Max Verstappen (Red Bull Racing) saiu vitorioso de uma corrida de proporções épicas na pista de Hockenheim, na Alemanha. Com os elementos meteorológicos a não serem simpáticos para os principais concorrentes, a corrida foi imprevisível até à última volta.
Numa prova onde aconteceu de tudo um pouco, Sebastian Vettel (Scuderia Ferrari) conduziu de forma soberba para subir da última posição na largada para o segundo lugar no pódio, um sinal de que o Vettel dos tempos da Red Bull ainda está presente, apenas tem estado adormecido.
A fechar o pódio ficou surpreendentemente Daniil Kvyat (Scuderia Toro Rosso), naquele que é apenas o segundo pódio da equipa italiana, sendo o primeiro uma vitória de Vettel em Monza, no ano de 2008.
Enquanto alguns sonharam alto, outros viveram um pesadelo, nomeadamente a Mercedes. Lewis Hamilton liderou uma boa parte da corrida, até que perdeu o controlo do carro e se despistou na última curva, voltando às boxes de forma ilegal para colocar uma asa dianteira e pneus novos. Por ter entrado da forma errada nas boxes sofreu ainda uma penalização de cinco segundos, porém, este não seria o último susto de Hamilton. Quando tentava recuperar posições despistou-se na primeira curva e por pouco não atingiu as barreiras, contudo, danificou os pneus e foi obrigado a colocar novos pneus macios.
Do outro lado da garagem, Valteri Bottas procurava ultrapassar Lance Stroll (Racing Point), que no caos da decisão entre pneus slick e de piso molhado das outras equipas se chegou a colocar na liderança, porém, seguia em terceiro, conseguindo manter o finlandês atrás de si durante várias voltas. No mesmo local onde Hamilton se despistou pela segunda vez, Bottas perde o controlo da mesma forma, mas com consequências mais graves, desta vez chocando com as barreiras, e retirando-se da corrida.
O princípio da corrida não pareceu prometedor para Max Verstappen, que apesar de começar em segundo foi engolido pelos Mercedes e pelo Alfa Romeo de Kimi Raikkonen. Mas após várias decisões acertadas e um susto de ‘morte’ onde quase se despistou com slicks, conseguiu colocar-se na liderança, e não olhou mais para trás, para fazer uma corrida quase perfeita.
Na garagem da Ferrari as esperanças eram pelo menos chegar ao pódio com Charles Leclerc, mas o monegasco despistou-se na última curva quando se aproximava rapidamente dos três primeiros, acabando a corrida mais cedo. Mas,os sonhos de pódio da Ferrari tornaram-se realidade quando Vettel conseguiu saltar sete posições nas últimas 15 voltas, uma demonstração de grande qualidade do alemão, e uma das suas melhores performances.
Mais atrás o caos era semelhante, com vários pilotos a aparecerem na luta pelo pódio, como Carlos Sainz e Alexander Albon, e outros a não terem tanta sorte e a despistarem-se ou terem falhas mecânicas, como Hulkenberg e Daniel Ricciardo respetivamente, sendo que o alemão chegou a subir à segunda posição.
A equipa da Alfa Romeo também chegou a estar em lugares do pódio com Kimi Raikkonen no inicio da corrida, mas penalizações de 30 segundos para os dois carros após uma infração relacionada com o uso da embraiagem no arranque, atiraram os dois monolugares italianos para as últimas posições, o que fez subir os Haas de Romain Grosjean e Kevin Magnussen para sétimo e oitavo, respetivamente. Hamilton fica em nono e, acima de tudo, tornou possível o impossível, colocou o Williams de Robert Kubica em décimo, dando o primeiro ponto à equipa britânica deste ano.
Nas restantes posições temos Lance Stroll em quarto, após uma corrida estrategicamente perfeita, Carlos Sainz em quinto e Alexander Albon em sexto.
Desde a monótona corrida de França que a Fórmula 1 está em crescendo no que toca à qualidade das corridas, e este foi o clímax da trilogia. É possivelmente a melhor prova de Fórmula 1 desde 2012 no Brasil, e tal como essa, daqui por uns anos, o Grande Prémio da Alemanha de 2019 será visto como um clássico e irão dizer: “Olha, em 2019 as corridas é que eram fantásticas.”