Foi em Lahti que os polacos voltaram a sorrir | Saltos de Esqui

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    Em solo finlandês pela segunda vez no decurso da presente temporada, após passagem por Ruca no começo do campeonato, víamos a Taça do Mundo de Saltos de Esqui aterrar em Lahti. Com Lanisek ainda arredado da discussão por lesão, também Dawid Kubacki e Timi Zajc, ambos por opção falhavam o fim-de-semana. Os atletas teriam pela frente o Salpausselka, uma estrutura de 130m, cujo K-Point estava localizado aos 116 e  que via um record de 138m, da autoria de Forfang e que vigorava desde 2017.

    Numa jornada marcada pelo triunfo norueguês na disputa por equipas, terminando deste modo com uma superioridade incontestada dos austríacos e com o vento a influenciar , e muito, o normal curso das competições aqui ficam os cinco destaques da última paragem do “circo branco” antes do início do Raw Air.

     5- Noriaki Kasai

    Após o feito conseguido em Sapporo , e quando se poderia pensar que fosse cumprir o resto da época na Taça Continental, a II Divisão da competição a nível mundial, eis que o selecionador nipónico voltaria a apostar na sua veterania. Revelando estar mais que habituado a ter pela frente os mais variados tipos de trampolins ,foi também fazendo uso das mais de 500 provas entre a nata que conseguiu lidar e conviver com as complicadas condições de vento que assolaram esta estrutura. Bastante sólido ao longo dos três dias, atingindo com frequência os 120m seria e para euforia geral que o incrível exemplo de longevidade voltaria a fazer das suas. Com 51 anos oito meses  e26 dias tornaria a estabelecer novo máximo de longevidade ao mais alto nível. Como foi bem percetível antes, durante  e após as suas atuações , Kasai é muito mais que um mero saltador de esqui, é uma referência, uma inspiração e um ídolo para todos os fãs das mais diversas nacionalidades, é quase como se fosse património mundial! Com a lenda a crescer cada vez mais e os fãs a reconhecerem a entrega do atleta de corpo e alma a este incrível e fascinante desporto, creio e salvo melhor opinião que quando decidir pendurar de vez os esquis terá um lugar de destaque para si reservado dentro da caravana. Conseguirá Kasai aumentar ainda mais este record, eternizando ainda de uma forma mais marcante o seu nome nos livros de história da modalidade?

    4- Peter Prevc

    Recentemente anunciada, pelo próprio, a sua retirada da alta roda dos saltos após a conclusão da presente temporada, em Planica diante dos seus, seria e precisamente desde então que se voltou a ver o melhor Prevc. Livre de toda a pressão e responsabilidade que certamente tinha sob os ombros, até pelo epíteto de melhor atleta esloveno de sempre nos Saltos de Esqui, a verdade é que , no momento, vai apresentando uma regularidade que não lhe víamos há muito! Com três segundos lugares nas últimas quatro provas, parece ser uma questão de tempo até que chegue a esperada e diga-se merecida vitória. Tal como os fãs da modalidade que querem é ver história a ser feita, não nego que seria épico e uma excelente notícia ver o polícia “picar o ponto” antes da retirada, sendo que a cereja no topo do bolo seria se tal se verificasse em Planica onde já festejou tanto e tanto ao longo de uma carreira ímpar. Terá ele a capacidade  e a sorte sempre tão necessária neste desporto para o conseguir? Independentemente de tal ser uma realidade ou não, já mais será inegável tudo o que o trintão aportou à história deste desporto!

    3- Marius Lindvik

    Claramente em mará ascendente nos eventos anteriores a este, bem se pode considerar que o viking não defraudou nem um pouquinho as espectativas, bem pelo contrário! Até as superou! A um nível bastante alto logo desde a qualificação realizada na sexta-feira, creio, contudo , que nem o norueguês mais otimista e fervoroso acreditaria num sucesso coletivo. A passar por um conturbado momento em termos técnicos, com o selecionador a não viajar já algum tempo com a equipa, a reação não poderia ser mais afirmativa por parte dos membros da seleção viking. Demonstrando uma união, harmonia e companheirismo latentes bateria  para estupefação geral, uma Áustria que não era derrotada em eventos deste tipo já á muito! Contribuindo decisivamente para o tão inesperado êxito, saltando sempre para lá dos 130m, foi dos atletas que mais pontos angariou, sendo assim a grande chave para este êxito tão saboroso quanto inesperado. Poderá esta surpresa ter catapultado Lindvik e seus pares para um Raw Air ao seu verdadeiro nível, fazendo esquecer  ou pelo menos amenizar a crise interna?

