GP Portugal: “Sir” Lewis Hamilton assina Tratado de Portimão

    A CORRIDA: VAI ACIMA, VAI ABAIXO, LEWIS NO CENTRO E MAX POR DENTRO

    Com Valtteri Bottas (Mercedes) na pole para o segundo GP Portugal, no traçado de Portimão, partida limpa por parte do pelotão e, à parte de Carlos Sainz (Ferrari) e Lando Norris (McLaren), ambos a ganhar uma posição, poucas alterações na ordem de corrida. À partida para a segunda volta, Kimi Räikkönen (Alfa Romeo), que havia ganho duas posições no arranque, envolve-se num incidente com o colega de equipa Antonio Giovinazzi e é forçado a abandonar, trazendo para pista o Safety Car. Boa partida também para Daniel Ricciardo (McLaren), a subir de 16º para 13º.

    No recomeço, Bottas temporiza na perfeição o arranque e deixa para trás Lewis Hamilton (Mercedes) e Max Verstappen (Red Bull), com o holandês a passar por fora o britânico na primeira curva para assumir o segundo posto. Norris a fazer também progresso, trocando posições com Sergio Pérez (Red Bull) e Sainz para se colocar no 4º lugar. Os pneus médios pareciam nesta altura ser os ideais, já que Sainz e Esteban Ocon (Alpine), ambos em macios, iam perdendo posições para a concorrência. Mais para trás no pelotão, os dois Williams de George Russell e Nicholas Latifi e os dois Haas de Mick Schumacher e Nikita Mazepin, juntamente com Yuki Tsunoda (AlphaTauri), iam lutando pelo 15º lugar.

    À entrada para a 11ª volta, Hamilton recupera o 2º posto para Verstappen usando o DRS na recta da meta e defendendo a posição na curva seguinte. A corrida começava a estabilizar, com o Top 3 a construir uma vantagem de nove segundos para a concorrência, liderada agora pelo segundo Red Bull de Pérez.

    Numa corrida que se antevia de apenas uma paragem nas boxes, os pilotos em pneus macios entravam, à volta 17, na sua janela inicial de paragem. A tendência de todas as equipas parecia, no entanto, ser de estender o primeiro “stint”, todos aguardando a primeira paragem para seguir o exemplo.

    Mudança na liderança da corrida no início da volta 20, com Hamilton a passar Bottas. O britânico era, nesta altura, o piloto mais rápido em pista. Foi preciso esperar pela volta 22 para a primeira paragem nas boxes da corrida, com Sainz a parar para pneus médios e Tsunoda a colocar pneus duros. Incentivo dado, mais quatro pilotos a parar logo de seguida mas nenhum deles a fazer parte do Top 5. Para isso, foi preciso esperar pela volta 26, altura em que Charles Leclerc (Ferrari) troca de médios para duros, presumivelmente o conjunto de pneus que levaria até à bandeira de xadrez.

    A janela inicial de paragem dos pilotos em pneus médios abria à passagem da volta seguinte, colocando o foco da corrida no Top 6, todos nessa mistura de borracha, e que era composto por Hamilton, Bottas, Verstappen, Pérez, Ricciardo e Fernando Alonso (Alpine). Ao grupo juntava-se Lance Stroll (Aston Martin), que continuava também no seu primeiro conjunto de pneus, neste caso macios. Uma boa prestação do canadiano até esta altura, que seguia em 7º, a sete segundos de Alonso. Hamilton liderava e, apesar de a troca de pneus tardar, continuava a deter as voltas mais rápidas da corrida.

    A Red Bull decide, no fim da volta 35, tentar o golpe sobre a Mercedes e pára Verstappen para pneus duros. A Mercedes responde de imediato, parando Bottas também para pneus de lista branca, e o finlandês reemerge das “boxes” ainda à frente do holandês. No entanto, na travagem para a curva 5, Verstappen “mergulha” por dentro e assume o 3º lugar provisório, que, sem incidências, se tornaria 2º após a paragem do seu colega de equipa Pérez, temporariamente líder da corrida após a paragem de Hamilton na volta 37. Um Safety Car, nesta altura, traria grande retorno não só para o mexicano mas também para Ricciardo e Alonso, ainda por parar nas boxes.

    O Safety Car acabou por não chegar e o trio seria efectivamente forçado a parar, apesar de Pérez, conhecido pela sua exímia gestão dos pneus Pirelli, demorar bastante mais que o McLaren e o Alpine. Enquanto Bottas, agora em 4º lugar, recebia uma mensagem de encorajamento por parte do seu chefe de equipa Toto Wolff, Ocon passava Sainz por fora na curva 1 para subir a 7º e Mazepin, já uma volta atrás, atrapalhava o líder Pérez sob bandeiras azuis. Talvez fruto da mensagem recebida, Bottas fazia a volta mais rápida da corrida na 46ª passagem pela linha de meta.

    Depois de perder a liderança para Hamilton na volta 51, Pérez é finalmente chamado às boxes para colocar pneus macios e cai para 4º, enquanto Alonso passa Ricciardo para assumir o 9º posto e Mazepin se vê penalizado em cinco segundos pelo transtorno causado a Pérez.

    Com pouco mais de dez voltas para o final, Bottas comunica perda de potência no seu Mercedes e perde o contacto com Verstappen depois de uma série de boas voltas que havia compactado o Top 3. Schumacher ataca Latifi na cauda do pelotão, Giovinazzi passa Vettel para subir a 12º e os espanhóis Sainz e Alonso vão batalhando pelo 8º lugar, com o veterano da Alpine a levar a melhor sobre o “Júnior” da Ferrari.

    Nos minutos finais da corrida, a pressão de Schumacher surte efeito sobre Latifi, com o alemão a subir a 17º, e “corrida às boxes” por parte da Mercedes (com Bottas) e Red Bull (com Verstappen) em busca do ponto extra para a volta mais rápida. 1:19.865 para Bottas na volta 65, suplantado provisoriamente por uma volta de 1:19.849 para Verstappen logo de seguida e a fechar a corrida, para vencer esta batalha particular. Pensava Verstappen e a Red Bull, até a FIA declarar inválida a volta do holandês por exceder os limites da curva 14 e atribuir o ponto a Bottas.

    À margem do drama da “mini-Qualificação” das últimas duas voltas, o grande vencedor foi mesmo Lewis Hamilton. 97ª vitória da sua carreira e segunda em Portimão, esta bastante mais suada que a primeira e que deixa o britânico oito pontos à frente de Verstappen no campeonato. Resultado que significa, também, que o jovem holandês continua sem conseguir “desfazer o nó” e estrear-se a liderar a tabela de pontos, apesar da aparente maior competitividade da Red Bull em 2021.

    De Portugal, o “circo” da Fórmula 1 salta de imediato para a Catalunha, onde se irá disputar a quarta ronda do campeonato já na próxima semana.

    Foto de Capa: Fórmula 1

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    Carlos Eduardo Lopes
    Carlos Eduardo Lopeshttp://www.bolanarede.pt
    Concluída a licenciatura em Comunicação Social, o Carlos mudou-se para Londres em 2013, onde reside e trabalha desde então. Com um pai ex-piloto de ralis e um irmão no campeonato nacional de karts, o rumo profissional do Carlos foi também ele desaguar nas "águas rápidas" da Formula One Management, onde trabalhou cinco anos. Hoje é designer numa empresa de videojogos, mas ainda não consegue perder uma corrida (seja em quatro ou duas rodas).