Numa corrida cheia de emoções fortes e despedidas, Lewis Hamilton foi o vencedor do Grande Prémio de Abu Dhabi, terminando a época de 2018 em grande. Mais uma vez, mostra o seu domínio na segunda metade do ano, onde colocou o seu rival direto, Sebastian Vettel, no bolso, para garantir o seu quinto título mundial de Fórmula 1 e o quinto título de construtores seguido para a Mercedes AMG Petronas.
Apenas 2 equipas irão manter os mesmos pilotos para a época de 2019, por isso, havia um ambiente especial a sobrevoar a corrida, quer seja por haver pilotos que não estarão presentes na próxima época, ou que mudaram de equipa.
A primeira volta foi caótica, com várias ultrapassagens, nomeadamente a queda de Max Verstappen para a décima posição, tendo começado em sexto. Houve ainda o excelente começo de Charles Leclerc, e, claro, o capotamento de Nico Hulkenberg, que, numa disputa de posição com Romain Grosjean, deu um toque no HAAS e viu o seu monolugar dar várias cambalhotas no ar, ficando o alemão da Renault preso de cabeça para baixo e com algumas dificuldades em sair do carro, muito por culpa do halo.
Ainda nestas voltas iniciais vimos o carro de Kimi Raikkonen, que fez a sua última corrida pela Ferrari antes de ir para a Sauber no próximo ano, a desligar-se completamente na reta das boxes, um final infeliz para o finlandês que, apesar de tudo, teve a sua melhor época desde que voltou à Ferrari em 2014.
Mais à frente, Lewis Hamilton aproveitava o consequente Safety Car para mudar de pneus e tentar que estes aguentassem até ao fim da corrida, algo possível, tendo em conta que o circuito de Yas Marina não coloca muita pressão e desgaste sobre os mesmos. Charles Leclerc, que estava num fantástico quarto lugar, tentou o mesmo, mas saiu das boxes no meio da tabela, acabando por perder muito tempo e conseguindo um 7º lugar, ainda assim fantástico.
A partir daqui foi uma vitória fácil para Lewis Hamilton, que só teve de esperar que o resto dos pilotos à sua frente entrasse nos pits, para se manter sempre a uma distância segura durante o resto da corrida. Mais atrás víamos uma deliciosa batalha com sabor a vingança entre Esteban Ocon e Max Verstappen, que tentava recuperar do seu mau começo e chegar ao pódio, chegando até a haver contacto numa ultrapassagem audaciosa da parte de Max Verstappen. Depois conseguiu também ultrapassar o seu colega de equipa, Daniel Ricciardo, através de uma estratégia mais rápida nos pits.
De seguida, Valteri Bottas, que seguia na segunda posição, comete vários erros, bloqueando as rodas em vários pontos de travagem fulcrais, e, nas voltas seguintes, perde três lugares para o Ferrari de Vettel e para os dois Red Bulls.
Na parte final da corrida vimos os abandonos, por problemas mecânicos, de Pierre Gasly da Toro Rosso, e de Esteban Ocon. Vimos ainda Fernando Alonso a tentar chegar a um último ponto na sua carreira, mas este acabou penalizado por cortar a segunda chicane, na sua tentativa de chegar ao décimo lugar de Kevin Magnussen.
Concluindo, foi uma corrida muito agitada para toda a gente, tirando Lewis Hamilton, que navegou para uma vitória fácil. Daniel Ricciardo não conseguiu terminar a sua estadia na Red Bull com um pódio como desejava, mas, tendo em conta a sua falta de sorte este ano, quase se pode dar por feliz por ter acabado a corrida. Para um piloto tão talentoso, desejo que a Renault consiga desenvolver um excelente carro nos próximos anos, que consiga desafiar as 3 grandes equipas e, por fim, a despedida de Fernando Alonso. O espanhol não conseguiu o melhor resultado, mas é indiscutível o seu valor como um dos melhores de sempre. Notou-se ainda o respeito que todo o Paddock tem por ele quando ele, o Hamilton e o Vettel se colocaram em formação – 11 campeonatos mundiais entre todos eles -, e fizeram um show de donuts em frente à bancada principal. A um dos melhores de sempre, que não conseguiu mais por azar, ou por sua própria culpa, um até já.