Em solo polaco foi Ryoyu quem cantou vitória | Saltos de Esqui

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    Ultrapassado o Torneio dos Quatro Trampolins brilhantemente conquistado pelo japonês Ryoyu Kobayashi, pela terceira vez na carreira, era tempo dos incríveis “homens pássaro” voltar ao ativo. O reatar dava-se e logo com uma estreia no calendário, o Tour Polaco, um certame a nível coletivo com passagens por Wisla, Szczyrk e Zakopane, uma espécie de Quatro Trampolins numa disputa ao longo de dez dias e em que o país com mais pontos levaria para casa uma quantia na ordem dos 50.000 euros.

    A abrir os saltadores tinham pela frente o Malinka Adam Malysz , uma estrutura de 134m cujo K-Point estava situado aos 120 e que fruto de uma recente modernização, onde se rebaixou a rampa de saída do trampolim, não contava com nenhum record válido.

    Entre os principais candidatos a festejar no dia 21 em Zakopane estavam: austríacos, germânicos e eslovenos, os polacos a jogar em casa e os viquingues também não podiam ser retirados da equação, não obstante o delicado momento de forma vivido. Com efeito aqui ficam os cinco momentos mais marcantes deste fim-de-semana num trampolim que homenageia uma das lendas vivas deste desporto.

    5- Nem em casa os polacos reencontraram as boas sensações

    Depois da pálida imagem deixada nos Quatro Trampolins, onde todo o seu “exército” sofreu uma copiosa derrota, todos esperavam que os polacos pudessem, pelo menos, apresentar um nível satisfatório num  torneio que se estreava em âmbito de Taça do Mundo e para o qual haviam treinado afincadamente segundo o seu selecionador. Bastante discretos a nível individual, sem nenhum atleta entre os quinze melhores, o grande desaire aconteceria no evento de “super equipas” com Kubacki e Zyla a serem apenas sextos, incapazes de atuar a alto nível numa estrutura onde costumam ser bem sucedidos. Com alguns dos seus maiores ativos já a caminhar para a retirada: Kamil Stoch, Dawid Kubacki e Piotr Zyla, a verdade é que mais que tudo vão faltando opções para se empreender uma necessária e urgente renovação numa seleção habituada, nos anos mais recentes, a erguer alguns dos títulos mais importantes da modalidade. Se é certo que este tem de ser um processo gradual, feito paulatinamente e bem alicerçado, tal como aconteceu na Alemanha há pouco mais de uma década, o que é facto é que não se vê luz ao fundo deste túnel! Poder-se-á falar de uma crise sem fim á vista ou apenas de um fechar de ciclo? Caso os veteranos não recuperem forma e alguma motivação, bem se pode falar de uma temporada perdida para um país louco pelos saltos! Serão eles capazes de inverter esta tendência e fazer aparecer novos atletas de exceção?

    4- Wellinger volta a festejar e fixa record impressionante

    Quando se poderia desenhar, hipoteticamente, um cenário de alguma falta de crença do germânico após a forma como perdera os Quatro Trampolins na sequência de um  fulgurante começo, demonstrou que os grandes atletas não se deixam abalar por estas situações perfeitamente normais ao mais alto nível. Sem ponta de receio em falhar, adotando uma postura sempre ultra confiante notando-se todo o prazer que vai sentindo a cada salto, o antigo campeão olímpico, fortemente ajudado pelas condições teria a arte, o engenho e a capacidade de colocar a fasquia bem alta! Voando uns impressionantes 145m que colocaram todos em sentido e lhe valeram nova subida ao pódio a nível coletivo, repetindo a gracinha individualmente. Outrora afetado por várias lesões, bem como pouco motivado para prosseguir a carreira, bem podemos afirmar que estamos perante uma força da natureza que vai vivendo o momento mais alto e regular de todo o seu trajeto na Taça do Mundo de Saltos de Esqui. O senhor consistência da época, apenas com duas provas em que não garantiu pódio, afirma-se como um mais que candidato a lutar até ao fim pelo grande globo. Caso seja capaz de manter, ou quem sabe, elevar o nível será alguém com quem contar para os campeonatos do mundo de voos de esqui que estão aí ao virar da esquina e que serão certamente um objetivo! A grande joia da coroa da Mannschaft , Wellinger é já um dos atletas mais laureados do seu país desde a retirada do antigo vencedor da Taça do Mundo e dos Quatro Trampolins, Martin Schmitt.

