Só o “baixinho” travou jornada de sonho do contingente esloveno | Saltos de Esqui

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    Era com Lanisek ainda afastado dos trampolins, mas com Granerud de volta à alta roda da Taça do Mundo de Saltos de Esqui que os “homens pássaro” abordavam o começo da disputa do globo de voos de esqui, uma sub-competição inserida na geral global. O Heini Klopfer de Oberstdorf, cidade alemã que acolhe numa estrutura mais pequena a prova de abertura do Torneio dos Quatro Trampolins era palco para a abertura do mini campeonato dos homens voadores. Refira-se que estava-mos em presença de um trampolim de 235m cujo K-Point estava situado aos 200 e que via o record fixado nos 241m da autoria de Domen Prevc. Num fim-de-semana onde o vento esteve sempre presente, tal como o espetáculo e os grandes voos aqui ficam os cinco atletas, que em minha opinião, demonstraram maior à-vontade neste verdadeiro “monstro” germânico!

     5- Erik Belshaw

    Se poder-se-ia pensar, até pelo que demonstrara no decurso do campeonato, que o jovem Tate Frantz teria tudo para ser o atleta Norte-americano a brilhar em estruturas maiores à semelhança desta, a verdade é que acabou por ser outro saltador de tenra idade a proporcionar uma alegria aos de “Terras do Tio Sam”. Altamente focado, concentrado e comprometido desde o primeiro ao último salto realizados neste Heini Klopfer, foi capaz de voar constantemente para lá da barreira psicológica dos 200 afirmando os seus dotes de voador, impressionando assim os fãs com as marcas obtidas mesmo quando exposto a condições desafiantes e que o tornavam difícil de suceder. Em franco crescimento desde o momento da consolidação na seleção Norte-americana de Saltos de Esqui,  demonstra já uma bela capacidade para conviver com momentos solenes e para alcançar voos mais altos, sendo mesmo candidato a progredir ainda mais em termos de resultados de excelência conseguidos. A viver uma verdadeira jornada de glória, fixaria neste trampolim as duas melhores marcas da carreira entre a elite dos saltos: no sábado concluiria num excecional 18º posto, algo que melhoraria no dia seguinte ao ser 12º colocado, subindo assim à 41ª posição da geral global. Com mais meia dúzia de provas de voos a realizar ainda na presente temporada , vê-lo-emos a brilhar novamente em estruturas desta envergadura  e quem sabe a superar estes desempenhos?

     4- Ryoyu Kobayashi

    Longe de morrer de amores por trampolins gigantes, como este, o que é facto é que o genial japonês se acabou por defender, perfeitamente , das investidas de Wellinger, reforçando até a vantagem no segundo posto da geral global. Se é certo que não lhe vimos o fulgor, entusiasmo e agressividade demonstrados em Sapporo na semana anterior, atuando diante do seu público, também não desiludiu assim tanto, visto ter somado novo pódio para juntar aos infindáveis conquistados ao longo do presente campeonato. Superando , as minhas espectativas, quanto à prestação em Oberstdorf creio, salvo melhor opinião, que deu um passo bastante importante ainda que não decisivo para alcançar a segunda posição na corrida ao grande globo de cristal. Pois e para além dos mais de 100 pontos de avanço face a Wellinger, parece inclusivamente melhor que o antigo campeão olímpico em trampolim normal , algo que se pode considerar uma surpresa dadas as caraterísticas e o histórico de ambos. Numa temporada onde tem feito da solidez, consistência e regularidade os seus maiores baluartes , poderá ele continuar a saga nos voos de esqui surpreendendo  a crítica especializada?

     3- Peter Prevc

    A cumprir conforme anunciou, recentemente, a derradeira temporada da carreira a nível profissional neste incrível desporto, tal parece ter levado a que o maior saltador esloveno de sempre tenha passado a atuar sem pressão , disfrutando em pleno de cada salto e de cada momento. Após ter surpreendido em Sapporo voltou a fazê-lo aqui em solo alemão, sendo que por breves instantes, parecia o atleta que tantos triunfos amealhou na primeira metade da década anterior . Muito tranquilo, solto e livre de qualquer tipo de obrigação este praticante  de excelência esteve à porta de voltar a subir ao degrau mais alto de um pódio, algo que fizera pela última vez no ano de 2016. Com o “circo” a viajar para Lahti em solo finlandês, creio e salvo melhor opinião, que as atenções de Peter estarão  já direcionadas para os próximos eventos de voos de esqui, principalmente para Planica onde efetuará diante dos seus a despedida destas lides. Embora totalmente imparcial, creio que não só eu como outros fãs de saltos de esqui, gostaríamos de ver alguém que tanto deu  à modalidade  terminar em glória, encerrando com uma vitória um trajeto ímpar. Terá ele a capacidade para antes de ver o pano fechar voltar a brilhar?

