George Russell: Um piloto pronto a vencer

    A CHEGADA AO GRANDE “CIRCO”!

    A sua primeira corrida na principal categoria do automobilismo mundial deu-se meses após assinar pela equipa Williams um contrato de longa duração, sem conhecermos ao certo qual a extensão do vínculo que ligava ambas as partes.

    Na temporada da estreia, 2019, Russell, então recém-entrado nos 20 e dividindo equipa com o veterano polaco Robert Kubica, acabou, e fruto de se encontrar a bordo de um dos carros menos competitivos da categoria, por competir apenas tendo como referência o seu bem mais experiente colega de estrutura. Claro está que sem ovos, o jovem não conseguiu fazer omeletes! Que é como quem diz: acabou destinado a lutar pela fuga à última posição, tendo concluído o Mundial desse ano, no qual se havia estreado aos comandos de um monolugar de tamanha potência no GP da Austrália, na 20.ª e última posição do campeonato, não marcando qualquer ponto.

    No entanto, os verdadeiros “milagres” feitos pelo britânico aos comandos de um muito pouco competitivo Williams acabaram por não passar em claro aos responsáveis da Mercedes, que o convidaram a ocupar a vaga deixada em aberto pelo seu conceituado compatriota Lewis Hamilton, então infetado com Covid19, para o GP de Sakhir, no Bahrein.

    Tudo parecia estar a correr às mil maravilhas quando o “caçula” assinou o segundo tempo mais rápido da qualificação para tal evento, registando escassa diferença face ao seu companheiro, o finlandês Valtteri Bottas, fazendo uma primeira linha integralmente  Mercedes, como tantas e tantas vezes acontecera ao longo da temporada 2020.

    Visto estar no controlo pleno das operações, desde a partida que Russell ia alargando a sua vantagem na frente, fazendo por esses momentos “tremer” um Valtteri Bottas, que ia sendo dizimado por um piloto bem menos experiente. Só que acerca de uma dezena de voltas do final da corrida, o britânico, fruto de um claro erro de cálculo da equipa, acabou por furar, sendo relegado para a nona posição final.

    Apesar do frustrante desfecho, tendo em conta as circunstâncias nas quais se desenrolara a prova, esta acabou por ser a primeira e, até à data, única pontuação do piloto no Mundial, totalizando então três pontos: dois fruto da sua classificação e um outro pela obtenção da volta mais rápida da corrida.

    De regresso à Williams, o piloto veio a melhorar sucessivamente as suas prestações, contudo, e apesar do grande impulso dado para um eventual melhoramento do monolugar, o britânico de 1.85m ainda não conseguiu voltar a repetir uma classificação nos pontos, algo que esteve já por um par de ocasiões perto de suceder.

    Com 47 corridas disputadas no Mundial de F1, são cada vez mais as especulações que o dão como futuro piloto aos comandos de um dos Mercedes, devendo referir que, na minha opinião, o mesmo demonstra não só maior carisma do que Valtteri Bottas, como maior ambição, e, porque não também dizê-lo, um talento bem superior ao do patenteado pelo nórdico.

    Apesar de tamanha qualidade e de Russell querer, certamente, ser figura de cartaz, concretizando-se tal cenário vejo muito turbulenta uma eventual relação com Hamilton, pois será difícil o mais velho conviver com as ambições do aspirante a “rei”.

    De resto, e olhando para o histórico de divisão de equipas dos grandes pilotos, quase nunca os mesmos contam com companheiros capazes de os desafiar. Veja-se o exemplo da equipa Ferrari, no início do século, em que Michael Schumacher dominava a seu belo prazer os campeonatos face ao brasileiro Rubens Barrichello, que apenas fazia resultados de algum relevo na sua ausência. Contudo, esta posição acaba por ser confortável, dado que estes pilotos de  “segunda linha” se sentem bem na sombra dos seus chefes de fila, convivendo pacificamente com o facto de irem vencendo aqui e ali.

    Como tal, e de modo a concluir a minha dissertação, creio que Russell apenas assinará com o construtor germânico quando for anunciada uma de duas coisas: ou a saída de Hamilton da equipa – assinando por outra -, algo pouco provável, ou quando o veterano e super campeão anunciar a sua retirada.

    Foto de Capa: Williams Racing

    Artigo revisto por Joana Mendes

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    Diogo Rodrigues
    Diogo Rodrigueshttp://www.bolanarede.pt
    O Diogo é licenciado em Ciências da Comunicação pela Universidade Lusófona do Porto. É desde cedo que descobre a sua vocação para opinar e relatar tudo o que se relaciona com o mundo do desporto. Foram muitas horas a ouvir as emissões desportivas na rádio e serões em família a comentar os últimos acontecimentos/eventos desportivos. Sonha poder um dia realizar comentário desportivo e ser uma lufada de ar fresco no jornalismo. Proatividade, curiosidade e espírito crítico são caraterísticas que o definem pessoal e profissionalmente.