Um adeus bastante prematuro | Saltos de Esqui

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    Era depois dos festejos natalícios que os Saltos de Esqui voltavam e logo com um dos momentos altos da temporada, o Torneio dos Quatro Trampolins que comemorava a 72ª edição que como sempre prometia muita: emoção, incerteza e espetacularidade!

    Com Kraft a chegar ao evento com o colete de líder da geral da Taça do Mundo de Saltos de Esqui, não obstante os problemas de costas que o haviam apoquentado recentemente, havia em minha opinião , saltadores que recolhiam um maior favoritismo para angariar a águia dourada. Desde logo o senhor consistência, Andreas Wellinger da Alemanha, mas também o já duas vezes vencedor da competição o nipónico Ryoyu Kobayashi ou até mesmo os alemães Geiger e Paschke que não poderiam, de forma alguma, ser esquecidos. Isto sem contar com as inúmeras surpresas que se haviam verificado ao longo dos mais de 70 anos de história.

    Neste sentido e após metade do torneio  aqui ficam os maiores destaques das duas primeiras etapas, ambas disputadas em solo alemão.

    5- Dawid Kubacki

    Muito apagado desde o início da temporada, talvez a veterania se comece a notar nos ombros deste genial saltador polaco já vencedor da geral da Taça do Mundo por uma ocasião! Depois de um grande começo na temporada cessante, chegando a ser considerado como o maior favorito ao grande globo, a verdade é que não revelaria arcaboiço competitivo para travar um então imparável Granerud! Sendo que não se pode retirar da equação o que se passou fora dos trampolins, uma vez que a sua esposa Martha devido a problemas cardíacos esteve a lutar pela vida, algo que certamente impediu o polaco de uma melhor preparação para este campeonato. Distante dos seus tempos de glória, à semelhança da restante seleção, apenas se baterá pelos melhores resultados possíveis nas etapas austríacas, pois tanto em Oberstdorf como em Garmisch hipotecou quaisquer ambições trazidas para esta fase tão vital do ano. Poderá Kubacki adquirir forma no que falta de torneio , de maneira a surpreender numa nova competição que decorrerá em três trampolins exclusivamente em solo caseiro ou estaremos a assistir ao declínio de uma das maiores estrelas da modalidade nestes anos mais recentes?

    4- Anze Lanisek

    Bastante discreto nos resultados até então, entrando inclusivamente com o pé esquerdo neste certame, tudo se alterou desde a vitória na qualificação em Garmisch no derradeiro dia de 2023, sendo que o elã se manteria para o primeiro de 2024! Demonstrando uma serenidade, confiança e assertividade invejáveis ao longo de todo o apronto ,venceria pela primeira vez no presente campeonato  e pela sexta em toda a carreira, fazendo-o com uma incontestada autoridade. O esloveno foi ainda o primeiro não-austríaco ou germânico a “picar o ponto” no decurso da presente temporada, continuando  a sonhar ainda com mais um excelente resultado neste torneio, após o bronze  na passada edição. Caso consiga voltar à regularidade que lhe vimos ao longo da última época será não só um legítimo aspirante ao pódio da geral global, como poderá bater-se por todos os títulos que ainda faltam disputar ao longo do inverno. Terá ele estofo para repetir novo sucesso ainda nestes Quatro Trampolins?

    3- Ryoyu Kobayashi

    Sem impressionar, particularmente, até ao começo do torneio o samurai é, claramente, um daqueles atletas talhados para os grandes momentos e parece demonstrá-lo novamente. Com uma regularidade, um empenho e uma força de vontade que nem sempre vemos ao longo do restante Inverno, é com zero surpresa que vejo Koba outra vez na luta. Não vencendo qualquer das provas em solo germânico a verdade é que também não fez pior que subir ao degrau mais baixo do pódio, sendo que o que mais importa é ser regular, constante  e eficiente ao longo dos quatro eventos sem apresentar grandes oscilações de forma. Com o objetivo de se tornar no primeiro japonês a vencer por três vezes a águia dourada , será ele capaz de o fazer e inscrever o seu nome na galeria de notáveis desta modalidade, novamente? Ele que parece ter uma vantagem :saber o que é preciso para o conseguir!

