GP da Estíria: Um passeio pelas montanhas

    A CORRIDA: MAS HÁ ALGUÉM QUE PARE MAX VERSTAPPEN?

    Sob a promessa de chuva gritada pelas nuvens que vagueavam nas montanhas da Estíria, Max Verstappen (Red Bull) passeou para a quarta vitória consecutiva da equipa, num grande prémio que deixou um pouco a desejar no que toca ao drama.

    Sem sequer ameaçar a liderança do “homem da casa”, Lewis Hamilton (Mercedes) foi o segundo classificado, com Valtteri Bottas (Mercedes) a recuperar muito bem da penalização de três lugares para fechar o pódio.

    As coisas foram relativamente simples para Max Verstappen e para a Red Bul. A partir do arranque que o holandês foi capaz de manter uma distância confortável para Lewis Hamilton, e sem problemas na estratégia de apenas uma paragem, foi uma navegação suave até ao final (incluindo uma pequena derrapagem celebrativa na última volta).

    Do lado da Mercedes, pura e simplesmente não existiu ritmo de corrida suficiente para acompanhar o Red Bull. Lewis Hamilton sempre se manteve confortável na frente, conseguindo manter sempre uma diferença considerável para o terceiro classificado, o que, no final da corrida, lhe permitiu realizar mais uma paragem para ir atrás da volta mais rápida.

    Do outro lado da garagem, Valtteri Bottas consegue um bom arranque, e após se desembaraçar de Lando Norris (McLaren), começou o trabalho de apanhar Sergio Pérez (Red Bull), que foi facilitado pela má primeira paragem do mexicano, que o retirou do lugar do pódio.

    Nas últimas voltas, Pérez ainda foi capaz de se aproximar, mas a contagem de voltas chegou ao final. O mais provável é que com mais uma volta, Pérez seria o homem no pódio.

    Do lado do distante pelotão (que foi todo dobrado por Verstappen), o quinto classificado foi Lando Norris, que apesar de não ter carro suficiente para segurar o terceiro lugar onde começou, fez uma corrida sem erros e onde controlou na perfeição o seu ritmo.

    Mais uma prova fantástica do britânico que está no topo das listas de melhores pilotos da temporada. O seu colega de equipa voltou a mostrar graves problemas de adaptação ao carro, terminando apenas em 13.º. Após França, parecia que Ricciardo já tinha melhorado, mas a Estíria voltou a mostrar que há muito caminho a percorrer.

    Uma das histórias mais interessantes da prova na Estíria, foi que comparativamente ao GP de França, afinal os Ferrari já não torturam pneus. Carlos Sainz foi sexto classificado, com uma estratégia estupenda da Scuderia, ao prolongar o primeiro stint do espanhol na medida perfeita.

    Do outro lado da garagem, vimos uma corrida muito trabalhosa da parte de Leclerc que o viu terminar em sétimo. Após começar dentro do top 10, o piloto monegasco danificou o carro na primeira volta ao chocar com Pierre Gasly, o que o obrigou a ir às boxes e fazer tudo do zero.

    A verdade é que o ritmo do Ferrari nos pneus duros era fenomenal, conseguindo livrar-se de quase todos os competidores diretos, e mesmo nos médios no último stint, foi capaz de fugir às garras do comboio do DRS, e recuperar um bom conjunto de pontos para Itália.

    É de facto curioso que após o terrível ritmo de corrida de Paul Ricard, que a Ferrari tenha chegado à Áustria com talvez o terceiro melhor carro ao domingo. Agora o objetivo tem de passar por conseguir tornar domingos destes mais frequentes.

    O oitavo lugar foi para Lance Stroll (Aston Martin), que teve um excelente início de corrida, mas que ao colocar duros começou a andar um bocado para trás. Ainda assim, um bom trabalho para o canadiano, na luta pela quinta melhor equipa. O seu colega de equipa Sebastian Vettel não pode orgulhar-se do mesmo, tendo terminado em 12º, não conseguindo desbloquear-se do famoso comboio do pelotão.

    O top 10 é fechado por Fernando Alonso (Alpine) em nono, com mais uma corrida sólida do espanhol e por Yuki Tsunoda (Alpha Tauri) em 10º, com um fim-de-semana muito consistente do jovem japonês, algo que ele precisa depois de todas as peripécias das últimas corridas.

    Os colegas de equipas de ambos tiveram corridas de pesadelo. No caso de Esteban Ocon, parece que continua a funcionar em contraciclo com Alonso, quando um tem uma boa corrida, o outro desaparece.

    Já do lado da Alpha Tauri, Pierre Gasly teve um furo na primeira volta devido ao tal embate com Leclerc, o que lhe destruiu a suspensão, e atirou totalmente para fora da corrida no final da primeira volta. Uma desilusão tendo em conta o ritmo que os Alpha Tauri, em particular Gasly mostrou durante o fim-de-semana.

    Fora do Top 10, há a destacar o bom ritmo dos Alfa Romeo, em particular Kimi Raikkonen, que estava pelo menos igualado aos homens que cobriam os últimos lugares dos pontos. O finlandês terminou em 11.º, mas com a sensação de que “faltava só um bocadinho”.

    No entanto, o verdadeiro destaque tem de ir para George Russell. O britânico parece não se livrar do azar quando está nos pontos. No arranque subiu para oitavo, e seguia solidamente nessa posição, em vez de ser engolido como se esperava. Tudo ia bem, até que um problema do carro o obrigou a retirar, retirando uma das principais oportunidades de pontos que a Williams teve até agora.

    Foi um pouco surpreendente pela negativa a corrida ser tão pouco emocionante, no entanto, para a semana há oportunidade de tentar de novo no mesmo circuito. As corridas na Áustria são mais frequentemente boas do que más.

    A diferença de performance entre os carros da frente era notória, e curiosamente, o equilíbrio do pelotão pode ter tornado ultrapassagens e batalhas mais complicadas. Os carros estão tão próximos uns dos outros que se torna difícil ser mais rápido se não houver erros.

    Foto de capa: Red Bull racing

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    O Luís tem 21 anos e é de Marco de Canavezes, tem em si uma paixão por automobilismo desde muito novo quando via o Schumacher num carro vermelho a dominar todas as pistas por esse mundo fora. Esse amor pelas 4 rodas é partilhado com o gosto por Wrestling que voltou a acompanhar religiosamente desde 2016.                                                                                                                                                 O Luís escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.