia ter gasto as “pilhas” exibidas em território chinês. Um dos melhores registos de toda a tarde era pertença de Deschwanden, que mesmo apesar dos 130.5m não iria além da nona posição, em igualdade com o mais velho do clã Prevc, enquanto o mais jovem Cene fecharia em décimo.

A vitória sorriria ao duas vezes vencedor do grande globo de cristal, detentor de uma águia dourada e campeão do mundo de voos de esqui, Kraft, que voando um metro mais que o tamanho do trampolim garantiu a segunda da temporada e a 23.ª da carreira.

O campeão discreto, Granerud, somava novo pódio ao passo que a terceira posição era entregue a Zyla, sendo que o veterano era novidade em postos medalháveis na presente época. Eisenbichler e Geiger fechando por esta ordem os cinco mais abriam boas perspetivas à Mannschaft quanto a um, eventual, bom resultado coletivo.

A vantagem de Geiger seria mesmo ampliada, ainda que não muito, dado que Ryoyu quedava-se  pela sétima posição, uma atrás de Wohlgenannt que não aguentando a pressão “caía” para uma sexta posição, consequência dos escassos 116m rubricados, algo que mesmo assim representavam o melhor resultado do saltador entre a elite. Digna ainda de menção a primeira pontuação da temporada por parte do estoniano Aigro.

Diogo Rodrigues
Diogo Rodrigueshttp://www.bolanarede.pt
O Diogo é licenciado em Ciências da Comunicação pela Universidade Lusófona do Porto. É desde cedo que descobre a sua vocação para opinar e relatar tudo o que se relaciona com o mundo do desporto. Foram muitas horas a ouvir as emissões desportivas na rádio e serões em família a comentar os últimos acontecimentos/eventos desportivos. Sonha poder um dia realizar comentário desportivo e ser uma lufada de ar fresco no jornalismo. Proatividade, curiosidade e espírito crítico são caraterísticas que o definem pessoal e profissionalmente.

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