Um dominador e uma veterana a caminho de PeyonChang

    Cabeçalho modalidadesA passagem da Taça do Mundo de Patinagem de Velocidade de Stavanger, na Noruega, tinha como principal atração a única aparição da corrida dos 10.000 metros nesta temporada antes dos Jogos Olímpicos de 2018 em PeyongChang.

    À partida para a última manga, Erik-Jan Kooiman tinha o melhor tempo, mas tanto Ted-Jan Bloeman como Sven Kramer estiveram num nível acima e tomaram para si os dois primeiros lugares da classificação. O canadiano entrou mais forte e rapidamente foi ganhando alguma vantagem sobre o holandês, mantendo-se cerca de dois segundos adiantado durante grande parte do percurso. A oito voltas do fim, Kramer aumentou o seu ritmo e recuperou um dos segundos que tinha de atraso e, à falta de 5 voltas, passou mesmo para a frente e começou a construir a sua própria vantagem, batendo o recorde da pista e alcançando o ouro deixando Bloeman a 1,67 segundos e Kooiman a 6,16 segundos.

    Ainda assim, o bom teste não será suficiente para tranquilizar o campeão do mundo da distância em 2016 e 2017, que vê Bloeman afirmar-se como o seu maior rival e tem um histórico complicado nas Olimpíadas. Em Sochi 2014, era o favorito, mas deixou-se surpreender pelo compatriota Jorrit Bergsma, e teve de se contentar com a prata. Aí, os dois primeiros estiveram tão acima da concorrência que o terceiro, Bob de Jong, mais um holandês, ficou a mais de 18 segundos da prata. Bem pior tinha sido a experiência em Vancouver 2010, quando um erro nas indicações do seu treinador o fez correr duas voltas seguidas na pista interior e ser desclassificado, de nada lhe valendo ir com um tempo de Recorde Olímpico.

    Sven Kramer é, no entanto, o destacado favorito para vencer nos 5000 e 10000 metros nas Olimpíadas em fevereiro e tem tudo para juntar aos seus três ouros olímpicos anteriores e este início de temporada tem mostrado Bloeman como o único que lhe consegue fazer frente.

    Apesar da veterania, Claudia Pechstein continua a conseguir bater-se com as melhores Fonte: International Skating Union
    Apesar da veterania, Claudia Pechstein continua a conseguir bater-se com as melhores
    Fonte: International Skating Union

     

    Ora, se no lado masculino eram os 10000 metros a chamar para si toda a atenção, nas senhoras foi a vitória de Claudia Pechstein nos 5000 metros que captou o interesse de todos. Pode parecer pouco surpreendente que uma das mais bem-sucedidas patinadoras da história vença uma prova da Taça do Mundo, mas o caso muda de figura quando se trata de uma veterana com 45 anos e cuja última vitória em Taças do Mudo fora há quatro anos.

    Pechstein, atualmente com nove medalhas olímpicas, cinco delas de ouro, alcançou pela primeira vez sucesso olímpico em Lillehammer 1994, há mais de 20 anos atrás. Em 2009, viu-se envolvida num escândalo com doping sanguíneo que a viu falhar Vancouver 2010 e continuar a fase descendente da carreira fruto da avançada idade. No entanto, a alemã insistiu em continuar a competir e voltaria aos grandes resultados em fevereiro deste ano, ao ser vice-campeã mundial dos 5000 metros. Agora, continua a mostrar uma grande garra e vontade de vencer que, surpreendentemente, a colocam como uma sólida candidata a uma medalha na Coreia do Sul.

    Estamos ainda no início da época e os patinadores estão longe do pico de forma que querem atingir em PeyongChang, mas começam a afirmar-se os que aí quererão subir ao lugar mais alto do podium. Até lá, resta-nos estar atentos aos indicadores e, nesse campo, o domínio de Sven Kramer e o renascimento de Claudia Pechstein claramente não podem passar despercebidos.

    Foto de Capa:International
    Skating Union

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