A ANTEVISÃO: BRITÂNICO E VERSTAPPEN PARTILHAM A PRIMEIRA LINHA DA GRELHA, TENDO FEITO EXATAMENTE O MESMO TEMPO
Se há coisa de que os adeptos de Fórmula 1 não se podem queixar, é de falta de competitividade nas últimas corridas. Depois de um ano de 2023 em que, mesmo nos piores dias, Max Verstappen vencia corridas com, pelo menos, dez segundos de vantagem, 2024 viu algumas equipas a melhorarem e a Red Bull a sentir mais problemas. E esse equilíbrio foi mais do que vincado na qualificação para o Grande Prémio do Canadá.
Depois de os treinos livres de ontem terem sido marcados pela chuva, apenas o treino de hoje serviu para os pilotos poderem rodar em piso seco, com a Mercedes a dar a ideia de que podia surpreender. Chegada a Q3, foi mesmo um Mercedes a conquistar a pole position, com George Russell a fazer valer a sua primeira tentativa. Max Verstappen, apesar de não ter novamente um carro perfeito, não ficou nada longe da pole. Aliás, na sua segunda tentativa, o neerlandês fez a sua volta em 1:12.000 minutos, exatamente o mesmo tempo de Russell, que não melhorou na segunda tentativa. Contudo, pelo facto de Russell ter feito a sua volta primeiro, a pole position é dele.
Falávamos em competitividade e as distâncias no Q3 foram bastante curtas, com Lando Norris a ficar a 21 milésimos da pole, algo que nem é suficiente para a primeira linha da grelha. De resto, os oito primeiros ficaram separados por pouco mais de quatro milésimos, com o McLaren de Oscar Piastri em quarto, seguido do compatriota Daniel Ricciardo, surpresa positiva desta qualificação. Fernando Alonso foi sexto, à frente de Lewis Hamilton (também não melhorou a última tentativa e ficará desapontado com a sua qualificação), Yuki Tsunoda, Lance Stroll (melhor qualificação no seu circuito caseiro) e Alex Albon.
Para termos pilotos como Ricciardo, Tsunoda e Albon na Q3, houve alguns favoritos a desiludirem nos segmentos anteriores. Foi o caso dos dois Ferrari, que, depois da vitória de Charles Leclerc no Mónaco, não conseguiram ir além da Q2 com nenhum dos carros, sendo eliminados juntamente com Logan Sargeant, Kevin Magnussen e Pierre Gasly.
Destaque ainda mais negativo para Sergio Pérez, que renovou contrato com a Red Bull esta semana, mas tem vindo a cair de forma desde o início da época da Fórmula 1, mais ou menos na mesma fase em que caiu de forma no ano passado. O mexicano nunca se sentiu confortável com as poucas condições de aderência da pista, ficando-se pelo 16.º lugar, à frente de Valtteri Bottas, Esteban Ocon (que vai partir de último devido à penalização que trazia do Mónaco), Nico Hulkenberg e Zhou Guanyu.
Para amanhã, temos a perspetiva de uma corrida bastante interessante, com um Mercedes, um Red Bull e dois McLaren nas quatro primeiras posições, mais outro Mercedes a sair de sétimo e os Ferrari a saírem de 11.º e 12.º, sendo que os Aston Martin também não devem ser descartados. Os fãs merecem uma boa corrida depois do que tivemos no Mónaco e esta grelha deixa água na boca para isso mesmo, acrescentando ainda a incerteza quanto às condições atmosféricas.
EQUIPA A TER EM CONTA
McLaren – Numa Fórmula 1 que está a voltar a ser apertada, a posição em pista é algo relevante e a McLaren tem os seus dois carros juntos na grelha, ao contrário de Mercedes e Red Bull. A McLaren tem sido a equipa mais consistente dos últimos Grandes Prémios, faltando saber se mantêm essa tendência amanhã em Montreal.
PILOTO QUE PODERÁ SURPREENDER
George Russell – A pole position de um Mercedes já foi por si só uma surpresa, mas Russell tem a oportunidade de lutar por uma vitória amanhã, algo que a Mercedes já não faz há algum tempo (e ainda não fez esta época). Os ritmos de corrida são uma incógnita, mas Russell sai da melhor posição possível.