    2- Andreas Wellinger

    Se a Taça do Mundo de Saltos de Esqui fosse barómetro principal para almejar à águia dourada, era sem margem para dúvidas que o germânico se perfilaria como candidato principal , pois tem sido o mais consistente da época. Altamente competitivo a saltar em casa e perante uma atmosfera de claro apoio, demonstrou todos os predicados que vem exibindo ao longo do restante campeonato, sendo que faltava apenas um triunfo para coroar esse fantástico momento. Sempre focado, altamente concentrado e  apenas a pensar nas suas prestações,  seriam estes ingredientes cruciais para cozinhar uma vitória em Oberstdorf que o lançou na luta, claramente, por algo que já não sorri a um bávaro desde 2002. Ligeiramente menos exuberante em Garmisch , não obstante continuar a liderar o torneio transcorridas que estão as etapas em solo pátrio, acabou por ver Kobayashi aproximar-se um pouco, sendo que menos de dois pontos os distam. Salvo melhor opinião o germânico parte ligeiramente com menos possibilidades, visto nunca ter passado por esta situação acreditando que poderá , quem sabe, acusar a ocasião. Serei   desmentido e Wellinger conquistará a eternidade e a glória em dia de reis ou o asiático será mais forte  confirmando o guião que imagino?

    1-Halvor Egner Granerud

    Quando pensaríamos, eventualmente, que o viking após um primeiro tramo de época para esquecer pudesse estar a reservar esforços e energias para atacar a defesa do título de campeão dos Quatro Trampolins ,a verdade é que poucos, para não dizer quase nenhuns acreditariam no que se sucederia logo de entrada. Demonstrando muito pouca à-vontade, uma gritante falta de confiança e uma  técnica de voo para lá de desastrosa, era com grande estrondo e falhando a passagem à ronda final no primeiro dos quatro eventos  que o campeão em título ficava com a certeza de que o troféu não lhe sorriria novamente, repetindo igual desfecho em Garmisch. Podendo estar a cometer algum erro, o facto é que desde o austríaco Thomas Diethart no correr da década anterior, não me recordo de um campeão em título ficar, tão precocemente e retumbantemente afastado de defender de forma conveniente as suas possibilidades. Será muito complicado o norueguês a breve trecho voltar a brindar-nos com performances do calibre das que fizeram dele o melhor atleta do ano de 2023 para o nosso site, sendo que só alguém com uma mentalidade sólida que nem uma rocha e ciente das suas reais capacidades poderá sair disto mais forte, retomando o trilho dos êxitos. Terá Granerud essa capacidade e mentalidade? A qualidade , essa já mais se apaga!

    Agora e aquando da transição para os eventos finais, em Innsbruck e Bischofshofen, com tudo a poder ainda acontecer, Wellinger e Kobayashi parecem ser candidatos únicos a celebrar em dia de reis. O germânico está na dianteira totalizando 600.7 pontos, detendo uma vantagem de 1.8 pontos sobre o rival nipónico, sendo que Kraft parece já arredado da disputa dado amealhar 175.5.

    Quanto à corrida ao grande globo , é o “baixinho” que mantém vantagem colecionando 769 pontos, com Wellinger a somar 607 enquanto que Paschke averba 493 pontos.

    Com as grandes decisões reservadas para os próximos dias, o BNR voltará com a restante ação da competição assim que se concluir a 72ª edição da mesma. Até lá fique bem, sempre na melhor companhia

    Marcamos encontro?

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    Diogo Rodrigues
    Diogo Rodrigueshttp://www.bolanarede.pt
    O Diogo é licenciado em Ciências da Comunicação pela Universidade Lusófona do Porto. É desde cedo que descobre a sua vocação para opinar e relatar tudo o que se relaciona com o mundo do desporto. Foram muitas horas a ouvir as emissões desportivas na rádio e serões em família a comentar os últimos acontecimentos/eventos desportivos. Sonha poder um dia realizar comentário desportivo e ser uma lufada de ar fresco no jornalismo. Proatividade, curiosidade e espírito crítico são caraterísticas que o definem pessoal e profissionalmente.