Kobayashi soma terceira coroa e torna-se numa lenda | Saltos de Esqui

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    Percorridas as etapas germânicas naquela que era a 72ª edição do torneio dos Quatro Trampolins, eis que a ação rumava a solo austríaco, com os trampolins de Innsbruck e Bischofshofen a assistirem ao duelo entre o alemão Andreas Wellinger, que tentava quebrar uma série de 22 anos sem vitórias germânicas na geral do certame e o nipónico Ryoyu Kobayashi que pretendia arrecadar pela terceira vez a mítica e por todos cobiçada águia dourada.

    Com a emoção a ser mais que muita e com o espetáculo a corresponder às espectativas viveram-se  momentos que provam a beleza, a espetacularidade e o fascínio que levam tantos como eu a amar esta modalidade tornando-a em algo especial.

    Aqui deixo os cinco atletas em plano de evidência ao longo das referidas etapas.

    5- Clemens Aigner

    Um desconhecido para o grande público, não sendo presença regular entre as escolhas do corpo técnico austríaco, era nesta condição que o atleta de 30 anos partia no começo do torneio, chegando então à seleção com a finalidade de ganhar experiência neste patamar competitivo após bons desempenhos na Taça Continental. Bastante assertivo, confiante e certinho ao longo de todo o torneio revelou sempre uma capacidade nunca vista para se bater com os melhores, acabando mesmo por superar  nomes de monta como: Kamil Stoch, Dawid Kubacki ou Karl Geiger. Depois de um tão bom torneio poderá ele carimbar um lugar entre os selecionados do país do esqui afirmando o seu talento e consolidando-se de uma vez por todas entre a elite? Caso o nível seja para manter ou até elevar, poderemos estar perante um Fettner segunda versão, visto que o seu compatriota  também só bem entrado nos 30 começou a mostrar alguns dos seus melhores saltos e a brindar-nos com alguns dos melhores resultados na Taça do Mundo de Saltos de Esqui. Décimo à geral naquele que é unanimemente reconhecido como um dos momentos mais altos da temporada creio, salvo melhor opinião, estar-mos perante a grande surpresa/ revelação do evento , que deixa água na boca para o que falta de campeonato. Terá sido apenas um fogacho ou Aigner veio para ficar entre a nata da modalidade de forma regular e consistente?

    4- Jan Hoerl

    Com apenas um par de pódios e somente uma vitória entre a nata, poucos, acreditavam que o jovem fosse capaz de figurar entre os nomes em foco ao longo do evento, mas a verdade é que brilhou e de que forma em Innsbruck! Com um salto de encher o olho, suplantando os rivais por mais de uma dezena de pontos ao cabo da primeira ronda, seria com toda a calma, serenidade e sem qualquer precipitação que embalaria para uma vitória sem espinhas deixando todos de queixo caído tamanha a autoridade! Não obstante prestações de inegável qualidade e reconhecido talento que já anteriormente havia constatado já mais se revelou tão capaz ao longo de ambos os voos! Mesmo falhando em Bischofshofen perdendo as hipóteses de um pódio na geral do certame, não deixou de rubricar um torneio acima das minhas espectativas, conseguindo ser o segundo melhor do seu país ao longo das quatro etapas. Hoerl pode ter subido de patamar em termos de carreira após este resultado de monta, provando ser capaz de se exibir a um nível elevado ao longo de um período considerável, ao invés de um atleta que aparece a grande nível mas que se apaga pouco tempo depois! Conseguirá ele capitalizar estas boas sensações?

