Os 5 elementos de uma prova eletrizante nos Mundiais de Esqui Nórdico                                         

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    Era em Planica, numa atmosfera de festa, fervor e entusiasmo que os Saltos de Esqui no masculino fariam a sua estreia na presente edição dos Mundiais de Esqui Nórdico. O trampolim normal daquela localidade eslovena, uma estrutura de 100m cujo-K-Point estava situado aos 95m e via o record da autoria de Ryoyu nos 101m,acolhia uma disputa que se previa: equilibrada, excitante, taco a taco e bem, bem palpitante! A defender o céptro de campeão do mundo da especialidade tínhamos o polaco Piotr Zyla, embora existissem outros nomes numa condição, teoricamente, mais favorável para alcançar o “caneco”.

    Confiram connosco os cinco momentos mais marcantes de uma competição épica  que provou que a Taça do Mundo e os Campeonatos do Mundo são, definitivamente, disputas totalmente distintas!

    5. OS TRAMPOLINS NORMAIS NÃO SÃO  DEFINITIVAMENTE A “PRAIA” DE GRANERUD

    Com o globo de cristal assegurado, salvo algum imponderável, as atenções do viking estavam certamente apontadas à glória neste certame! Talvez sucumbindo a uma enorme pressão colocada pelos especialistas, foi desde cedo percetível que não apresentaria nível para atingir os metais, dada a precariedade do primeiro salto que o condicionou decisivamente nesse seu objetivo. Após ter, novamente, ficado aquém em estruturas mais pequenas, será ele capaz de defender com êxito as suas chances na competição em trampolim grande ou por outro lado sairá de Planica totalmente arrasado, podendo isso influir no retomar da Taça do Mundo?

    4. LANISEK “GELA” PLANICA POR COMPLETO

    Era e apesar de vir a perder folgo em termos de campeonato, que Anze Lanisek se perfilava como a grande esperança local para a obtenção de medalhas entre portas. Quando se esperava que o forte apoio local o impulsionasse para um resultado de excelência, eis que se verificou o oposto. Atuando sempre bastante: encolhido, sem alma e acusando o momento, passou uma pálida imagem do seu real valor. Encontrará o jovem forças para se recompor de tão grande desapontamento limpando a face de modo categórico, ou passará ao lado da ocasião demonstrando ainda não ter estofo para eventos de tamanha solenidade?

    3. KRAFT: DA EUFORIA ÀS LÁGRIMAS EM MENOS DE NADA!

    Transportando consigo a aura de ser uma “máquina” em competições deste grau de importância, parecia que essa fama se renovaria após voar além do tamanho da estrutura, saindo na frente à entrada da ronda decisiva. Com uma medalha a parecer praticamente alcançada, seria e para estupefação geral que assinando 99m, apenas, ficaria fora do pódio, algo difícil de engolir! Este deslize do baixinho prova que independentemente de um saltador possuir maior ou menor experiência é humano, podendo capitular em momentos cruciais. Uma aposta, aparentemente, segura para uma candidatura sólida aos metais tanto nas provas por equipas como nas individuais. Veremos esta falha ter reflexos no decorrer do certame ou Kraft fará uso da sua superior experiência apresentando-se de cara lavada e pronto a deitar esta prestação para trás das costas?

    2. GERMÂNICOS REAPARECEM NO MOMENTO EXATO!

    A viver uma temporada para lá de dececionante, apesar de alguns resultados recentes  bastante animadores, era sem grandes espectativas  no setor masculino que os bávaros abordavam os mundiais. Talvez livres da pressão normalmente imposta em grandes doses foi com enorme: mestria, resiliência e descontração que Geiger, Wellinger e até Schmid saltaram com verdadeiro prazer, disfrutando em pleno das respetivas exibições.  Resultado: prata para Wellinger, bronze para Geiger e Top dez, o melhor desempenho em mundiais por parte do menos consagrado. Inspirados por uma das maiores alegrias dos últimos tempos poderá a Alemanha construir uns Campeonatos do Mundo para eternizar por boas razões? Servirá esta prova como tónico motivacional para as restantes disputas?

    1. NOVO “MILAGRE” POLACO QUATRO ANOS DEPOIS!

    Bem discreto nos eventos mais recentes, era desta forma que Zyla se apresentava  tendo como missão a defesa de um título conseguido em Oberstdorf.  Com as suas hipóteses a parecerem fortemente condicionadas, após um salto curto que o deixava na 13ª posição no ataque ao segundo tramo de apronto, delegava essa responsabilidade nos compatriotas Kubacki e  Stoch. O impensável concretizar-se-ia  e  na sequência de um novo record de trampolim, 105m, o veterano do disco polo operava uma remontada épica, de contornos em tudo idênticos à obtida por Kubacki quatro anos antes ascendendo de uma 27ª posição até ao ouro! Algo já mais visto! Dando tudo, como que  do seu último registo se tratasse, foi de modo surreal, fascinante e assombroso que Piotr demonstrou que por vezes é necessário arriscar para se petiscar! O BNR voltará em breve para lhe contar outros grandes momentos que se viverão em Planica e esperamos por si.  Marcamos encontro?

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    Diogo Rodrigues
    Diogo Rodrigueshttp://www.bolanarede.pt
    O Diogo é licenciado em Ciências da Comunicação pela Universidade Lusófona do Porto. É desde cedo que descobre a sua vocação para opinar e relatar tudo o que se relaciona com o mundo do desporto. Foram muitas horas a ouvir as emissões desportivas na rádio e serões em família a comentar os últimos acontecimentos/eventos desportivos. Sonha poder um dia realizar comentário desportivo e ser uma lufada de ar fresco no jornalismo. Proatividade, curiosidade e espírito crítico são caraterísticas que o definem pessoal e profissionalmente.