Colapinto é “difícil de ultrapassar” e difícil de ignorar | Fórmula 1

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    Franco Colapinto estreou-se na Fórmula 1 em Monza este ano, deixando logo aí sinais positivos, mas faltava ver o que faria nas provas seguintes (Baku e Singapura), muito diferentes do circuito italiano. E é impossível não ficar impressionado com o que o argentino tem feito em três pistas muito diferentes.

    O ritmo de qualificação é das coisas mais importantes na Fórmula 1 de hoje em dia, sobretudo numa fase em que nem tem havido Safety Cars ou abandonos, e uma boa volta de qualificação também é algo difícil de fazer. Colapinto cometeu um erro na sua qualificação em Monza, mas, tirando isso, tem feito jogo praticamente igual com o colega de equipa Alex Albon aos sábados, batendo-o em Baku (embora Albon tenha tido a atenuante de não ter feito a última volta da Q3).

    Uma boa qualificação é logo um passo importante para uma boa corrida, mas ainda há muita coisa que é preciso fazer bem aos domingos para garantir o resultado. Desde logo, um bom arranque, que foi exatamente onde Colapinto se destacou em Singapura, já depois de ter feito arranques sólidos nas corridas anteriores.

    O arranque em si não foi nada de especial desta vez, mas o facto de estar na linha interior ajudou-o a ter mais aderência e ajudou a que esta manobra não acabasse com a sua corrida e com a de alguns dos seus adversários. Depois disso, atreveu-se a fazer um divebomb na primeira curva que fez com que ultrapassasse quatro carros.

    Mas este divebomb não teve nada de descontrolado. Colapinto mergulhou, travou tarde, mas conseguiu parar o carro no vértice da curva e não escorregar para cima de carros que estivessem a tentar aguentar-se na linha exterior. A manobra do atual piloto da Williams irritou Carlos Sainz e Alex Albon, os dois pilotos da Williams em 2025, mas eu achei que foi corajosa e muito bem executada. E, num circuito em que é incrivelmente difícil ultrapassar, valeu bem a pena e quase lhe valia pontos.

    O argentino acabou a corrida no 11.º lugar, com um undercut de Sergio Pérez a ser o principal motivo para que não tenha conseguido pontuar. Antes disso, Pérez disse na rádio que Colapinto era “muito bom, difícil de ultrapassar”, e nunca é mau receber elogios de um piloto que corre na Fórmula 1 desde 2011.

    Não conseguindo passar em pista, e estando até a ficar mais longe do piloto da Williams, a Red Bull e Pérez recorreram ao undercut, tendo sido aí que o argentino cometeu um pequeno erro que lhe custou pontos. Sabendo que Pérez tinha parado e que Colapinto teria de responder na volta seguinte, o argentino tentou fazer a volta de entrada na box mais rápida possível, mas queimou a travagem na curva 13 e perdeu aí tempo precioso. Isso e o facto de a paragem da Red Bull ter sido mais rápida do que a da Williams contribuíram para que Checo pontuasse e Franco não.

    Seja como for, estas três primeiras amostras de Franco Colapinto têm sido impressionantes para um piloto que nem sequer se esperava que estivesse na Fórmula 1 este ano. E isto deve estar a ajudar as suas hipóteses de continuar na Fórmula 1 em 2025. Nesta altura, só deverá um lugar disponível, na Sauber, e Colapinto tem feito bem as coisas para, pelo menos, ser considerado para o lugar. Se tal não acontecer, e Colapinto não estiver inicialmente na grelha em 2025, é muito improvável que não lhe surja uma oportunidade no futuro.

    Também é curioso notar que os outros pilotos de Fórmula 2 que vão estar na grelha de F1 do próximo ano (Ollie Bearman e Kimi Antonelli) não têm impressionado assim tanto na Fórmula 2. Bearman pontuou nas suas duas corridas de F1, Antonelli estava a mostrar velocidade num treino livre pela Mercedes em Monza até bater, mas o seu currículo foi suficiente para convencer os responsáveis da Mercedes, e o próprio Colapinto não estava nos lugares cimeiros da tabela da F2 quando foi chamado a subir.

    Gabriel Bortoleto e Isack Hadjar, que estão a lutar pelo título na F2, devem estar ansiosos para que surja a sua oportunidade num Fórmula 1 para mostrarem do que são capazes. Seja como for, é sempre bom ver um rookie a ser chamado à categoria principal do desporto automóvel e é ainda melhor quando esse rookie corresponde com bons resultados. Pela primeira vez, a grelha inicial deste ano foi exatamente a mesma da grelha final da última época. Para o ano, vamos ter algumas caras novas e isso vai aumentar o entusiasmo.

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    Bernardo Figueiredo
    Bernardo Figueiredohttp://www.bolanarede.pt
    O Bernardo é licenciado em Comunicação Social (jornalismo) na Universidade Católica de Lisboa e está a terminar uma pós-graduação em Comunicação no Futebol Profissional, no Porto. Acompanha futebol atentamente desde 2010, Fórmula 1 desde 2018 e também gosta de seguir ténis de vez em quando. Pretende seguir jornalismo desportivo e considera o Bola na Rede um bom projeto para aliar a escrita ao acompanhamento dos desportos que mais gosta.