    3- Tate Frantz deixa americanos a sonhar alto!

    Com um começo de temporada onde se tornou, com apenas 18 anos, no atleta mais novo de sempre a pontuar na “Champions” dos Saltos de Esqui, marca entretanto batida pelo austríaco Stephan Embacher no decorrer do torneio dos Quatro Trampolins, estamos seguramente perante uma das, senão, a maior promessa dos saltos de esqui norte-americanos de sempre. Ainda um pouco irregular, a verdade é que o talento está lá, sendo que para alguém tão jovem tem uma forma de saltar já bastante relevante e madura. Se já nos tinha brindado com atuações de uma valia bastante assinalável, para a realidade do seu país nesta modalidade, foi com o começo do Tour Polaco que viveu o seu melhor fim-de-semana entre a elite. Um sétimo posto nas “super equipas”, um dos maiores feitos neste tipo de competições para os EUA e a 18ª posição a título individual seriam um marco e uma referência para o futuro,  que salvo melhor opinião, tem tudo para melhorar. Será ele capaz de continuar  esta evolução num país tão limitado em termos de recursos materiais e financeiros quando falamos de saltos de esqui? Não será , certamente, por falta de vontade e ambição!

    2- Eslovenos assumem favoritismo  para vencer primeira edição do Tour  Polaco

    Crónicos candidatos sempre que estamos perante eventos de índole coletiva, reúnem um lote de saltadores muito regular, experiente e traquejado. Todos em grande momento de forma, acabariam por ser Lanisek e Kos os eleitos para defender as chances pátrias no evento que abriu o torneio, e os resultados não poderiam ser mais esclarecedores! Liderando de início a fim, terminariam com cerca de meia centena de pontos de vantagem para os austríacos e germânicos, arrecadando um triunfo sem margem de contestação! Este tão dilatado êxito lançou-os para uma mais que provável conquista desta nova competição inserida no campeonato. Falta saber se terão “unhas” para defender esta liderança, sustendo os ataques dos rivais.

    1-Ryoyu não abranda!

    Após tocar a eternidade arrecadando mais um troféu para as vitrinas lá de casa, pensaria que tirasse, um pouquinho, o pé da tábua no começo deste evento, uma vez que o Japão coletivamente não terá, previsivelmente , argumentos para se bater com as “super potências” da modalidade. Bem, mas não excelente a nível coletivo mesmo se tivermos em conta que os do país do sol nascente ficariam adiante dos caseiros, a verdade é que Koba confirmava as indicações anteriormente deixadas ainda que num trampolim um bocadinho diferente, com o asiático a colecionar somente um pódio nas suas anteriores atuações aqui em Wisla. Seria e contrariando todas essas espectativas e indicações que o samurai “picaria o ponto” pela primeira vez na presente época. Recuperando e fruto de um grande segundo salto provava estar, ainda, na luta pela geral global, não obstante um arranque discreto de temporada. Com prestações de tamanha qualidade, riqueza e perfeição é complicado imaginar que não possa almejar a conquistar, ainda, mais troféus num ano já debruado a ouro! Será ele capaz de conseguir uma temporada ao nível da que Granerud rubricou , tornando-se num dos atletas com mais sucesso na história dos saltos? Mantendo este estado de forma, tudo é possível!

    Agora e antes das passagens por Szczyrk e Zakopane são os eslovenos quem lidera ao somar 1558.4 pontos. Os austríacos contabilizam 1507.2 enquanto que os germânicos amealham 1489 pontos.

    Já na corrida ao grande globo, Kraft dilata a margem para Wellinger averbando 989 pontos face aos 757 do germânico e aos 691 de Koba que aos poucos também se parece querer intrometer na luta pelo globo de cristal!

    Quanto a nós voltámos a ler-nos em Zakopane, palco dos derradeiros eventos da edição de estreia do Tour Polaco.

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    Diogo Rodrigues
    Diogo Rodrigueshttp://www.bolanarede.pt
    O Diogo é licenciado em Ciências da Comunicação pela Universidade Lusófona do Porto. É desde cedo que descobre a sua vocação para opinar e relatar tudo o que se relaciona com o mundo do desporto. Foram muitas horas a ouvir as emissões desportivas na rádio e serões em família a comentar os últimos acontecimentos/eventos desportivos. Sonha poder um dia realizar comentário desportivo e ser uma lufada de ar fresco no jornalismo. Proatividade, curiosidade e espírito crítico são caraterísticas que o definem pessoal e profissionalmente.