    2- Alexander Zniszczol

    A viver uma temporada, a todos os títulos cinzenta, a seleção polaca de algum tempo a esta parte vinha tendo no atleta de Zakopane o nome em melhor forma ao longo do inverno. Com  referências e vultos como:  Stoch, Zyla e Kubacki completamente fora dela, foi e para grande espanto  da crítica especializada e também da minha parte, que acabaria por assumir e assumir-se como a figura mais saliente da armada polaca. Muito bem em várias primeiras rondas recentes, era, contudo, bastante frequente vermos Zniszczol acusar a pressão e falhar em momentos chave . A melhorar a sua regularidade e consistência ao longo das provas mais recentes, eis que finalmente conseguiu o objetivo que vinha perseguindo, à muito! Calmo, seguro e sólido concretizou mesmo o primeiro pódio de uma carreira feita a pulso! Será este o tal ponto de viragem que os polacos tanto desejavam e pelo qual ansiavam? Quanto a Zniszczol poderá ter ganho : confiança , impulso e motivação para atacar com entusiasmo e com ânimo redobrado o tramo final de campeonato, sendo que pode  a manter este nível, ser um dos nomes fortes em direção à próxima temporada!

    1-Jan Hoerl

    Sempre altamente discreto, o jovem austríaco é daqueles que pouco falha ao longo de uma temporada, contudo tardava em subir ao pódio desde o conseguir pela última vez aquando do triunfo em Innsbruck a contar para o Torneio dos quatro Trampolins. A atuar num trampolim de que tanto gosta tais são as suas caraterísticas, demonstrou-o em pleno , acabando por brilhar em alto nível! Depois do aperitivo servido no evento coletivo, onde foi o melhor austríaco e o segundo atleta com mais pontos, guardaria o prato principal para domingo! Aplicando superior mestria e sempre revelando muita calma, sobriedade e aparente facilidade, manteve os níveis técnicos e mentais necessários para aguentar a vantagem trazida da ronda inaugural carimbando deste modo o segundo triunfo do campeonato e o terceiro em toda a carreira na Champions! Com pouco a lucrar na classificação global, pois os três primeiros da mesma estão num “planeta” à parte, o grande objetivo será ,certamente, manter e consolidar a quarta posição final na temporada, alcançando assim o melhor pecúlio do praticante na Taça do Mundo de Saltos de Esqui. Terá ele andamento para discutir o Raw Air e defender-se nos voos de esqui, o  calcanhar de Aquiles neste momento?

    Agora e antes de rumar-mos até solo norueguês para cumprir nova edição do Raw Air, competição que passará por Oslo, Trondheim e Vikersund e onde não só as competições como as rondas de qualificação contarão para a pontuação do certame, eis que as contas na corrida ao grande globo vão estando assim: Kraft lidera ao somar 1578. Kobayashi segue em segundo amealhando 1382 enquanto Wellinger milita em terceiro totalizando 1294 pontos.

    Nós voltaremos a ler-nos após o referido torneio para juntos fazer-mos uma revisão dos melhores momentos vividos em território viking!

    Até lá já sabe. Fique bem, sempre na melhor companhia Marcamos encontro?

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    Diogo Rodrigues
    Diogo Rodrigueshttp://www.bolanarede.pt
    O Diogo é licenciado em Ciências da Comunicação pela Universidade Lusófona do Porto. É desde cedo que descobre a sua vocação para opinar e relatar tudo o que se relaciona com o mundo do desporto. Foram muitas horas a ouvir as emissões desportivas na rádio e serões em família a comentar os últimos acontecimentos/eventos desportivos. Sonha poder um dia realizar comentário desportivo e ser uma lufada de ar fresco no jornalismo. Proatividade, curiosidade e espírito crítico são caraterísticas que o definem pessoal e profissionalmente.