     2- Timi Zajc

    Uma  sombra nos eventos em trampolins mais pequenos, estamos claramente perante um daqueles casos de atletas que encontram nesta especialidade de voos a sua praia! A comprová-lo está o facto de as últimas três vitórias do atleta esloveno na Taça do Mundo de Saltos de Esqui terem ocorrido em provas de voos, curiosamente, sempre em Oberstdorf. Senhor de uma verdadeira relação de amor com esta fantástica e imponente estrutura , que  ficava à vista de todos logo desde a primeira qualificação, contribuindo fortemente para isso a técnica de voo por ele adotada.  Muito forte, sólido e consistente em eventos como este o jovem de Planica, em minha opinião, é dos atletas que se assume de forma mais séria à conquista do globo de voos, sendo a minha principal aposta para o conseguir. Terá ele a solidez, constância e regularidade necessárias para almejar vencer o globo da especialidade?

    1-Stephan Kraft

    Mais uma vez entre os destaques semanais, a verdade é que começa a ser uma certeza a cada etapa ver-mos o “baixinho” brilhar a grande altura. Apenas mais discreto na competição de duplas, terminando mesmo assim no pódio, seria com superior classe, categoria e mestria que alcançaria a 40ª vitória na Taça do Mundo de Saltos de Esqui, isolando-se assim no terceiro posto do ranking dos mais vitoriosos de sempre nesta competição. Seja em K-90, em K-120 ou em K-200, como era o caso, parecem não existir barreiras de qualquer ordem para o austríaco, que vai “limpando” tudo com aparente facilidade, descontração, e até com bastante serenidade, transparecendo pouco as emoções que certamente o invadem! Com mais de três centenas de pontos de vantagem, é algo quase impensável ver outra coisa que não seja o senhor regularidade levantar o caneco em finais de Março! Os 113 pódios ao longo da carreira na Champions são mais uma prova de que estamos perante um dos melhores da década e seguramente diante de alguém que mesmo depois de se retirar continuará a ser falado pelos êxitos e records conseguidos. Como já o afirmei e caso consiga manter-se saudável, acredito que alguém com a “fome” de vencer que Kraft vai demonstrando , será bem capaz de chegar perto, ou até suplantar as 53 vitórias de Gregor Schlierenzauer a contar para a Taça do Mundo de Saltos de Esqui. Ainda que não uma prioridade, como já assumiu, a manter este nível, terá de ser considerado na disputa pelo globo de voos, algo que realçaria ainda a traço mais vincado a excelência de época por este rubricada. Resta saber se entrará em modo gestão, não arriscando nem um palmo nos restantes eventos da temporada  ou se pelo contrário e apesar do título global estar praticamente garantido continuará a bater-se por mais triunfos, glórias e recordes! Apostando mais na segunda das hipóteses, veremos que mais terá ele para nos oferecer nas semanas vindouras!

    Agora e antes de rumar-mos a Lahti, a Taça do Mundo de Saltos de Esqui reza assim: Kraft ainda e sempre é líder ampliando a vantagem no topo ao somar 1546 pontos face aos 1277 amealhados por Kobayashi e aos 1178 pontos de Wellinger.

    Nós voltamos a ler-nos em Lahti. Até lá já sabe, fique bem sempre na melhor companhia. Marcamos encontro?

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    Diogo Rodrigues
    Diogo Rodrigueshttp://www.bolanarede.pt
    O Diogo é licenciado em Ciências da Comunicação pela Universidade Lusófona do Porto. É desde cedo que descobre a sua vocação para opinar e relatar tudo o que se relaciona com o mundo do desporto. Foram muitas horas a ouvir as emissões desportivas na rádio e serões em família a comentar os últimos acontecimentos/eventos desportivos. Sonha poder um dia realizar comentário desportivo e ser uma lufada de ar fresco no jornalismo. Proatividade, curiosidade e espírito crítico são caraterísticas que o definem pessoal e profissionalmente.