Fórmula 1: O entusiasmo está garantido para 2022

    Desde o anúncio da retirada de Kimi Räikkönen da Fórmula 1 no final desta temporada, tem acontecido muita coisa na categoria rainha do desporto automóvel. Aliás, depois do Grande Prémio dos Países Baixos, ganho por Max Verstappen (Red Bull), as notícias do mercado de pilotos têm sido diárias. E essas novidades prometem algo muito, muito interessante para 2022. Mas vamos por ordem cronológica…

    A saída do veterano finlandês da Alfa Romeo levou ao primeiro anúncio da semana. Valtteri Bottas, também ele finlandês, vai correr pela equipa suíça no próximo ano. O iceman termina, assim, uma ligação com a Mercedes que começou em 2017 e que se percebia que o estava a desgastar psicologicamente, sempre na sombra de Lewis Hamilton, muitas vezes forçado a abdicar de lutar por algo maior na corrida para ajudar o colega de equipa.

    A Alfa Romeo não tem um carro muito competitivo nesta altura, mas, com os novos regulamentos em 2022, pode vir a ser uma equipa forte e contrata um piloto que ainda tem algo para dar (32 anos) e com provas dadas.

    A saída de Bottas levou-nos ao dia seguinte e a um anúncio que já não surpreendeu ninguém: George Russell foi anunciado como piloto da Mercedes para a próxima época. O britânico já estava há bastante tempo a fazer maravilhas com um carro da Williams, que é um dos menos competitivos da grelha. Particularmente nas sessões de qualificação (destaque para o segundo lugar em Spa), Russell tem estado quase sempre a espremer mais do que aquilo que o carro realmente vale. E não é só isso.

    Em 2020, quando Lewis Hamilton esteve infetado com covid-19, Russell foi chamado pela Mercedes para ocupar o lugar deixado vago pelo compatriota no Grande Prémio de Sakhir. O resultado na corrida foi modesto (apenas um nono lugar), mas somente devido a um erro da Mercedes na hora de trocar de pneus, e também devido a um furo num dos pneus do carro. A prestação do jovem no Bahrain chamou a atenção dos seguidores de Fórmula 1 e de Toto Wolff, chefe da equipa.

    Resta saber se esta mudança vai ser positiva ou negativa. Nunca é fácil ser segundo piloto de uma equipa candidata ao título na Fórmula 1 e há vários exemplos recentes que comprovam isso mesmo (que o digam Leclerc, Albon, Gasly e Bottas). E mesmo que Russell já tenha dito que recebeu garantias de que vai ter as mesmas condições de Hamilton, é preciso responder nas corridas para que tal aconteça. Seja como for, vai ser interessante perceber como vai funcionar esta dupla.

    Nesse dia, também foi confirmada a manutenção da dupla composta por Pierre Gasly e Yuki Tsunoda na AlphaTauri. Se a continuidade do francês é absolutamente merecida (tem estado num nível bastante alto, consistentemente a pontuar e, por vezes, a lutar com os pilotos da McLaren e Ferrari), a do japonês já surpreende um pouco mais, porque Tsunoda teve um primeiro ano na Fórmula 1 com vários erros. Seja como for, a confiança mantém-se e Yuki vai ter uma segunda oportunidade de mostrar o seu valor.

    Mas, depois da saída de Russell, havia um lugar deixado vago na Williams. E, ao mesmo tempo que confirmava a permanência de Nicholas Latifi por uma terceira temporada, a equipa chefiada por Jost Capito anunciou Alexander Albon para o próximo ano. Chegou a noticiar-se que a Williams estaria igualmente interessada em Valtteri Bottas, mas, com a Alfa Romeo a ganhar essa corrida em particular, a equipa virou-se para Albon.

    Isto levanta a questão de o piloto-reserva da Red Bull assinar por uma equipa que não pertence à família Red Bull, mas Christian Horner não tinha espaço para Albon neste momento, com Verstappen e Sergio Pérez com o lugar firme, e chegou-se a um acordo para que o piloto ainda possa correr pela Red Bull no futuro, apesar de deixar de ser piloto do construtor austríaco.

    Falta apenas saber qual será a dupla de pilotos na Aston Martin e na Haas no próximo ano, faltando também saber quem será o parceiro de Valtteri Bottas na Alfa Romeo. A restante grelha está preenchida e o ano de 2022 na Fórmula 1 tem tudo para ser altamente imprevisível, devido aos novos regulamentos e devido aos pilotos que vão proporcionar um grande espetáculo ao longo dos fins de semana.

    Foto de Capa: Fórmula 1

    Artigo revisto por Gonçalo Tristão Santos

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    Bernardo Figueiredo
    Bernardo Figueiredohttp://www.bolanarede.pt
    O Bernardo é licenciado em Comunicação Social (jornalismo) na Universidade Católica de Lisboa e está a terminar uma pós-graduação em Comunicação no Futebol Profissional, no Porto. Acompanha futebol atentamente desde 2010, Fórmula 1 desde 2018 e também gosta de seguir ténis de vez em quando. Pretende seguir jornalismo desportivo e considera o Bola na Rede um bom projeto para aliar a escrita ao acompanhamento dos desportos que mais gosta.