Luta a três? Parece que sim… mas ninguém sabe | Fórmula 1

    Terminaram no sábado os testes de pré-temporada de Fórmula 1. Depois do shakedown em Barcelona, as equipas tiveram direito a três dias de testes no Bahrain, no mesmo circuito de Sakhir onde, na próxima semana, terá lugar a primeira ronda do Mundial de 2022.

    Estes dias deixaram-nos com mais dúvidas do que certezas (o que é bom), mas houve uma equipa em particular que apresentou consistência para ser incluída no lote de candidata aos lugares da frente (e quiçá ao título).

    A Ferrari esteve bastante bem, quer em Barcelona, quer no Bahrain. Não só na tabela de tempos, com Charles Leclerc e Carlos Sainz a fazerem tempos competitivos, mas também no que toca à fiabilidade, com ambos os pilotos a acumularem vários quilómetros, sem aparentarem ter problemas de maior. Mas quem terminou o último dia de testes com o melhor tempo foi mesmo o atual campeão do mundo.

    Max Verstappen rodou em 1:31.720 minutos, com a Red Bull a trazer novidades para o último dia no que toca aos sidepods, à cobertura do motor e ao fundo do carro. Tal como a Ferrari, a Red Bull conjugou bons tempos com boa fiabilidade, e, tendo em conta que já tem nas suas fileiras o piloto campeão do mundo, é apontada pela maioria como a favorita para o início da época. Mas, nesta história toda, onde está a Mercedes?

    Se acreditarmos nos seus pilotos, (Lewis Hamilton e agora George Russell) a Mercedes parte em desvantagem para Red Bull e Ferrari. Como a história ainda conta alguma coisa, tenho as minhas dúvidas. Mas as dificuldades sentidas pelos flechas de prata (de regresso à versão prateada) foram algumas. Apesar das novidades do primeiro dia, com a equipa a trazer um carro com pontões muito pequenos (muito mesmo), os dois britânicos têm tido dificuldades a guiar o carro, fazendo tempos discretos em comparação com os rivais. Diga-se ainda que o porpoising continua a ser um problema para algumas equipas, faltando saber se será resolvido antes do próximo fim de semana.

    Abaixo destas três equipas, fica difícil adivinhar qual vai ser a ordem. A McLaren, que podia estar no lote dos melhores, debateu-se com dois grandes problemas. O primeiro foi o de sobreaquecimento nos travões, o que levou a que a equipa fizesse poucas voltas ao longo destes dias (sendo mesmo a equipa que rodou menos no último dia). O outro problema (provavelmente, o maior de todos) é que não tivemos Daniel Ricciardo nos testes do Bahrain. O australiano testou positivo à covid-19, Norris fez todas as sessões dos três dias e Ricciardo pode inclusive estar em dúvida para o próximo fim de semana.

    Depois disso, todas as outras equipas tiveram altos e baixos. A Alpine foi tendo vários problemas de fiabilidade ao longo dos dias, mas, no último dia, Fernando Alonso fez o quarto melhor tempo, com os problemas de fiabilidade a não aparecerem. Depois dos problemas de Barcelona, a Alfa Romeo rodou muito no sábado, com 150 voltas efetuadas. A Williams, que na sexta-feira tinha visto os travões de Latifi incendiarem-se, recuperou bem no dia seguinte e também fez muitas voltas. Aston Martin e AlphaTauri também fizeram tempos interessantes.

    E depois há a Haas. Com tanta turbulência à volta da saída de Nikita Mazepin, a equipa norte-americana parecia que ia continuar a ter azar, com o material dos carros a chegar atrasado e a fazer com que não pudessem rodar na quinta-feira de manhã. Assim, Kevin Magnussen e Mick Schumacher tiveram duas horas adicionais no final de cada dia para fazerem os carros rodar, aproveitando essas condições para se colocarem nos primeiros lugares da tabela de tempos (Magnussen mais rápido sexta-feira, Schumacher segundo no sábado). Isto quer dizer que a Haas é candidata ao título? Não, mas não é assim tão evidente que sejam últimos no campeonato (muito menos a passar mais um ano sem pontuar).

    Para a semana é que conta e o que está escrito neste artigo agora pode vir a revelar-se totalmente errado dentro de uma semana. Mas essa é a grande curiosidade relacionada com um ano com novos regulamentos. Ninguém sabe o que esperar. E isso torna tudo absolutamente fascinante.

    Foto de Capa: Red Bull Racing  

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    Bernardo Figueiredo
    Bernardo Figueiredohttp://www.bolanarede.pt
    O Bernardo é licenciado em Comunicação Social (jornalismo) na Universidade Católica de Lisboa e está a terminar uma pós-graduação em Comunicação no Futebol Profissional, no Porto. Acompanha futebol atentamente desde 2010, Fórmula 1 desde 2018 e também gosta de seguir ténis de vez em quando. Pretende seguir jornalismo desportivo e considera o Bola na Rede um bom projeto para aliar a escrita ao acompanhamento dos desportos que mais gosta.