Este texto tem o potencial de incendiar a Internet e de ser alvo de ameaças provenientes de quem tem uma opinião contrária. Hoje em dia, não se pode ser fã dos dois pilotos: ou és fã do Vettel e membro ferrenho da Tiffosi, ou és fã do Hamilton, e és #blessed por seguir a equipa penta campeã de Formula 1. Eu não sou nem um, nem outro. Admito que gostava de ver a Ferrari campeã, mas pela simples razão de querer um pouco de variedade de campeões, não por os apoiar mais que a Mercedes.
Eles são os rivais perfeitos, são completamente opostos. Hamilton é um piloto cuja vida pessoal é muito pública. Conhece mil e uma celebridades, está cheio de tatuagens e brincos e colares e coisas caras para mostrar, o seu estilo de condução é mais agressivo e extravagante, e é o atual campeão, título que já venceu por cinco vezes na sua carreira. Vettel é um alemão calmo, que não tem redes sociais, que gosta de viver uma vida familiar sossegada, longe das câmaras, e cujo estilo de condução é mais o de controlar uma corrida a partir da frente, o que lhe trouxe quatro campeonatos entre 2010 e 2013.
Um começou num carro de topo na Mclaren e, não fosse uma dose de inexperiência junto a algum azar, vencia o campeonato no seu primeiro ano como piloto. E não venham com a desculpa de que começou logo num carro bom, porque isso não deixa de fazer com que ele fosse um rookie e tivesse de lutar contra um bi-campeão mundial. O outro sacou uma vitória num Toro Rosso em 2008, e em 2009 já estava na luta pelo título, que acabou por chegar em 2010.
Para Vettel, usam a desculpa de que tinha o carro dominante, por isso foi fácil, mas apenas concordo com essa afirmação em 2011 e 2013, porque 2010 e 2012 foram dos campeonatos mais renhidos dos últimos anos, onde a grande rivalidade entre Vettel e Alonso foi até à última gota de suor. Mas concordo que em 2011 e 2013 o seu único rival era Mark Webber e o pobre do homem nem perto esteve.
Quanto a Hamilton, dizem que sempre foi favorecido, que também só venceu em carros dominantes, o que é verdade de 2014 a 2017, apesar de ter um rival gigantesco em Nico Rosberg, mas foi 2018 que me fez mudar um pouco essa opinião. Fez-me perguntar “Afinal, quem é que é dominante? A Mercedes, ou Lewis Hamilton?