    3- Andreas Wellinger

    Com a confiança nos píncaros chegado o momento de atacar a geral dos Quatro Trampolins, sendo após a passagem por Oberstdorf considerado como o grande candidato ao troféu por todos mais pretendido, a verdade é que já após a etapa de Garmisch começavam a surgir algumas dúvidas quanto à manutenção de tamanha regularidade, pois a pressão dos rivais já se fazia sentir bem de perto! Não obstante o excelente torneio que rubricou, o que é facto é que o antigo campeão olímpico em trampolim normal acabaria por dar lastro e confirmar o que vaticinava após a primeira metade de disputa, revelando-se impotente para aguentar a forma que vinha sendo exibida por Ryoyu Kobayashi. Sempre focado só, e apenas isso, nas suas performances , não podemos acusar o germânico de ter descido repentinamente o nível, visto que nunca falhou um Top 10 ao longo do certame, nunca enrolando a bandeira, só que o nipónico esteve a um nível tão alto que nem a sua consistência foi suficiente! Creio que alguém com a  sua experiência, força mental e capacidade não se deixará afetar por ter falhado a tentativa de voltar a resgatar o torneio que foge aos bávaros vai para 22 anos. Como já frisei e reitero ele esteve bem, o facto é que Ryoyu não concedeu qualquer veleidade. Com ainda cerca de metade de campeonato pela frente conseguirá esquecer este desaire rapidamente e mostrar toda a fibra que lhe é reconhecida  intrometendo-se na luta pelo grande globo de cristal?

    2- Stephan Kraft

    Fisicamente distante do seu auge, sofrendo recentemente de problemas nas costas, fator que me levava a não colocar o baixinho como o maior favorito aos Quatro Trampolins, mesmo sabendo que havia iniciado a temporada com quatro vitórias nas quatro etapas inaugurais! Nunca escondendo, de ninguém, essas queixas no plano físico foi e também devido a uma força mental e capacidade de foco invulgares que se revelou capaz de colmatar tais debilidades com voos impressionantes que o conduziram a um pódio final no certame! Como se tais desempenhos de excelência não fossem o bastante para se contentar, seria o responsável por evitar o dia perfeito de Ryoyu no Paul-Ausserleitner de Bischofshofen ao atingir mais uma vitória na temporada, passando a ser o segundo saltador da história com mais pódios conquistados! Um exemplo de garra, concentração e desportivismo dentro e fora dos trampolins, um atleta de exceção que não parece perder qualidades ao longo da carreira, não se deixando afetar com o passar dos anos. Com muito, certamente, para vencer ainda Stephan terá um lugar especial nas  páginas de recordes da modalidade, sendo recordado , quando assim o decidir, como alguém que fez desta uma modalidade com melhores valores!             

    1-Ryoyu Kobayashi

    Após um período de pré-temporada no qual confessou ter-se desmazelado um pouco, não treinando tão rigorosa e afincadamente, poucos pensavam que voltaria a escrever história para o desporto em geral e para os saltos de esqui asiáticos em particular! Muito tranquilo, sem exuberâncias e com alto sentido de responsabilidade, mesmo apesar de raramente deixar transparecer as suas emoções, a verdade é que o samurai mostrou-se , outra vez, um poço de confiança, uma máquina de consistência e um verdadeiro relógio! Não conquistando qualquer um dos eventos do torneio, terminando em segundo todos eles, tornou-se apenas no nono atleta a conseguir tal proeza, bem como igualou cm três aguias douradas no curriculum o finlandês Bjoern Wirkola, o alemão Helmut Recknagel  e polaco Kamil Stoch. Refira-se ainda que apenas o germânico Jens Weissflog e o finlandês Janne Ahonen têm mais troféus embolsados que o genial japonês que promete ir em busca de mais, muito mais! Não obstante a feroz e acérrima concorrência, o asiático mostrou sempre estar um degrau acima de todos, sendo assim de elementar justiça a conquista de tão emblemático e prestigiado céptro!

    Com o nipónico a deixar Wellinger a mais de duas dezenas e meia de pontos e  sendo que Kraft concluiu em terceiro este torneio, já quanto à corrida ao grande globo é o baixinho que se mantém na dianteira totalizando 909 pontos. Wellinger é segundo amealhando 697 enquanto que Ryoyu ascende a terceiro com 591 pontos.

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    Diogo Rodrigues
    Diogo Rodrigueshttp://www.bolanarede.pt
    O Diogo é licenciado em Ciências da Comunicação pela Universidade Lusófona do Porto. É desde cedo que descobre a sua vocação para opinar e relatar tudo o que se relaciona com o mundo do desporto. Foram muitas horas a ouvir as emissões desportivas na rádio e serões em família a comentar os últimos acontecimentos/eventos desportivos. Sonha poder um dia realizar comentário desportivo e ser uma lufada de ar fresco no jornalismo. Proatividade, curiosidade e espírito crítico são caraterísticas que o definem pessoal e profissionalmente.