O «ridículo» dos limites de pista no Red Bull Ring | Fórmula 1

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O campeonato do mundo de Fórmula 1 prosseguiu no último fim de semana com o Grande Prémio da Áustria. Uma corrida cuja história se traduziu em mais um domínio de Max Verstappen, nas melhorias da Ferrari e da McLaren, no menor rendimento de Aston Martin e Mercedes, e também nos limites de pista. Os limites do traçado do Red Bull Ring foram mesmo o ponto mais dominante do fim de semana (qualificação, corrida e pós-corrida), com mais um episódio ridículo por parte da FIA.

O problema começou na sexta-feira, dia em que se disputou a qualificação (fim de semana com formato sprint, obrigando a qualificação a ser no primeiro dia). Durante uma hora, muitíssimas voltas foram apagadas, levando a que aquilo que víamos em pista depois já não fosse refletido na tabela de tempos. Em vez de vermos voltas rápidas, prestávamos mais atenção às notas dos comissários a apagarem voltas e aos slow motions para ver se os pilotos saíam ou não da pista. Se isto já foi um espetáculo deplorável, o que vimos na corrida foi muito pior.

Durante a hora e meia, sensivelmente, em que a corrida se disputou, vimos mais um ‘festival’ de voltas apagadas, com bandeiras pretas e brancas, queixas de pilotos a alegarem que o piloto da frente saía de pista, muitas penalizações e uma corrida totalmente baralhada devido às mesmas. No final da corrida, a Aston Martin protestou o resultado final, alegando que havia muitos outros casos que tinham escapado aos comissários desportivos, o que levou a que estes revissem 1.200 voltas, apagando mais 83 e distribuindo mais umas quantas penalizações, o que alterou o resultado final da corrida. Esteban Ocon, por exemplo, que durante toda a corrida só tinha recebido uma penalização por unsafe release, foi penalizado num total de 30 segundos, quando, durante a prova, não lhe tinham detetado uma única saída de pista. O seu engenheiro, depois da corrida, até lhe deu os parabéns pela rádio por se ter mantido sempre dentro das linhas.

E aí está o grande problema. A FIA quer ser exigente com todos os pilotos, quer impor-lhes limites em tudo e mais alguma coisa durante as provas, mas depois tem um sistema de controlo em que lhes escapa muita coisa. Neste caso concreto, qualquer piloto que fosse com as quatro rodas para lá da linha branca, em qualquer curva, teria a sua volta apagada, com penalizações a surgirem assim que excedem as três infrações. Mas é totalmente impossível controlar a olho nu 20 pilotos a completarem 71 voltas com dez curvas, de modo a ver se saem da pista ou não. O sistema de controlo de limites de pista é obsoleto e faz com que cometam injustiças como as de domingo, porque uns pilotos serão penalizados e outros escaparão (mesmo na investigação pós-corrida, houve mais casos que escaparam fora das curvas 9 e 10).

Por princípio, sou a favor que os limites de pista sejam estabelecidos em algum lado em todos os circuitos, e não desgosto da ideia de serem as linhas brancas a delimitarem aquilo que os pilotos podem percorrer e aquilo que não podem. Mas, se não se consegue garantir justiça para todos, se não consegue garantir que todos os infratores são penalizados, não se faça nada.

O Red Bull Ring é um circuito particularmente complicado nesta matéria, uma vez que os pilotos, por estarem sentados tão em baixo no monolugar, já têm dificuldade em ver as linhas brancas, e também não as sentem. Acrescentando a isso o facto de, ao lado dessa linha estar muitas vezes uma escapatória de asfalto, é mais fácil cometer essas infrações. Alegadamente, essas escapatórias de asfalto utilizam-se para facilitar a segurança nas corridas de motociclismo, embora eu já tenha lido opiniões distintas relativamente a isso. Mas, mesmo que seja assim, devia considerar-se a opção da gravilha, uma vez que os pilotos teriam mais cautela na abordagem às curvas.

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Bernardo Figueiredo
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O Bernardo é licenciado em Comunicação Social (jornalismo) na Universidade Católica de Lisboa e está a terminar uma pós-graduação em Comunicação no Futebol Profissional, no Porto. Acompanha futebol atentamente desde 2010, Fórmula 1 desde 2018 e também gosta de seguir ténis de vez em quando. Pretende seguir jornalismo desportivo e considera o Bola na Rede um bom projeto para aliar a escrita ao acompanhamento dos desportos que mais gosta.

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